Ela conversava com ele e ele respondia naquela calma dele, como se fosse só... o jeito dele. E era.
Legal. Educado. Simpático com todo mundo.
Comigo, inclusive. Igualzinho.
O vazio que ficou do lado esquerdo do meu peito não era ciúme. Era um tipo de vergonha. De achar que estava ganhando pontos quando, na verdade, ele nem parecia que me olhava como uma mulher em potencial.
Olhei para a minha latinha de cerveja, ainda gelada nas minhas mãos, e dei um gole rápido. Eles riam de algo que ela disse. Respirei fundo. Minhas pernas formigavam. Não podia continuar ali. Não queria ter que aguentar aquela cena toda.
-Vou procurar a Cake. - Levantei rapidamente. Não esperando uma resposta.
Andei apressadamente para o lado oposto deles. Precisava encontrar o Marshall. Precisava de sua ajuda, mas, incrivelmente, quando mais preciso das coisas, mais elas dão errado. Eu não o encontrava de jeito nenhum.
Quando percebi, estava me enfiando no meio dos arbustos. Situação totalmente caótica. Mas eu vi uma iluminação, como se fosse uma lanterna acesa, e eu a segui. É, se eu estivesse em um filme de terror, eu seria a primeira loira burra a morrer — aproveitando meu estereótipo de loira.
Mas o que eu vi não era nada do que eu estava esperando...
Marceline e Bonnie escondidas aos beijos.
Sim, elas estavam se beijando... Na verdade, não apenas se beijando, estavam se comendo. Fiquei tão chocada que fiquei como uma estátua, paralisada, observando o que não deveria. Eu nem piscava. Eu precisava vazar daqui antes que me notassem.
Mas descuidadamente, tropecei em um galho.
O barulho, alto e seco, fez com que as duas se separassem na mesma hora. Elas me olharam, e eu olhei para elas. A lanterna de Marceline agora estava apontada diretamente para o meu rosto. Eu estava com os olhos arregalados, o corpo tremendo.
— Fionna? — Marceline sussurrou. A voz dela não era de raiva, mas de um choque tão grande quanto o meu. — O que você está fazendo aqui?
Meus pulmões pareciam ter parado de funcionar. A adrenalina pulsava nas minhas veias. As palavras fugiam da minha boca. Eu estava completamente ferrada.
— Eu... eu só... — as palavras não saíam, só conseguia gaguejar. — Eu não devia estar aqui. Eu preciso ir.
Antes que eu pudesse me virar, uma mão se fechou no meu braço. Era Marceline.
— Não — ela disse, com a voz grave. — Você não vai a lugar nenhum até a gente conversar. Vem.
Fiquei alguns segundos pensando se deveria ir até elas ou tentar me soltar para correr.
Bonnie me olhava com uma expressão de horror, claramente preocupada. Afinal, elas tinham sido pegas em um momento íntimo. Compreendo que ela me olhe assim — não era comum duas garotas fazerem isso, principalmente em uma cidade pequena como a nossa. Bonnie tinha uma reputação; ela era a garota mais popular da nossa escola, e tenho certeza de que estava preocupada com essa reputação se isso saísse daqui. Marceline, do pouco que eu conhecia, não iria se importar se vazasse — se fosse por ela — mas acho que se importaria pela Bonnie.
Engoli minha saliva e fui até elas.
— Fionna, eu... — Bonnie começou, a voz trêmula. — Isso não é o que você pensa.
A frase era um clichê, e a situação... bem, era exatamente o que eu tinha visto. Eu apenas assenti, sem conseguir dizer nada.
— É o que ela viu, Bonnie — Marceline disse, com a voz baixa, mas firme. — Não adianta tentar.
BẠN ĐANG ĐỌC
Conquest Manual (with Execution Errors) - Fiolee
Teen FictionFionna Mertens só queria passar despercebida no ensino médio, ouvindo suas fitas cassete e evitando o caos social que acompanha seu irmão popular, Finn. Mas quando Marshall Lee - o garoto mais irritante (e estranhamente magnético) da escola - propõe...
9 - Segredo
Bắt đầu từ đầu
