— Pensei em começar hoje. — Lhe dou uma resposta afiada. — Por que a pergunta?
— É que eu não acho que seja uma boa ideia. — Ele suspirou. Parecia que não sabia como conversar comigo, vacilando, tentando começar a falar de novo. — Não que não possa beber, mas...
Ele parecia que tentava escolher as palavras para não dizer "me preocupo com você".
— Eu só quero beber um pouco, não vou ficar bêbada. — Revirei os olhos. Mas lhe dou essa resposta para ele não se sentir tão preocupado.
— Me promete que, se sentir mal, você vem me procurar? — Conseguia sentir preocupação na sua voz. Sentia que não podia negar satisfação para ele. É como se seu tom de voz me fizesse querer prometer para não deixá-lo preocupado. Ah, seus malditos olhos profundos não conseguiam me fazer negar nada para ele também.
— Prometo... — Falo em um tom baixo. Sentia que essa palavra tinha saído lá do fundo da minha alma pela dificuldade.
— Eu fico aliviado.
Eu não sabia como descrever, mas eu com certeza sentia um sentimento estranho ao ver ele sorrir tão sinceramente e brilhante para mim. Com certeza eu não estou tão bem hoje, por sentir essa leve palpitação no meu peito. Ele passou a mão que estava apoiando na porta da geladeira em seus cabelos, o ajeitando.
Se afastou de mim, colocando uma mão na cintura. Marshall olhou para a cerveja que estava comigo e a abriu com a mão com facilidade, como se não fosse nada.
— Aqui. — Ele entregou para mim.
— Obrigada... — Murmuro baixo.
Tomei um gole. E fiz careta.
Marshall riu.
(..)
Estava sentada em uma espreguiçadeira de piscina no quintal, com minha cerveja em mãos. Parecia que tinha dobrado o número de pessoas na festa, mas mesmo assim eu estava completamente sozinha. Primeiro: Cake estava tendo uma conversa extremamente agradável (flerte) com o garoto alto misterioso, e eu me sentiria uma péssima amiga plantada do lado dela estragando toda a atmosfera. Segundo: eu sou um desastre social ambulante. Tipo, não é como se fosse péssima o tempo todo... mas como eu iria começar uma conversa com uma pessoa que eu não conheço?
Então, cá estou eu. Patética. Sozinha. Com todo mundo se divertindo ao meu redor.
Mas pelo menos eu tinha uma visão privilegiada do Flame do outro lado da piscina. Encostado na parede perto da janela, com um copo vermelho na mão e aquele cabelo ruivo bagunçado de propósito. Ele estava rindo de algo que o Jake disse, e juro que até o jeito dele rir parecia de comercial de perfume.
Era impressão minha ou ele tava olhando pra cá? Sorrindo? VINDO NA MINHA DIREÇÃO?
Tentei agir naturalmente enquanto meus olhos estavam vidrados nele caminhando até mim. Mas eu sentia que minha barriga ia explodir de tantas borboletas. Até o jeito que ele andava sorrindo parecia um comercial de TV.
— Oi de novo, artista da garagem — ele sorriu pra mim e sentou ao meu lado.
Meu cérebro travou. Reiniciei com um gole de cerveja.
— Oi, Flame! — respondi, tentando parecer natural.
— Sozinha aqui... — ele olhou em volta para a festa. — Tá se divertindo?
— Eu? — Não, Fionna, o filho da jumenta. Por Deus. — Quer dizer... é, tá legal.
Parabéns, Fionna. Nobel da conversação.
Ele assentiu, bebendo um gole do copo.
— Tá divertido aqui. Seu irmão mandou bem. Você também curte esse tipo de som? — perguntou, referindo-se à música do Marshall que ecoava pela casa.
— Smashing Pumpkins? Claro. Quer dizer, não claro, mas tipo... gosto. Quer dizer, depende da música. Eu sou mais do tipo... Cocteau Twins, às vezes. Ou Pixies. Mas gosto disso também. — Parei. Eu estava falando demais. — Enfim.
Ele riu baixo. Não debochado. Riu como se tivesse achado fofo. OH MEU DEUS. Eu podia explodir agora mesmo e estaria feliz.
— Gosto dos Pixies também. Você tem bom gosto. Mas eu sou mais do Hip Hop — ele disse, dando uma olhada na minha cerveja. — Não sabia que bebia. É que você é tão... deixa pra lá.
— Não, agora fiquei curiosa — dei um sorriso. — Por favor.
— É que você sempre pareceu tão certinha. O tipo de pessoa que não gosta de festas também. Mas devo ter me enganado.
— Não, eu gosto de festas. — Por que eu tô mentindo? — Sou praticamente uma veterana — balancei a garrafa de cerveja com arrogância.
— Entendi — ele deu mais uma risada fofa. — Então não exagera, veterana.
— Não irei — bebi mais um gole, nervosa.
Ele acenou com a cabeça, terminando o copo.
— Vou ali falar com o Finn. Se cuida, Fionna.
— Você também — sorri.
Assim que ele se afastou, levei a cerveja à boca... mas parei no meio do caminho. Eu estava sorrindo como uma idiota.
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Conquest Manual (with Execution Errors) - Fiolee
Teen FictionFionna Mertens só queria passar despercebida no ensino médio, ouvindo suas fitas cassete e evitando o caos social que acompanha seu irmão popular, Finn. Mas quando Marshall Lee - o garoto mais irritante (e estranhamente magnético) da escola - propõe...
3- Festa?
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