𝐂𝐚𝐩 𝟐𝟔

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≪Jungkook narrando≫

3 dias depois

Já faz 3 dias desde o episódio que passei com o detetive Kim Taehyung. Naquele mesmo dia eu conversei com o Seokjin e ele concordou comigo que isso era o melhor a se fazer. No outro dia não foi eu que fui entregar o laudo juntamente com o dinheiro para o detetive e sim o Seokjin.

Ele concordou comigo que em troca de ele ir levar as coisas para o Taehyung eu sairia com uma colega dele do hospital que estava interessada em mim há bastante tempo. Eu concordei.

Ele me passou o contato dela e durante esses dias eu passei a conversar com ela. Ela se chamava Jisoo e era enfermeira. Ela parecia legal e bastante inteligente, sem contar que ela era bem bonita. Ela tinha cabelos castanhos e um sorriso doce.

Hoje pela primeira vez eu iria a um encontro com ela.

Ela me disse que iria levar os irmãos para um parque de diversão que seria inaugurado hoje, me disse para eu me encontrar com ela lá, pois de lá iríamos para um restaurante.

Enquanto eu me arrumava o Seokjin tirava sarro de mim, eu apenas ria. Ele dizia que eu estava nervoso, que eu estava com medo. Eu negava tudo, dizia que era só um encontro casual, que eu não estava procurando nada sério, que eu estava tranquilo.

Eu sabia que eu estava mentindo para mim mesmo, que eu estava fugindo da verdade, que eu estava escondendo o meu passado.

Horas depois

O pôr do sol tingia o céu de laranja, e o tão esperado momento finalmente tinha chegado. Eu estava prestes a sair para o meu primeiro encontro com a Jisoo.

Eu me olho novamente no espelho um pouco nervoso colocando meus óculos de descanso.

Eu pego o celular e ligo para a Jisoo.

Oi, bem, já estou saindo, vou demorar um pouco porque preciso fazer alguma coisa antes - eu falo rápido e nervoso, parecendo que eu havia voltado à juventude, ao meu primeiro encontro.

Eu ouço a sua risada na chamada. Ela tem uma risada contagiante, que me faz sorrir também.

Tudo bem, eu estarei te esperando - ela fala com uma voz calma e doce, que me faz sentir um frio na barriga - Não se atrase muito, eu estou ansiosa para te ver - ela acrescenta e depois encerra a ligação

Eu suspiro e coloco o celular no bolso, pronto para sair. Eu pego a minha carteira, as minhas chaves e o meu casaco. Eu saio da casa trancando a porta. Eu caminho até o meu carro, que está estacionado na rua. Eu entro no carro, ligo o motor e sigo em direção ao parque.

Alguns minutos depois

Eu estava de volta àquele lugar de lembranças, aquela ponte onde eu mesmo destruí minha vida. A cada passo que eu dava para chegar ao meio da ponte, mais lembranças vinham à minha cabeça. Mas eu não iria me deixar consumir por aquilo.

Quando eu cheguei no meio da ponte, eu andei até o canto do lado direito e observei um pouco o rio que não estava tão cheio, mas também não tão vazio. O sol se punha no horizonte, tingindo o céu de laranja e vermelho. Eu senti uma brisa fria no rosto, como se fosse um sopro de adeus.

Eu então coloquei a mão no bolso e tirei o anel, o anel de casamento da s/n que a mesma jogou no chão, no mesmo lugar que eu estou agora. Era a hora de deixar ir isso aqui.

Eu tirei o meu anel do dedo e juntamente com o anel da s/n eu joguei no rio, isso era mais uma parte que eu precisava matar. Eu vi os anéis brilharem por um instante na superfície da água, antes de afundarem nas profundezas. Eu senti uma mistura de alívio e dor no peito, como se eu tivesse arrancado um pedaço de mim.

Eu dei um longo suspiro e me virei para sair, deixando ali mais uma das coisas que me assombrava no presente. Eu sabia que aquilo não iria apagar o que aconteceu, mas talvez me ajudasse a seguir em frente.

Parque

Quando cheguei ao parque, a noite já havia envolvido tudo em seu manto estrelado. Meus olhos percorriam o lugar, agora cheio de gente e de risos infantis e luzes cintilantes, enquanto eu procurava por Jisoo. As sombras dançavam ao redor, e o ar estava impregnado com o doce aroma de algodão-doce e pipoca.

O parque estava repleto, um mar de famílias e crianças em êxtase. Perguntei-me se realmente era uma boa ideia combinar de nos encontrar ali. Enquanto minha busca por ela continuava, distraído pelas expressões alegres das crianças que brincavam, não percebi onde pisava e, sem querer, trombei com uma pequena figura em disparada.

Olhei para baixo e vi uma criança caída, seus olhos grandes e assustados refletindo a luz das lanternas próximas. Estava prestes a estender minha mão para ajudá-la a se levantar quando seu pai apareceu, ofegante.

Me desculpe, ela escapou antes que eu pudesse segurá-la - disse ele, com um tom de preocupação misturado ao alívio, enquanto levantava a menina. Seus gestos eram gentis, e seu olhar transmitia um pedido silencioso de compreensão.

Eu acenei com a cabeça, um sorriso tranquilizador nos lábios, e continuei meu caminho.

De repente, eu paro, surpreso, nervoso? Não sei bem o que estava sentindo naquela hora, mas algo me fez congelar. De longe, reconheci o sorriso dela, aquele que sempre me cativou, e o rosto inocente do pequeno Min-ho, iluminado pela alegria infantil.

Fiquei ali, estático, observando a cena: Min-ho, com um sorriso que poderia iluminar a noite, apontava entusiasmado para os brinquedos, mostrando-os para Jimin, que caminhava ao seu lado, compartilhando da mesma felicidade. S/n, com outra criança nos braços, uma menina que eu desconhecia, provavelmente sua filha, exibia um sorriso sereno que refletia a paz de uma mãe amorosa.

Eles pareciam alegres e saudáveis, e sem dúvida, o tempo sempre foi generoso com S/n, pois a cada vez que a via, ela parecia ainda mais radiante.

Cerrei os punhos e suspirei, nervoso. Eu precisava passar por eles, precisava fingir que nunca os tinha visto na vida. Ajustei meus óculos e coloquei os braços para trás, tentando parecer mais firme. Olhei para frente, fixando o olhar no caminho, e segui.

Passei por eles, Jimin e Min-ho pareceram não me notar, mas ela sim. Enquanto me afastava, sentia o olhar de S/n queimando em minhas costas.

Mais à frente, avistei Jisoo. Pelo jeito dela, parecia que também me procurava. Ela sorriu assim que nossos olhos se encontraram, e veio até mim com um abraço. Segurei sua mão.

Antes de irmos, dei uma última olhada para trás. S/n já seguia adiante, rindo e conversando com a família. Meu menino parecia feliz também. "Espero que ele se divirta muito esta noite," pensei.

Respirei fundo, aliviado e sorri.

O que você está olhando? - perguntou Jisoo, curiosa, seguindo meu olhar.

Nada - respondi, ainda virado, mas com um sorriso discreto.

Então vamos? - ela perguntou, puxando minha mão e começando a andar.

Vamos - eu disse, me virando e seguindo-a.

Adeus - sussurrei, deixando para trás um capítulo da minha vida.

FIM

Entre o amor e o ódioWo Geschichten leben. Entdecke jetzt