𝐂𝐚𝐩 𝟏𝟖

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Assim que eu fecho a porta atrás de mim, sinto as primeiras gotas de chuva caindo no telhado. Em pouco tempo, o som da água se torna intenso e relaxante. É o momento perfeito para pegar um livro e ler nessa brisa suave.

Vou até a estante e escolho um livro que me chama a atenção. Sento no sofá, cruzando as pernas para ficar mais confortável. Quando estou prestes a ler a primeira página, a campainha toca.

Me levanto, curiosa. Será que é o Jimin com o Min-ho? Eles desistiram de ir para a casa do J-Hope no meio do caminho por causa da chuva?

Me levanto do sofá, deixando o livro ali, e caminho até a porta com passos leves.

Destranco a porta e empurro-a, revelando a figura que estava do outro lado. Meu coração salta no peito quando vejo seus olhos de jabuticaba na entrada. Era ele. Jungkook.

Ele estava todo molhado. Seus cabelos negros estavam grudados na testa e suas roupas coladas no corpo. Ele me olhava com uma mistura de ansiedade e arrependimento.

Nós dois ficamos em silêncio enquanto nos entreolhávamos por alguns momentos. Parecia que o tempo tinha parado e só existíamos nós dois. Até que ele decide quebrar o silêncio.

Posso entrar? - Ele pergunta suavemente, enquanto olhava para mim com a mesma expressão séria no rosto. Ele parecia estar morrendo de frio, mas também de medo da minha resposta.

O trovão e a chuva lá fora estavam ficando altos e estava ficando mais escuro lá fora. Eu podia ver as gotas de água escorrendo pelo seu rosto e pelo seu pescoço. Ele estava tão perto, mas tão longe ao mesmo tempo.

Eu poderia simplesmente fechar a porta na cara dele.

Eu poderia deixar ele ali

Mas eu não sou assim.

não consigo agir daquele jeito egoísta e medíocre que ele agia.

Não posso mandar um cachorro molhado embora - digo, me afastando e permitindo que ele entrasse.

ele pode ter me quebrado como o inferno, e ainda assim eu daria os céus pra ele se quisesse.

Porque eu não sou assim, eu não sou como ele.

Jungkook deu alguns passos para entrar na casa. Suas roupas estavam encharcadas de água da chuva e ele sacudia o cabelo com a mão, enquanto tentava se livrar da água. Ele deixava um rastro de água pelo chão, mas eu não me importava.

Ele se vira pra mim e meu coração aperta, em uma sensação de dor, raiva, tristeza e rancor.

Eu preciso falar com você - ele fala, com a voz rouca e baixa. Ele tem cheiro de álcool. Ele estava bêbado, mas não o suficiente para não saber o que estava fazendo.

Eu não vou suportar isso.

Suspiro, cruzo os braços e balanço a cabeça em sinal de que eu iria ouvi-lo.

Mas, por favor, não estrague isso para mim - digo, e ando até uma poltrona e pego uma toalha que tinha ali. Eu a entrego para ele se enxugar, mas sem olhar nos seus olhos. - Estou tentando superar isso - termino e me afasto dele, esperando pra ver o que ele tem a dizer.

Ele pega a toalha e começa a se secar, mas sem tirar os olhos de mim. Ele parece querer dizer algo, mas não sabe como começar. Ele parece nervoso, inseguro, arrependido.

Eu tive que vir...para te pedir uma segunda chance - Ele fala em um tom suave e calmo enquanto olhava para mim

Eu não consigo acreditar, não é possível, como ele é capaz? Como ele tem a coragem de me pedir isso depois de tudo o que ele fez? Depois de todo o sofrimento que ele me causou?

Entre o amor e o ódioWhere stories live. Discover now