. nonagésimo quinto .

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        « All I need is all your lovin'
         To get the blood rushing through my veins »

        Raspei as minhas mãos pela ganga que componha as minhas calças. O suor, um frio capaz de congelar o meu peito, cobria pequenas porções da minha pele mas não me refrescava ou transmitia a fresca sensação de uma pastilha de mentol. Penso até que queimava todavia não chorava ou me manifestava. Estava tudo desconcertado, à minha volta. Os tons acinzentados, deprimentes, as pessoas melancólicas, oprimidas, e os sons.. os sons estavam abafados pelas memórias que se assemelhavam a borrões. A minha mulata não estava a melhorar, todos os sinais o mostram e agora, que a tinham transferido para a unidade de cuidados intensivos, eu não poderia encontrar qualquer propósito para a mais vital coisa.

        Afaguei a sua barriga com o meu nariz numa pequena e melancólica caricia. A minha cabeça estava sobre o seu ventre e os meus braços articulados para que, de alguma forma, contornasse o máximo de si. Eu estava apático, sem qualquer vestígio salgado nas minhas bochechas mas sim com um manto a contorna-las.Os acontecimentos recentes faziam da minha pele uma superfície seca e completamente empalidecia. Eu estava um caco mas eu não me poderia importar menos porque, se ela estava a morrer, eu iria estar deteriorado em poucos momentos.

    " O que é que tu estás a fazer? " A pergunta brotou pela curiosidade extrema mas deliciei-me com a sua risada amorosa. Ela caminhava descalça no interior de uma camisa branca minha. Era deliciosamente amorosa.

    As minhas costas reconheceram o acento da enorme poltrona, as minha mãos cruzaram-se por detrás da minha cabeça enquanto um sorriso cobria os meus lábios e a observava deleitado. Caminhava de diferentes cantos do escritório para outros, magicando algo que não compreendia de momento. Puxou as cortinas, apagou as luzes principais e, por fim, regulou a luminosidade das secundárias deixando-me intrigado. Disse-lhe que precisava de resolver alguma papelada antes de me retirar da nossa cama, há quarenta e sete minutos atrás. Não que fosse de manha, aliás, eram oito horas da noite de momento mas o nosso dia tinha sido um molengo e desejável.

    Arqueei as minhas sobrancelhas quando se aproximou do projetor. Bárbara colocou-se sobre a ponta dos seus pés para alcançar o botão que o ligaria e, ainda que inconscientemente, para me oferecer uma bela de uma vista. Raspei a ponta dos meus dedos sobre o meu queixo, permanecendo no meu lugar e sem propagar qualquer som. O meu sorriso ainda estava presente mas ele parecia camuflado e certamente estava coberto de segundos pensamentos. Bárbara abandonou o interior do escritório voltando em frações de segundos, todavia, acompanhada por uma enorme embalagem repleta de pipocas, um capacete enorme americano e um boné de baseball por entres os seus dedos finos seguro. Tinha sido uma compra imatura , numa pequena barraca,obrigada a ser executada pela morena depois de comentar o quanto, em criança, desejei ter um.

    Ela caminhou até ao meu encontro e eu empurrei a cadeira, com o auxilio dos meus pés, para que pudesse encontrar um local onde se acomodar. Bárbara entendeu o meu pedido mudo alcançando-me e, então, conseguido o seu lugar, envergonhada, sobre as minhas pernas. Eu agora compreendia o que estava a acontecer. Coloquei as minhas mãos sobre as suas pernas afagando-as carinhosamente por entre os meus longos e rugosos dedos. Os meus lábios cobriram o arco apetitoso do seu pescoço antes de me pronunciar.

    " bebé, eu não tenho tem-- "

    " Hey, Shh.. O teu pai pode esperar " Na realidade ele não podia mas tudo o que abandonava os seus lábios parecia-me tão acertado. Bárbara pressionou diferentes botões do pequeno comando remoto quando não respondi. No entanto, ocupou-se também com pequenas remexidas sobre o meu corpo até terminar numa posição confortável para si. Queixou-se do rabo e eu gargalhei por isso.

    " Oh, hey, ainda não começou " celebrou, adoravelmente recolocando-se para me observar mais e melhor.

    Encontrou-me surpreso quando o conseguiu. Eu não entendia o porquê de o estar, sabia que o tinha que estar mas não sabia a razão, o porquê.

    O recipiente estava sobre a secretária e a mulata não perdeu muito tempo até colocar sobre a minha cabeça o capacete com ligação ao refrigerante fixo no topo do objeto. A sua risada amorosa foi o que me impediu de retirar aquela porra. " Estás tão amoroso, bebé " balbuciou segurando o capacete pelas laterais. O seu nariz roçou o meu enquanto o seu sorriso só crescia e, consequentemente, o tamanho do seu olhar diminuía. O meu sorriso também só aparentava crescer.

    " uhm... " eu murmurei empurrando o meu corpo para a frente até conseguir o chapéu que em poucos momentos estava na sua cabeça cacheada. Tinha-o colocado com cuidado e de forma a que a pala do mesmo estivesse para trás. Depois, recostei-me confortavelmente observando-a ligeiramente corada, com as minhas mãos assentes na sua cintura.

    " Então, muito mal? " carrancou com a sua língua discriminada para mim.

    " O quê? estás linda, amor " ronronei-o, verdadeiramente. Lembro-me que se deitou no meu peito, o melhor que podia. Recordo-me que vimos dois jogos seguidos e que quase não trabalhei nesse dia. Relembro-me do seu sorriso e da sua gargalhada pela minha euforia ou então revolta.

    Durante os jogos, vi-a vidrada na minha face e questionei-lhe se existia algo de errado. A sua resposta baseou-se numa caricia longa e preguiçosa pelo meu rosto seguida de uma adoração. Ela disse que me amava, e eu amava-a de volta por isso, eu estava bem. Eu estava mais que bem e, senti-me concretizado. Disse-lhe que a queria a ela toda, ao seu corpo, ao seu coração, à sua alma.

    Mais tarde, eu tinha conseguido um cobertor e com ele tinha coberto o seu corpo ainda sob a o tecido fresco de uma das minhas pálidas camisas. Bárbara adormeceu poucos minutos depois, deitada, de lado sobre o meu corpo, no meu peito, com as suas pernas a caírem pela lateral do banco. Sei que foi nesse momento que terminei um dos doze projectos em falta para o dia. lembro-me perfeitamente que o fiz com a minha mulata sobre adormecida nos meus braços, ainda com o meu boné de baseball colocado no seu couro cabeludo.

       " Eu quero tudo de ti " inutilmente, funguei. " Eu quero o teu corpo, o teu coração, eu quero a tua alma " Disse-o abafadamente contra o seu ventre e agora sim, eu agora estava a chorar de novo.

       A porta rangeu atordoando o meu cérebro que parecia colocado num estado inacreditável de latente. " Harry, t-- "

     " Eu não vou querer comer, já o disse " Era rouquidão e era propagada de uma forma vaga e pouquíssimo subtil.

    " Harry, precisas de sair. " A voz dele também soava abafada. Contudo, por outra razão. " Rapaz, vamos arrisca! Temos o crédito, vamos fazê-lo agora mas precisamos de a preparar. "

   N/A: And kiss me underneath the moonlight, darling let me trace the lines on your tattooed heart *-*
Aww, eu estou apaixonada pela musica, meu Jesus! Eu sei que está pequeno mas eu vou sair ainda ahaha, tp yolo (^^) hj é S.João e eu estive em casa da minha tia e voltei e agora estou à espera de mis amigos eheh ^^

Espero que gostem, mesmo que seja pequeno :P eheh, eu gostei de escrevê-lo.

Beijinhos , bambii .X..

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