. Septuagésimo nono ▼ .

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▼ .  « Our story begins in a dark place »-Non-Fiction.

" da última vez que eu confirmei? " perguntei retoricamente. Eu olhei para ela, dolorosamente encolhida sobre a cama grande como a porra. O seu frágil corpo estava encolhido contra todos os cobertores que eu tinha conseguido mas ela empurrava-os sempre que sentia calor. De dez em dez minutos, ou menos. " Trinta e oito ponto oito " disse. As minhas mãos passaram pelo meu cabelo. Disse-me que lhe desse um banho. " eu não vou pô-la de novo dentro de uma banheira! Caralho das últimas vezes que eu o fiz a temperatura subiu como a porra " exasperei pressionando o telefone contra o ouvido. " Nicola, por favor. "

Ela lamentou e disse que se não lhe explicasse o que tinha acontecido não poderia ajudar mais então, eu contei-lhe sobre a quimioterapia e sobre como teria sido a sua sessão de hoje. Eu conseguia sentir o cuidado que teve com as palavras depois de lhe ter explicado tudo. Ela lamentou que estivesse a passar por isto logo agora que estava finalmente com alguém, com ela. O Liam era um caralho por lhe ter falado tanto sobre a minha vida infeliz e obscura. 

Cerca de cinco minutos depois, eu tinha algumas indicações a seguir, todas elas anotadas num pequeno post-it rosado que na pilha de livros seus encontrei. Eu ainda anotei num outro a hora da sua medicação e coleio sobre a cabeceira da cama depois de voltar do escritório. 

Ela estava descoberta de novo. As suas bochechas estavam rosadas pela temperatura elevada do seu corpo e ela chorava não tão silenciosamente enquanto aguentava os seus olhos cerrados com força. Eu arquejei precisando de segurar o meu corpo por instantes. Era incrivelmente doloroso vê-la e ao seu sofrimento. 

Os meus olhos passaram pelo papel de mínimas dimensões colado no topo da cama, muito acima da sua cabeça: 

Fazer compressas frias no tronco e membros mas não aplicar por muito tempo se sentir frio e desconforto;
Mantê-la hidratada;
Prepara-lhe algo nutritivo mas fácil de digerir; 
Colocar-lhe diferentes peças de roupa.

Eu ainda me questionei se poderia medica-la mas logo entendi que não pois cortaria o efeito de todos os outros.

" então, bebé " murmurei. Os meus dedos passaram pela sua face acariciando-a.

Os seus olhos mal abriram mas ela foi em frente e disse: " isto é horrível " 

O meu peito doeu, duas lágrimas rolaram pelo seu rosto. Queria bloquear as dores para que não as sentisse. Eu podia suporta-las melhor que ela então porque é que não me colocaram a mim na sua situação? Surpreendi-me com a questão. Eu finalmente me tinha apercebido do quão diferente estava do Harry que a pequena morena conheceu. 

Os meus polegares roçaram nas maças do seu rosto quente. " eu vou melhorar tudo, amor " fiz a minha promessa. " a irmã do Liam é médica, ela disse-me o que poderia fazer por agora " os meus dedos pentearam o seu cabelo e eu logo estremeci por isso. Pequenas mechas simplesmente caíram com os meus movimentos e eu rapidamente as agarrei escondendo-as dela. Um nó formou-se na minha garganta. Oh meu.. O seu cabelo estava fraco mas eu continuava a admira-lo. Eu ia sempre fazê-lo e ele iria sempre crescer de novo.

" vou buscar algumas toalhas e água, vamos cuidar de ti " sussurrei beijocando a sua bochecha. As suas mãos subiram até ao meu pescoço. Eu arrastei a minha boca de encontro aos seus lábios fechando bem os meus olhos. Eu queria gritar com o mundo, queria chorar pateticamente.

Eu ainda não achava isto justo. Como poderia ser?

O seu indicador brincou com uma tira fina do meu cabelo ondulando-o carinhosamente enquanto eu roçava os nossos narizes. Ela abriu os seus lábios num sorriso mínimo mas existente.

" amo-te, minha bela e inocente morena, amo-te mesmo " 

Poucos minutos mais tarde eu estava novamente no quarto com ela, desta vez sobre a cama. Eu tinha a tigela e as toalhas sobre a mesinha de cabeceira/escravo mudo quando subi. Os seus olhos estavam inchados assim como os seus lábios contudo, Bárbara continuava a tentar abrir os seus olhos mais que meros milímetros. 

Eu puxei-a para mim, encostando-a contra o meu peito sabendo que dessa forma seria mais fácil retirar as suas peças de roupa. Eu era um ignorante por acreditar que estar coberta por toda aquela roupa não teria problema algum mas como poderia eu saber? Eu quero dizer, não é como se tivesse alguma vez cuidado de alguém, ou de mim próprio o suficiente. 

" hmm, Harry " ela murmurou docemente quando beijei a área em que a linha do seu maxilar se unia ao pescoço. 

Melhorei a posição das almofadas antes de estender o seu corpo de novo na horizontal. A minha morena choramingou com o afastamento e eu gargalhei por isso. Ela ainda me queria perto e eu não poderia sentir-me mais realizado. Ou talvez pudesse.. se ela estivesse bem de saúde.

Subi para o topo do seu corpo que apenas revestido da sua roupa interior estava. O meu cuidado foi incrível quando me inclinei para alcançar o seu cabelo e então, amarra-lo num coque que ela faria se estivesse bem. Claro que ficaria tão melhor. Toquei no seu nariz com o meu indicador numa brincadeira infantil, ela torceu o seu nariz de uma forma querida, porém, sempre inocente. 

Espremi a toalha depois de a imergir em água morna para a colocar sobre o exato local em que o seu pescoço toca na base. A bubé estremeceu por segundos, encolhendo-se . Eu tapei as suas pernas nuas com os cobertores para que não estivesse tão exposta ao frio. Coloquei ainda outras duas toalhas: uma sobre a sua testa, outra do lado oposto do seu pescoço. 

" tudo bem, amor? " perguntei. 

" sim, eu acho " a sua voz era tão fraca. Eu engoli o grande nó, ou pelo menos tentei, antes de quase abandonar o topo da mobila. Ela choramingou. 

" preciso de ir preparar alguma coisa para ti " gargalhei ao encontrar o seu beicinho querido. " vá lá, amor- " 

" nã-não vás, Harry. " o meu coração partiu com o seu gaguejo medroso. " fica aqui comigo " Respirei, afastando a tigela para o chão, reajustando as toalhas sobre a sua pele e apagando a luz do candeeiro no final. 

O meu corpo estendeu-se ao seu lado. O meu braço cruzou a sua barriga e eu beijei o seu ombro vagarosamente. A sua mão subiu pelo braço que a cruzava. " eu peço desculpa. Não queria que tivesses que fica aqui.. com uma doe- " 

" ei " eu repreendi, mesmo. Ela não era uma doente! Eu não a via assim e perdia a cabeça se a rotulassem de tal. " tu não és uma doente " contrapus e podia imagina-la a rolar os olhos por detrás das suas pálpebras. 

" não há outro sitio onde eu quisesse estar " assegurei porque era verdade como a porra. 

" eu nunca conseguirei agradecer-te o suficiente.. " eu tirei uma das suas toalhas atirando-a para o chão. " tu sabes o que eu quero? " interroguei escondendo o meu rosto no seu pescoço. " eu só quero que tu me ames, como tens feito até agora " senti-a arquejar. " eu só quero o teu amor, és tudo o que eu quero, de corpo e alma, és o que eu sempre desejei silenciosamente enquanto ouvia o meu pai gritar comigo e a minha mãe ignorar-me por horas " 

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Sei que está pequeno mas estou mesmo mesmo MESMO cansada pq passei o dia a estudar e depois fui ver uma série que me aconcelharam e pronto, fiquei toda vidrada mesmo! 

O que acharam? 
A B não está a reagir bem à quimioterapia. 
O Cabelo dela já começou a cair...

Aw, eu quase morro com esta personalidade ruboscada do nosso Harry... 

Isto tem muito, ainda! 

Por favor, por favor, por favor.. deixem-me saber o que acharam :D 
gosto de falar com vocês! :3 

beijo enorme da B 

Muito amooor.

Sold Soul Onde as histórias ganham vida. Descobre agora