. octogésimo sétimo ▼ .

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    « love requires sacrifice » 

" Esplêndido! " Era um som agoniante proveniente de um homem gordo. Era o Victor. " Estás de uma excelência inacreditável, como é possível? Existe mulher aí! é a dos jornais e revistas, pois não me engano, não? " 

Deleitavam-se, todos eles, com o meu estado de espírito – hoje encontrava-me insólito ao ponto de partilhar as minhas risadas e não ser um completo caralho com quem me rodeia. Os acionistas achavam-no curioso. 

Elevei os meus ombros antes de me pronunciar: " As exportações, certo.. " 

Eles riram-se profundamente enquanto me reajustava sobre o cadeirão e conseguia esconder um sorriso rasgado. Não podia evitar, eu iria sempre perder parte da minha consciência quando a minha morena fosse o assunto. 

" Está tudo tratado, Styles! O teu pai deve estar org-- " 

" Mr. Styles! " chamaram depois de empurrar a porta de vidro com uma brutalidade excessiva. 

" Estou numa reunião, q-- " Preparava-me e seria, honestamente,  um prazer despedir alguém. Contudo, depois de rolar o cadeirão encontrei-me com uma expressão horripilante que desmoronou a minha confiança.

Algo tinha acontecido. 

" É importante, Mr. Styles! " O seu tom urgente confirmava-o e eu não precisava de muito para entender que alguma porcaria teria acontecido com ela – não me interromperiam por outra coisa qualquer.

Foi o caralho de um gigantesco clarão. Eu estava dentro do hospital e corria mais rápido do que as minhas pernas e o meu corpo conseguiam , na realidade, aguentar. Senti o atrito das calças formais queimar a minha pele no entanto, apenas saberia que estava a dar o meu melhor quando algum fogo fosse ateado. As urgências eram demasiado grandes e familiares para mim. Contudo, não a conseguia encontrar, em nenhum lugar. A culpa seria da merda de organização que aqui tinham. A rececionista apenas tinha o seu nome registado nas urgências. Apenas isso! Nada sobre o seu estado, nada sobre o local onde estava; toda a inútil informação que já me tinha sido, anteriormente, transmitida eles tinham. 

Os sons eram maçadores e inoportunos. Queria concentrar-me, pensar coerentemente e então, encontra-la mas senti-me –  em parte – concretizado ao reconhecer Carter. Estava sentado com a cara abandonada às suas mãos. Relembrei-me que era ignorante nesta situação. Eu não sabia que porra poderia ter acontecido mas eu já sabia o suficiente para querer derrubar cada parede até a encontrar. 

Estava pálido porém, tenso. Imaginava no pensamento diversas formas de culpar o segurança que agora se erguia sobre o seu próprio pé para me saudar. Se ele fosse o culpado, eu iria reduzir cada célula do seu corpo a pó. Estava coberto de raiva, pronto para a libertar.

Não me pude parar quando o segurei contra uma das paredes do tão imundo quanto insano hospital. " Lamento imenso, Mr. Styles--eu não consegui chegar mais cedo.. " As suas mãos estremeciam num ciclo irritante. Carter conseguiria travar-me, se assim o desejasse. " Eles tinham a autorização da menina Gemma! o porteiro só conseguiu contactar a equipa de segurança minutos depois e.. quando chegamos lá.. a menina Swang já estava no chão, praticamente inconsciente. " Recompôs-se apenas no final – logo depois de o soltar. 

A sua explicação desorientou-me mas mesmo assim, no centro de todos os meus pensamento, trabalhava para descodificar a nova informação. O meu corpo não se moveu pela raiva que fluía dos poros da minha pele. Gemma precisaria de uma ajuda divina se se atrevesse a cruzar o meu caminho. 

Senti-me perdido, por completo, quando a sua última frase percorreu, nítida e consecutivamente, o meu pensamento. Caramba, a minha morena!

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