44. Sangue ruim

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-Notas-

Pensei muito sobre, e esse capítulo definitivamente merece um título e uma música da Taylor Swift. Leiam ao som de Bad Blood, por favor.

Dylan

Sangue jorrou em seu rosto, a lâmina penetrando implacavelmente na garganta do terráqueo, até emergir do outro lado em segundos. Seu estômago se revirou, mas Dylan reprimiu a repulsa, retirando a lança com destreza. Com um olhar rápido ao redor, percebeu que havia pouco tempo desde a invasão dos terráqueos e, finalmente, as equipes 3 e 4 entraram em ação. Enquanto se movia pelo caos, ocasionalmente deparava-se com Clarke ou Wells, oferecendo-lhes ajuda. A experiência era notavelmente mais emocionante do que em Arkidia, embora a ansiedade ainda o dominasse. Mesmo que William não estivesse em perigo iminente naquele massacre, Dylan sabia que a situação com Monty e William estava longe de ser agradável, especialmente com os hologramas falhando.

Seu pai não era o monstro que um dia foi, e, querendo ou não, Dylan ainda se culpava pelo passado, temendo que William pudesse ser responsabilizado por algo que não começou com ele. Consciente de que as raízes do problema eram mais profundas, Dylan percebia o olhar de desprezo de algumas pessoas voltado para ele desde então. Suspirando profundamente, ele afastou sua mente desses pensamentos sombrios, focando-se na tarefa de guiar a lança na direção certa para perfurar os corações de mais alguns terráqueos - mesmo que suas tentativas muitas vezes falhassem ou mal conseguissem atingir o alvo.

- Às vezes, o destino tem um jeito peculiar de reunir velhos amigos.

Dylan congelou. A voz, uma vez cheia de camaradagem, agora possuía uma tonalidade sombria que enviava um arrepio pelo seu corpo. Ele se virou lentamente, e lá estava ele - Newt, agora transformado em uma figura estranhamente sombria, encarando-o com olhos que haviam perdido a luz.

- Newt! - Dylan considerou a ideia de sorrir, embora um peso estranho o incomodasse, e decidiu se aproximar. No entanto, rapidamente desistiu quando percebeu algo fora do comum em Newt. O louro apontou a lança na direção de Dylan, bloqueando qualquer tentativa de se aproximar. - Newt? O que aconteceu com você? Eu senti sua falta.

- Você nunca sentiu.

- Do que merda você tá falando? - eles permaneciam paralisados, embora Dylan sentisse um desejo absurdo de correr e abraçá-lo. Aquele não era o Newt que ele conheceu e conviveu.

- Você tem noção do quanto eu me culpei quando meus pais foram mortos? Mas o tempo me fez perceber que tudo isso era culpa sua - os olhos dele reluziam, a raiva penetrando cada espaço da sua mente.

Dylan encontrava-se completamente perplexo. Não conseguia entender por que aquela situação seria culpa sua. As palavras de Newt e a expressão dele enquanto o encarava faziam com que verdadeiramente questionasse a própria inocência. Foi apenas nos destroços das recordações que a resposta finalmente se iluminou em sua mente.



Monitores piscavam e complexos esquemas adornavam as paredes. Ao adentrar, Dylan percebeu a familiaridade do ambiente, porém também sentiu a pressão e o receio do futuro próximo. Do outro lado da porta de vidro, avistou seu pai, William, manuseando alguns papéis sobre a mesa do escritório, completamente concentrado. O jovem hesitou antes de interromper seja lá o que seu pai estivesse fazendo, mas era por Newt, e ele estava disposto a debater novamente com seu pai, caso fosse necessário.

- Pai, tem um minuto?

William, imerso em seu trabalho, ergueu o olhar ao ouvir a voz do garoto.

- Sente-se - indicou uma cadeira em frente à sua imponente mesa. - Estou ouvindo.

- Quero falar sobre aquela minha ideia, e sobre os terráqueos - Dylan suspirou fundo, brincando com os dedos sob a mesa.

𝑹𝑨𝑪𝑬 𝑨𝑮𝑨𝑰𝑵𝑺𝑻 𝑻𝑰𝑴𝑬 |THE 100|Where stories live. Discover now