23. Identidades reveladas

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Clarke piscou os olhos lentamente, a luz fluorescente do quarto do hospital invadindo seus sentidos. Confusa, ela tentou se lembrar do que tinha acontecido. Seus últimos momentos de consciência eram embaçados, uma mistura de gritos, Bellamy, Teresa, Octavia e o som ensurdecedor de metal retorcido.

- Você finalmente acordou - uma voz familiar disse com alívio. Era Dylan, um sorriso radiante nos lábios. - Como está se sentindo?

- O que? Eu já não tinua acordado? Foi tudo um sonho? - indagou, arquando a sobrancelha quando o viu inclinar a cabeça para trás, rindo seguidamente.

Dylan olhou para ele com simpatia. - Você desmaiou nos braços de Bellamy logo após acordar da cirurgia. Ele te trouxe outra vez e você adormeceu. Foi há dois dias. Você estava inconsciente desde então. Mas agora você está aqui, completamente segura.

Dylan sorriu novamente, pegando uma flor que estava ao lado da cama de Clarke. - Bem, você perdeu algumas coisas interessantes. Primeiro, nós construímos uma nova barraca ainda maior. A equipe de caça está voltando com cada vez mais alimento e.. - ele ergueu a flor para ela. - Eu te trouxe essa flor ontem. Fiquei com medo de que não acordasse... todos ficamos, mas você é forte. Por um momento esqueci que era Clarke Griffin quem estava nessa cama.

Clarke sorriu, sentindo-se grata por ter um amigo como Dylan ao seu lado. A recuperação seria mais fácil com ele por perto.

- Obrigada, Chase. E enquanto ao William? - relembrou imediatamente.

- Você não esquece esse cara, hein - Dylan suspirou fundo. - Ele se recusa a abrir a boca e insiste em falar com você. Isso tem tipo, 1 dia, eu acho.

- Que bom, porque estive pensando nisso todo o tempo em que eu estava consciente - não incluindo os momentos em que Clarke estava com Bellamy, é claro. Era impossível pensar em qualquer outra coisa que não fosse seu melhor amigo. - Já estou indo.

- O que? Você acabou de acordar. Não vai a lugar algum - Dylan se levantou e se materializou frente a ela, impedindo-a que se retirasse. Clarke cruzou os braços, tocando os pés na grama fria.

- Estou bem. Dylan, eu passei 2 dias desacordada. Não é possível que isso não seja o suficiente - ele passou alguns instantes pensativos, mas Clarke o impulsionou com o corpo e se retirou da tenda.

Lá fora, a natureza estava em pleno esplendor. Era como se a vida tivesse explodido em cores e formas vibrantes. As árvores exibiam folhas verdes exuberantes que balançavam ao vento, e o céu estava limpo e azul, sem uma nuvem à vista. Por dois dias, ela esteve ausente desse mundo, presa a uma cama. Agora, aquela visão era um lembrete da maravilha da vida que muitas vezes passava despercebida.

Mas então, quando Clarke levou seu olhar a barraca onde atualmente William se encontrava, um vislumbre capturava a silhueta do que seria Wells, parado enquanto supervisionava o acampamento.
As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Clarke enquanto ela lembrava do dia em que tudo aconteceu. A sensação de perda ainda fresca, como uma ferida aberta em seu peito. Clarke sentia falta dele todos os dias, e sua ausência era uma dor constante.

Com um suspiro pesado, Clarke aproximou-se da tenda. Ela sabia que Wells estaria olhando por ela das estrelas, como havia prometido, torcendo por sua felicidade. E, embora a saudade fosse insuperável, as lembranças de Wells seriam uma fonte de conforto.

"Olhe para as estrelas e você me verá, olhe para si mesma e eu vou estar lá. Serei sua estrela cadente."

- Como está? - Clarke fez questão de perguntar, enquanto encarava o homem. Ela engoliu em seco, preparando-se para seja lá o que acontecer naquele momento.

𝑹𝑨𝑪𝑬 𝑨𝑮𝑨𝑰𝑵𝑺𝑻 𝑻𝑰𝑴𝑬 |THE 100|Where stories live. Discover now