16. Estrela cadente

55 6 2
                                    

-Notas-

Chorei escrevendo, então eu espero que tenha companhia nessa também. Enfim, preciso falar nada né? Ouçam Exile - Taylor Swift - pra acompanha-los nesse capítulo (também disponível na playlist da fic.). Boa leitura💋💋.

 Clarke

Seus olhos estavam apinhados de lágrimas. Ali estava ele, sem nenhum dano, um tanto confuso. Clarke estava tão apavorada que, no tempo em que corria desesperadamente, imaginou que ele não estaria mais lá. Ela se arrependeu de tê-lo repreendido daquela maneira, arrependeu-se de todas as vezes em que o culpou pela morte de seu pai. A verdade era que, depois que o pai morreu, ela só tinha a mãe e Wells. Somente eles a ampararam quando tudo estava se desmoronando morosamente. Mas agora, ela se recusava a deixar Wells partir. 

 Clarke correu e o abraçou com todos  os seus últimos esforços, empenhando-se para se manter de pé. Wells parecia não compreender, mas ele correspondeu o abraço e envolveu cuidadosamente seus braços em volta do corpo de Clarke. Ela não conseguia parar de chorar, como se estivesse perdendo uma parte de si mesma, o que poderia ser quase um fato. Wells sempre foi seu melhor amigo, a pessoa em quem ela poderia confiar sem nenhuma dúvida. Clarke odiou-o por um tempo, mas mesmo assim ele permaneceu ao seu lado. Era aquilo que a fazia acreditar que era um monstro por ter odiado alguém que a amou intensamente do começo ao fim. 

 O fim havia chegado?

- O que aconteceu? - indagou, aflito.

- Eu não quero te perder outra vez, Wells - dizia entre soluços. - Por favor, não pense em aceitar seja lá o que Dean disser. 

- Pare Clarke, está me assustando - ele se afastou, relutante, investigando cada particularidade no semblante de Clarke. - Se acalme, você não vai me perder. Diga o que aconteceu.

- A única forma de salvar os cem e o povo de Dean com a ajuda dele, é oferecendo sua vida como troca. Mas por favor, Wells, não ouse fazer isso. Você é a única pessoa que me restou. Eu não posso fazer isso sem você.

Wells ficou imobilizado ao processar meticulosamente cada detalhe das palavras de Clarke, e seu silêncio agonizante a levou ao desespero novamente. Ela conhecia Wells e estava ciente de sua necessidade de ser o herói o tempo todo. Ela compreendia que, se Wells refletisse a fundo, ele faria isso. 

- Isso salvaria sua mãe, Clarke. Salvaria meu pai e a nossa nação - Clarke sentiu seu mundo desmoronar apenas com o olhar decidido de Wells. Ele a encarava com determinação e ela sentiu uma profunda tristeza. Ela se recusava a perder Wells, se recusava a ficar sozinha se isso significasse a vida de 50 pessoas. Mas não, custava muito mais. Custava a vida de inúmeras famílias, custava uma nação inteira e, principalmente, a vida de sua mãe. Clarke percebeu que talvez estivesse sendo egoísta, e isso a levou a um grande transe.

- Não, Wells - suplicava, mas compreendia que nada o faria voltar atrás. - Apenas me deixe.. por favor, apenas me deixe espairecer. - Então, pediu, virou as costas e correu de volta para a casa onde estava horas atrás. Ela precisava refletir, mas sabia que apenas entraria em crise e desmaiaria em meio a um mar de lágrimas.

Ela se acomodou no antigo sofá e ali mesmo permitiu que as lágrimas escorressem. Durante toda a sua vida, ela acreditou que chorar a enfraquecia, mas naquele momento isso não passava de um mito. Clarke precisava ser forte, como prometera a si mesma durante todo o período de confinamento, mas todas as suas promessas foram embora junto com sua determinação.  

Com a visão embaçada pelas lágrimas, Clarke podia ver apenas a silhueta parada em frente à porta, então massageou as pálpebras e olhou na direção da entrada novamente. Bellamy estava ali, com seus olhos castanhos fixos nos olhos azuis de Clarke. Quando se encontravam, parecia que um ímã os unia, incapazes de desviar o olhar um do outro. Ele se aproximou lentamente e Clarke teve um breve déjà vu do quase beijo que tiveram exatamente naquela sala, mas tentou ignorar. Bellamy sentou ao seu lado e passou o braço ao redor do pescoço dela, fazendo com que ela deitasse em seu peito. Apesar de sentir um leve cheiro de álcool em sua camisa, Clarke afundou o rosto e chorou silenciosamente.

𝑹𝑨𝑪𝑬 𝑨𝑮𝑨𝑰𝑵𝑺𝑻 𝑻𝑰𝑴𝑬 |THE 100|Onde as histórias ganham vida. Descobre agora