36. As chamas que os une

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Notas

A Little Death da banda The Neighbourhood é com certeza a música perfeita pra esse capítulo e vocês logo vão perceber porquê. Por favor, leiam ao cap ouvindo essa música que por sinal, tá na playlist (Race Against Time-xgabzy)

Boa leitura;

A preocupação envolveu-a como um manto, alimentada pelo eco distante de um grito que ela insistia ter ouvido. Clarke parou abruptamente, seu peito se elevando e descendo com respiração acelerada. Velas estavam espalhadas pelo chão, iluminando pétalas de rosa que formavam um caminho entre as árvores. Seu coração bateu ainda mais rápido enquanto ela seguia aquela trilha improvável. No centro da clareira, um grande jipe velho e enferrujado estava estacionado, e em cima do capô estava Bellamy, segurando algo nas mãos. Ele estava vivo e ileso. 

 Seu rosto se iluminou quando a viu se aproximar, e Clarke notou um brilho especial em seus olhos. Ela colocou as mãos sobre a boca, incrédula enquanto o observava rir. Até então, ela estava confusa, mas logo percebeu que era apenas um plano - incrivelmente perfeito - que os dois haviam tramado às suas costas.

- Por quê? - indagou, deitando as mãos sobre o rosto dele enquanto sorria.

- Por quê? - ele retirou a mão das costas e lhe estendeu um buquê com flores roxas. Clarke se afastou para admirar, perplexa. - Porque eu te amo, e também porque você estava muito triste ultimamente.

- Você é perfeito.

- Você é perfeita.

 Silenciosamente, assim que Clarke enlaçou o arranjo floral, Bellamy estendeu a mão em sua direção e, prontamente, a loira retribuiu o gesto. Ele a conduziu até a parte traseira e subiu na caixa de carga do veículo, ajudando-a a subir também. Ambos se recostaram entre as almofadas, à luz das velas e envoltos por pétalas, enquanto Bellamy entrelaçava sua mão na dela e contemplava o céu estrelado. Estava tudo perfeito para ela com a presença de Bell, e Clarke se sentia incrivelmente confortável. 

Seus olhares cruzaram-se e, então, ela virou-se na direção dele. A ansiedade de Clarke transformou-se em perplexidade enquanto seus olhos absorviam todos os detalhes da cena. As pétalas e as velas, o carro vintage e, sobretudo, o homem que ela amava, pareciam integrar um cenário meticulosamente coordenado.

- Eu te senti, Clarke - ele passou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha, alternando seu olhar entre os lábios e os olhos azuis. - Te senti muito triste com tudo isso e eu sei bem o que você tá sentindo. Eu também tenho medo do que pode acontecer depois dessa guerra, então fiz isso pra que você entenda que não vai estar sozinha e, em hipótese alguma, vou deixar que as pessoas que ama se machuquem.

- Obrigada, Bellamy.

- Eu faria tudo por você, e mais três vezes se possível. Eu sei que sou rancoroso, nada romântico e pareço odiar tudo ao meu redor, mas você desperta as sensações mais bonitas em mim.

- E eu nem sei recompensar. 

- Ei, ei - dizia, acariciando o rosto dela com o polegar enquanto se aproximavam. - Você não precisa.

 Enquanto se aproximavam, as sombras dançavam ao redor deles, seus corações pulsando em perfeita harmonia. Estavam prestes a dar um passo crucial em sua relação, um momento repleto de expectativas. Ele se inclinou sobre ela, deixando mordidas leves em seu pescoço a cada descida mais profunda. Ela ofegou, permitindo que ele cuidadosamente retirasse sua regata manchada de terra e em seguida sua peça íntima.

 A mão quente de Bellamy envolvendo a de Clarke transmitia conforto, porém, à medida que se aproximavam, uma onda de ansiedade surgia dentro dela. O medo, como uma indesejada sombra, instilou-se em sua mente, enchendo-a de inseguranças.

 Percebendo a sutil mudança na expressão de Clarke, ele parou e olhou ternamente em seus olhos. Bellamy sabia que algo estava errado, algo que não poderia ser ignorado. Sem dizer uma palavra, ele se inclinou para trás, concedendo-lhe espaço e deixando claro que o ritmo seria ditado por sua vontade.

- Você está bem? - ele perguntou.

Clarke engoliu em seco, olhando para o chão por um momento antes de encontrar coragem para falar.

- Você... já fez isso antes?

- Sim. Você não? - Clarke se manteve em silêncio. - Você pode me contar. Eu não vou te julgar.

- Não. Já chegou perto de acontecer, embora eu era muito nova, mas eu tive medo. Medo de que a pessoa me conhecesse completamente e não gostasse do que visse.

- Clarke - ele ergueu a cabeça dela com o indicador sob o queixo, fazendo-a encará-lo. Bellamy assentiu compreensivamente, mantendo seu toque suave.  - Eu te amo à cinco anos. Você é a garota mais incrível que eu já conheci e não tem como eu não gostar do que verei. Se você não estiver pronta, está tudo bem. Só quero que seja significativo e importante pra você. Tudo no seu ritmo e vai estar tudo bem.

- Eu te amo - ela deixou um selar moroso, e Bellamy se surpreendeu quando a mesma se pôs sobre ele. 

- Foi mais rápido do que eu esperava - ele sussurrou em seu ouvido, a fazendo rir. 

 Bellamy passou os dedos suavemente nas costas dela, aguardando que Clarke corresponderia aos toques. Ela colidiu os lábios com os dele, solicitando espaço para que sua língua explorasse minuciosamente a boca dele, e foi assim que aconteceu. Por falta de ar, ambos se separaram, mas Bellamy continuou. Ele tirou a camisa suada em que trajava e a jogou de lado, voltando sua atenção para Clarke, que ainda estava sobre ele. Os olhares entre os dois transbordavam com uma tensão palpável, uma mistura de desejo contido e antecipação.

 As mãos trêmulas de Clarke encontraram o caminho até os ombros dele e, em um movimento lento e proposital, ele a puxou para mais perto. O calor de seus corpos se fundiu, criando uma sensação irresistível de proximidade.

As mãos de Clarke deslizaram pelos braços de Bellamy e chegaram até o zíper dele. A proximidade física estava carregada de eletricidade, criando um calor crescente entre eles. Cada movimento dos lábios era repleto de urgência, uma expressão de desejo que havia se acumulado ao longo do tempo. Ele rapidamente despiu a calça, ficando semi-nu diante de Clarke. Ela parecia prestes a retomar o que haviam começado, mas Bellamy interrompeu um dos beijos para fixar o olhar nela.

- Clarke - os dois pararam, e Clarke levou o olhar até os dele, confusa. - Me promete uma coisa?

- O que é?

- Quando tudo acabar, se nós estivermos vivos, promete se casar comigo? 

- E se algo acontecer?

 Ele aprofundou seus olhos nos dela, exalando o desejo e o desespero constante. - Eu e você somos feitos de fogo. Fomos feitos desde o começo para queimarmos juntos. Nada pode romper isso. E eu estou disposto a desaparecer nas chamas se estiver ao seu lado. Não sei explicar, é algo que nos une.

 O coração dela, que momentos antes pulsava com medo, agora batia forte de uma maneira totalmente diferente. Ela mal conseguiu sussurrar um "sim" enquanto ele prosseguia com o que tinha interrompido.

𝑹𝑨𝑪𝑬 𝑨𝑮𝑨𝑰𝑵𝑺𝑻 𝑻𝑰𝑴𝑬 |THE 100|Where stories live. Discover now