42. À Sombra de Órion

12 2 2
                                    

-Notas- 

Fix you - Coldplay.

Esse foi um dos capítulos mais longos que eu já escrevi, e um dos mais significativos também. É impressionante como nossos sentimentos se intensificam ainda mais quando estamos á beira de um precipício (não literalmente). Esse cap foi um das mais divertidos de se escrever, porque de alguma forma me desafia a estudar as emoções em diferentes situações e sempre deixá-la o mais realista possível. Vocês definitivamente vão amar isso (eu espero, pelo amor de Deus KKKKK)

Boa leitura; 

Clarke

  O fim tinha uma certa beleza triste.

- Se interligarmos aquelas três estrelas alinhadas verticalmente, temos a constelação de Órion - ele deslizava o dedo morosamente pelo ar, os olhos castanhos refletindo no céu noturno. - Elas são conhecidas como cinturão de Órion

- "Cinturão de Órion?" - questionou a loura entre risadas, as que logo foram acompanhadas por Bellamy.

- Eu sei, é um nome estranho - ele deitou as mãos sobre o próprio corpo, pairando. - É a característica mais marcante da constelação. Também tem a estrela Rígel e Betelgeuse que representam os ombros de Órion, mas nenhuma delas é tão importante quanto.

- Por quê? 

- Órion era um gigante e hábil caçador que se gabava de ser capaz de derrotar qualquer criatura na Terra. No entanto, essa atitude arrogante acabou chamando a atenção de Gaia, a Mãe Terra, que enviou um escorpião gigante para derrotar Órion. Ártemis, a deusa da caça e irmã gêmea de Apolo, estava próxima e presenciou a luta entre Órion e o escorpião. Ela não queria que Órion fosse derrotado, pois ele era seu amigo e companheiro de caça, e além de tudo, o seu amor.   Ártemis interveio, mas o escorpião picou Órion antes que ela pudesse detê-lo. Órion morreu devido à picada venenosa, e Ártemis implorou a Zeus, o rei dos deuses, que o colocasse no céu para que ela pudesse vê-lo por toda a eternidade. E assim foi - ele retornou o olhar para Clarke. - Há muitas versões diferentes dessa história, mas eu gosto dela porque isso me lembra você. Nós, especificamente.

- Sério? Mas eu nunca ouvi falar sobre isso, para ser sincera.

- Um dia eu te vi na biblioteca da Arca. Você estava com Wells, rindo baixinho enquanto lia alguma coisa na mesa. Eu estava indo decorar algum livro da ala infantil pra reler para Octavia, mas ouvi ele te contar a história de Hades.

- Disso eu me lembro. Era para o trabalho de português. 

- No dia seguinte, eu voltei lá, sempre vendo-a com Wells, e me escondi no último corredor para ler um livro sobre mitologia grega porque achei que você amasse o assunto - Clarke o ouvia atenciosamente, curiosa sobre a continuação enquanto os olhos dele adentravam ainda mais os seus. - Eu li aquele livro inteiro em um dia só, e me interessei na história de Órion. Prometi pra mim mesmo que te contaria sobre quando fôssemos próximos, antes de Wells. Depois que ele te apresentou, eu voltei a frequentar as aulas, parei de roubar e comecei a gostar genuinamente dos treinos. 

- Mas porque nunca me contou antes? 

- Mesmo sendo seu amigo, eu ainda sentia que nunca poderia superar Wells. Não importava o quanto eu tentasse, eu parecia muito mais uma cópia barata do que o garoto que você talvez pudesse amar. Mas quando você me beijou, naquele dia, eu senti que finalmente havia me tornado alguém que pudesse me orgulhar. Pode parecer patético, mas foi a melhor sensação - ele suspirou fundo, os olhos marejados. - Até... bem, você sabe. Eu matar minha mãe. 

𝑹𝑨𝑪𝑬 𝑨𝑮𝑨𝑰𝑵𝑺𝑻 𝑻𝑰𝑴𝑬 |THE 100|Where stories live. Discover now