Endless Night

Começar do início
                                    

— Como quiser, madame.

Dante pisou no acelerador e saiu cantando pneu antes de sequer me preparar para a corrida.

— Isso não é velozes e furiosos, Dante!

Disparando pela pista em uma velocidade acima do orientado, me espremi contra o banco torcendo para sair ilesa dessa loucura que mais parecia que estávamos fugindo ou perseguindo alguém.

Escolhi-me no banco enquanto o vento chicoteava meu rosto e passava pelos meus cabelos. Com uma mão no volante, Dante fez uma curva perigosamente assustadora. Ele usou a mão livre para sacar Ebony e disparar repetidas vezes contra algo na escuridão. Somente depois de escutar sons das balas e um grito estridente foi que me dei conta do que realmente era. Respirando pausadamente, acalmando meu coração que batia aceleradamente voltei minha atenção a Dante.

— Isso foi... Perigoso — disse desnorteada.

— Não, — ele sorriu travesso — foi divertido e... Excitante.

Chegamos a um pequeno hotel, a primeira pessoa que encontramos — infelizmente — fora justamente a última que queria ver. E pela expressão dela, podia até dizer que era recíproco. Cordelia atravessou o saguão apressadamente para no interceptar, uma recepção que deixaria a cargo de Dante. Dessa vez, ela usava uma roupa menos vulgar que consistia em calças jeans, botas pretas, jaqueta da mesma cor e uma regata vermelha. Seus cabelos escorridos estavam presos e algumas mechas caiam livremente pelo seu rosto. Os olhos âmbar brilhavam em expectativa e furor, quase faiscando para mim. Pelo jeito ela estava disposta a ignorar minha presença, e eu a dela. Assim estaria muito bem para ambas. Pedi as chaves do quarto, Dante e Cordelia conversavam os detalhes da missão.

Não demorou em nos deixasse — que era um grande descanso de não ter olhar para cara dela.

O quarto eram amplo e metodicamente organizado, com suas longas cortinas combinando com os forros da cama, havia duas mesa de cabeceira, um armário de madeira simples e muito bonito, e as paredes pintadas em tons creme aguado. Por dentro estava iluminado com as suaves luzes que provinham dos abajures até o ar tinha cheiro de desinfetante que reconheci ser de eucalipto. Deitei preguiçosamente bagunçando os lençóis, sentindo a maciez sob minha pele.

— O que ela disse? — questionei apoiando minha cabeça em meus braços.

— Que estará me esperando dentro de uma hora.

— E o que vai fazer até lá?

— Tomar um banho, comer e se der tempo tirar um cochilo. Tem algo melhor em mente pra passar o tempo?

— Cochilar é bom pra mim. — sorri pretensiosamente.

Logo que Dante entrou no banheiro, caí no sono. Foi tranquilo e não tive pesadelo como o de antes, claro que não evitou que eu despertasse do nada meio tonta e confusa. Era bizarro como funcionava as coisas, apesar de ter passado um momento de descanso, agora conseguia sentir minha mente em alerta com a impressão de estar sendo observada. Encarei o responsável com um suspiro de graça — Dante me fitava com tanta intensidade que sentia como se fosse algo majestoso. Ruborizei com o leve sorriso que me lançou, reparei quão irresistivelmente lindo encontrava-se, ainda sem camisa e perigosamente perto.

— Algo errado na minha cara? — indaguei meio grogue de sono, quase num estado de delírio sonolento.

— Nada, mas você devia — indicou com os dedos perto dos lábios em um sinal mais que óbvio para limpar a baba que possivelmente escorriam, automaticamente esfreguei o canto do rosto e não senti nada de diferente.

— Engraçadinho!

Dante riu da minha lerdeza em entender.

— Aconteceu alguma coisa? — me estiquei toda.

Next DimensionOnde histórias criam vida. Descubra agora