Camila - Camren

LVIII

N/a: Brincadeira tem hora né? Eu amo uma piadinha.

Boa leitura!
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Sinta-se a vontade para sair e voltar quando quiser, é o que fazemos quando a casa é nossa e temos a chave da porta. — Camila (Fanfiction)

Newcastle upon Tyne, Inglaterra — Agosto (No dia da formatura e alguns dias após o aniversário de Keana Marie Issartel)

— Estamos nesse exato momento em frente ao colégio St. Mary. — O jornalista engravatado falava em frente a câmera focada em si, seu ar sério era intensificado pela quantidade de fotografias e flores apoiadas na entrada do portão de ferro — Nele, Camila Cabello estaria formando-se hoje, mas encontra-se entre a vida e a morte em um dos melhores hospitais da cidade. Vários alunos, vizinhos e cidadões de bem solidarizaram-se com o sofrimento da família e amigos da jovem, deixando apoios em forma de velas, flores e cartas que clamam por justiça e pela condenação de Noah Davies Schlösser. Uma missa acontecerá ainda essa tarde na escola, como forma de mandar energias positivas a jovem que permanece numa situação delicada.

Dentro da escola, velas estavam acendidas no ginásio onde a antiga capitã do time da escola estudava. A formatura fora cancelada, dando margens para que naquele dia uma corrente de orações acontecessem como forma de apoio a família da jovem que permanecia entre a vida e a morte. No mural com flores, fotos de Karla Camila estavam espalhadas, enquanto em silêncio, todos esperavam silenciosos por noticias que sinalizassem um "ela está bem". Aquele ginásio na realidade já estava daquela forma há dias, desde quando o atentado fora noticiado na televisão, arrastando burburinhos pela cidade inteira, até que o caso se tornasse nacional.

"(...) Schlösser foi preso após render-se de livre e espontânea vontade, em frente ao hospital no qual a vítima havia acabado de dar entrada. Após dois dias de interrogatório, as autoridades disseram que o criminoso confessou planejar mata-la caso conseguisse acesso ao estabelecimento. Tentamos contato com famíliares, mas ambos escolheram não se pronunciar."

Pais e alunos que ali passavam através dos dias deixavam suas flores e energias positivas. Os Cabello-Estrabao's agradeceram o apoio, mesmo que não houvessem tido estômago para comparecer ao St. Mary. Ver aquele amontoado de flores e fotos davam-lhes a sensação de que ela estava morta e aquilo era o suficiente para arrepiar-lhes os ossos.

A forma como tudo desenrolara era sensível e caótica para todos, na realidade. Era muito querida naquela instituição e arrastou lágrimas de todos ao receberem a notícia. Queriam justiça, estavam indignados com a violência desmedida e em como a polícia parecia lenta na tarefa de fechar o caso.

"Ao que se sabe, por ironia ou não do destino, foi Andrew Davies Schlösser, quem salvou a vida da jovem, no momento da cirurgia o médico alegou por breves momentos demorar a reconhecê-la tamanha forma como a face encontrava-se desfigurada. O choque, no entanto, aconteceu horas depois, quando ele descobriu que o culpado era nada mais nada menos do que seu próprio filho".

A menina de sorriso gigante que havia planejado aquele dia por meses, que deu ideias incríveis e que buscou valorizar grupos diferentes ao sugerir uma formatura nunca antes tida naquele lugar, agora estava adormecida, impossibilitada de jogar sua beca para cima ao formar-se numa dança idealizada onde não era e nem nunca seria Noah Davies seu par. Não havia valsa, mas haviam bandeiras coloridas LGBTQIA+ enroladas em corpos aleatórios e as fofocas corriam rápido, todos já sabiam o motivo do ataque de fúria do garoto.