XXXVII - Dias Secos, Texas & Verão No Oregon I

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Há desejos que doem na alma. — Camila (Fanfiction)





Um amor proibido pode começar de muitas formas possíveis, duas pessoas que são rivais e naturalmente se odeiam, duas pessoas que pertencem a famílias rivais, ou simplesmente podem começar da forma mais usual e incomum possível. No meu caso as coisas eram mais complicadas — como todos estão saturados de saber — e embora eu tentasse a todo custo esconder de mim mesma todas as pendencias emocionais que giravam em torno de nós duas....

Uma doçura com requintes latentes de maldade, é tudo que eu tenho a dizer sobre ela e nada mais.

Ah... Camila... Se eu soubesse o quanto as aparências enganavam, eu teria tomado mais cuidado com você e esse seu nome obsceno do qual você me ensinou a enxergar com tanta vulgaridade, do qual você me ensinou a gemer como uma louca pervertida enquanto contorcia em suas mãos.

Mensageira dos deuses, é o que seu nome significa entre tantos outros... Piada, ela era a própria mensageira do....

Diabo.

Me deixei levar por ela, por seus olhos, por suas curvas, me afoguei em todas as suas nuances, me endiabrei nelas, deixei que infectasse meu poros, que explodisse em desejo, que me chupasse, que me amasse e me tornasse obscena, baixa e louca. Não haviam palavras e adjetivos para elogia-la que não fossem o seu próprio nome, ela envaidecia insanamente quando me escutava clamar por ela, pegava fogo de uma forma tão própria, que eu não poderia chama-la de linda, maravilhosa, gostosa.

Camila já era auto-explicativo, sempre seria, era a porra do elogio perfeito do qual amava escutar saindo de meus lábios dormentes e de minha garganta seca.

Meu sol escaldante no Oregon...

Minha última gota de água num dia de verão do Texas....

Eu caí diversas e diversas vezes implorando por misericórdia, e ela não me deu, ela queria tudo de mim.

E eu dei. Porque ela era tão...

Camila.

(.....)

Nunca fui fã de aventuras, matas ou coisas que remetessem a insetos, mas naquela manhã, com roupas leves , jaqueta de couro e tênis confortáveis, após pegar um carro de aplicativo — afinal os dez minutos de automóvel transformavam-se em uma hora a pé — me vi adentrando na parte turística de Ashdown, explorando as áreas preservadas, pesquisando no google acerca de cada local, a história, o que havia por trás. Em determinado momento de cansaço, encontrei-me parada no mesmo lugar onde estive com ela. O vinculo energético ainda escorria coração abaixo, de fora, assisti o flashback voando em minha cabeça, desde o começo de nossa conversa, até as caricias, e...

Suspirei.

"Você é uma idiota"

Inevitavelmente fechei as mãos em punhos, enquanto respirava fundo e buscava expelir tais pensamentos. A escolha fora de não refletir em nada, de não buscar compreender algo do qual no fim buscava pelo contrário.

Foda-se, não é?

Bem lá no fundo eu sabia que ainda viria remoer tudo que havia me dito.

Com goles na água, balancei a cabeça e após acariciar a árvore na qual estivemos sentadas há dias atrás, me vi andando novamente, subindo morros, burlando galhos. O medo de me perder deveria existir e até fazer-me parar, mas era inegável o quanto buscava ficar sozinha, o quanto estava sedenta em encontrar paz, mesmo sabendo que a culpa de toda merda na realidade era minha.

Camila - Camren Where stories live. Discover now