Girls Just Want to Have Fun

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A chance de ficar bêbada é certa. Justamente quando tinha prometido a Dante que me comportaria. É como ele costuma dizer: não se vence todas, não é?

Para ser justa com a loucura da situação... Quando estou com medo acabo sendo mais impulsiva que o normal e até meio inconsequente. O bartender deu-me um copo com conteúdo vermelho. Tomei em uma virada só, sentindo descer queimando pela minha garganta. O gosto era bom apesar da ardência que causava em minha boca, misturado com o doce sabor que lembrava vagamente cereja. No terceiro copo já não conseguia mais raciocinar direito. Meu corpo estava meio entorpecido pelo efeito do álcool que estava começando a achar que entrei em um nível novo de delírio. Tudo a minha volta rodava, deixando-me nauseada. A música batia quase que no mesmo ritmo dos meus batimentos cardíacos — em vários badooms poderosos no peito. De súbito, senti que todas as minhas preocupações se dissiparam em cada gole daquela mágica bebida. Nem lembrava mais o motivo dos temores anteriores. As luzes que refletiam na pista formavam brilhos multicoloridos e pareciam tão engraçadas que não entendia a razão de estar apenas olhando em vez de dançar com as pessoas normais.

Fiquei completamente inebriada pela empolgação e inquietação.

Já estava até tendo pensamentos de bêbada.

Levantei a mão que segurava o copo, como se saudasse algo.

— Viva a todos os malditos que me caçam! Viva minha sorte de merda! — dei outro gole e suspirei de prazer.

Procurei por Dante novamente, vendo os corpos esfregando uns nos outros e o nevoeiro parecia ficar ainda mais espesso.

Olhei sonhadoramente para as tudo a minha volta, não podia acreditar que nunca aproveitei verdadeiramente uma boate. Mas já não conseguia pensar em nada, além das luzes cintilantes e da música. Pergunto-me se ele acharia ruim o que faria agora. Dante ira ficar bravo naturalmente, quando perceber a maluquice que fiz.

Caminhei tonta apoiando nas coisas que encontrava, incluindo pessoas, mesas e às vezes contava apenas com a força das minhas pernas.

Uma mulher passou perto de mim, e pediu em meio à música:

— Não faça isso — olhei para o nada quando busquei por quem quer que fosse, até pensei que seria uma alucinação por conta do meu alto grau de embriaguez.

Ignorei o pedido.

Se bem que quais eram as chances de dar alguma merda nisso tudo? A mesma de vacas voarem? De encontrar seu ídolo? Ou de entrar no mundo de um jogo?

Nem faz mais sentido as coisas que estou falando.

Dane-se!

×××

A FORTE LUMINOSIDADE envolta pela fumaça e a música alta nunca incomodaram Dante.

Ele ajeitou suas armas gêmeas de modo que ficassem despercebidas por baixo do casaco vermelho sangue, então andou despreocupadamente por entre os vários corpos agitando-se na pista em uma dança quente e energizante. A missão já estava concluída e agora podia aproveitar o resto da noite. Quem diria que havia um demônio seduzindo homens para depois devorá-los justamente tão perto dele, no seu antigo clube favorito. Em outra época, nos seus anos de juventude, frequentava Love Planet por puro entretenimento, aproveitando os prazeres sem amarras da vida.

E é claro, algo ainda precisava ser feito...

Adentrar por meio daquelas pessoas parecia um verdadeiro desafio, e Dante com toda certeza adorava desafios independentes do grau — desde os mais simples aos elaborados. Antes de chegar ao balcão, atravessando a pista de dança uma jovem barrou seu caminho na massa de dançarinos e andou sedutoramente em sua direção.

Next DimensionWhere stories live. Discover now