Capítulo #51

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NATY

Olhei a Bianca com a boca cheia de bolo de cenoura que ela tinha feito ontem, ela pegou um pão de queijo do meu prato e comeu junto, e eu só fiquei olhando com cara de estranha para ela, parece doida comendo de manhã. O engraçado é que ela só tem fome quando acordar e só quando está de madrugada, o resto de dia Come uma coisa ou outra.

— Para de fica me olhando - tapou a boca e falou de boca cheia, eu dei risada negando com a cabeça.

— Tem certeza que tu não tá grávida - ela concordou - parece que tá comendo por dois pô - ela fez uma careta tomando um gole de café e me olhou.

— Eu não fico reparando no seu jeito de comer, me deixa - dei de ombro bebendo meu café também. Bianca pegou mas um pão de queijo e eu afastei o prato dela escutando sua risada e um tapinha nas minhas costas - Para de ser assim, você tem que dividir comigo!

— Tu tá comendo tudo porra! Pega mais um só e chega, tu falou que não queria pô - ela sorriu e pegou mais um me deixando com dois.

— Aprende! Que quando eu digo não é porque é sim - olhei para ela e cheguei mas pertinho.

— Tá grávida?

— Não - arregalhei os olhos e ela gargalhou jogando a cabeça para trás - para amor, eu tô começando a ter dó de você, eu não tô grávida agora.

— Porra, tudo oque eu faço pra deixar tu grávida e nada da certo - parei um segundo para pensar e demorei um minuto inteiro para perguntar para ela, que me olhava com curiosidade - se tá tomando remédio escondido de mim?

— Oque? Claro que não Naty - ela chegou mas perto - eu nunca faria isso, eu quero ter um filho um dia, e quando vier eu espero estar preparada, mas se não vier agora, eu tô bem também - deu de ombro e eu olhei para ela - Você quer tanto um filho assim?

— Claro pô - Concordei - e não só um.

— Então a gente precisa conversar, eu não sei se quero ter mas de um filho - desanimei e ela percebeu - não que eu vá recusar se vier, claro que não, só não sei se vou ser boa mãe.

— Claro que vai Bianca, que ideia - tomei meu café e ela respiro fundo.

— Minha avó foi uma mãe para mim Naty, só que ela era velhinha e não está mais aqui para me ajudar, para me dar conselho. Eu tenho medo de ser como a minha mãe que não quis me criar, ela não estava preparada e eu entendo de verdade, muitas mulheres não nasceram para isso e algumas se sentem pressionadas, é complicado - me afastei um pouco e ela me olhou.

— Eu tô te pressionando? Se eu tivesse tu me fala porque eu não quero ter filhos sozinha - ela nego - tu que vai carregar e tudo pô, meu útero não serve para nada, tu que decide e eu tô ligada, só me fala se eu estiver forçando...

— Não é isso Naty, eu juro que não tô fazendo nada para impedir disso acontecer, só tenho medo dessa hora chega e eu não estiver pronta. Eu quero sim ser mãe, mas uma mãe melhor que a minha.

— Tu vai branquela, eu tô contigo. Quando chegar o dia teu pensamento vai mudar tu vai ver, nois duas vamos ser mães fodas saco? Do tipo que uma briga e a outra fica fazendo palhaçada - ela riu.

— Você vai ser a que fica fazendo palhaçada? - concordei. Bianca me deu um selinho e abraço meu pescoço com a boca colada na minha - Prometo que quando esse dia chegar, eu vou me esforçar ao máximo para ser a mãe que seu filho merece, não vou ter medo, vou cuidar dele ou dela, vou educar junto com você e tentar ser uma mãe perfeita.

— Tu não vai precisar se esforçar pra nada disso amor, tu vai ver pô. Nois duas vai aprender juntas, é isso - ela me beijou de novo - tu me espera aqui hoje? Vou chegar só de madrugada.

— Espero, vê se tenta chegar um pouco mais cedo - ela concordou e me beijou de novo. Levantei e deixei ela com os dois pão de queijo, peguei só meu celular o resto já estava tudo comigo, coloquei ele no suporte da cintura e sai de casa.

Pipoca tinha me mandado mensagem uns minutos atrás dizendo que estava me esperando na esquina de casa, vi o carro dele estacionado lá e desci até ele. Abri a porta do carro e entrei, ele tava com um fila de cocaína no dedo e cheirou depois me encarou.

— Qual foi? - cumprimentei ele com um aperto de mão e peguei um pouco do pó também, cheirei pouco e apertei a ponta do nariz.

— Rebeca quer que eu pare de usar em casa, até minha maconha, ela disse que fez mal pro bebê - concordei, ele me estendeu um cigarro e eu acendi relaxando no banco, ele ligou o carro e deu partida.

— Tá certa ela pô, a Bianca não gosta nem de me ver com maconha, tô tentando evitar quando tô perto dela também - ele me olhou.

— Não quero problema com ela não, ainda mais agora. O foda é que ela tá arrumando briga comigo por tudo.

— Só não perder a cabeça pô. Nois desconta em outros, tu acha que eu não fico bolada com algumas coisas que a Bianca faz? Pô é direto, só que eu tô ligada que ela não merece meu lado ruim não, só esse filho da puta que vivem me estressando por merda nenhuma.

— Tá certo. Nois já não é mais criança - concordei.

— E tu agora é pai - apertei a nuca dele e ele deu risada.

— Teu momento vai chegar também pô, eu vou ter um moleque e tu uma pivetinha, ei meu cria namora a tua - neguei e ele riu.

— Para com esses papo aí pô, não que eu não queira, mais se eu tivesse uma filha menina, vai ser para paga meus pecados, tá doido - ele riu - tu também pô.

— Ia ser toda bonitinha, pretinha linda - concordei - tá maluco, não vejo a hora de saber o sexo, de pegar no colo, e olha que ela tá de um mês, quase dois.

— Tô com puta medo irmão - ele me olhou e depois olhou para frente - eu não transo com a Bianca com camisinha pô, não tem uma vez que nois uso, e ela não fico grávida. Eu sempre soube que tinha pouca chance de poder ter filho, mas pô, eu sempre preferi pensar que tinha chance pô - cocei a cabeça.

— Tu vai ter Naty, relaxa uma hora da certo - concordei, traguei a maconha e passei para ele - fica de boa, daqui a pouco nossos filhos tão brincando junto igual nois dois.

— É isso irmão.

Queria me apegar naquilo saco? Enquanto isso eu não vejo problema nenhum em continuar tentando com a minha Branquinha, faço com tanta amor e carinho que uma hora a corridinha começa.

Nossa História [ Pique Bandida ] Where stories live. Discover now