Capítulo #35

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BIANCA

Eu realmente tô com ciúmes dela, para mim é um sentimento normal quando se está começando a gostar de uma pessoa, o foda é que eu não sei como as coisas funcionam com a Naty, eu não sei como agir quando eu vejo uma garota sentada no colo dela ou quando ela faz uma brincadeira com a minha amiga, incomoda.

Acho que toda mulher ciumenta se incomodaria, eu sou daquele tipo de mulher que não diz exatamente onde está o problema a pessoa que fez a merda que descubra no que ela errou, mas esse caso é diferente né? Eu e a Naty ainda não temos nada, e eu não posso agir como uma namorada ciumenta.

Eu realmente não exitei em gostar da Naty, qualquer pessoa que me pergunte o que eu sinto por ela eu vou dizer, eu estou completamente apaixonada, mas eu ainda me lembro do Daniel.

São pessoas diferentes eu sei, mas eu e a Naty nós conhecemos a mais ou menos dois meses ou três, eu acho que é tempo o suficiente para gostar mas não é tempo suficiente para se amarrar com uma pessoa, namorar e essas coisas.

E sem contar que nós duas não nos conhecemos direito, eu sei poucas coisas sobre ela e ela a mesma coisa sobre mim, eu quero ir com calma, quero que dê tudo certo entre nois duas, e se não ter, não era para ser.

Eu prefiro pensar assim do que me machucar mas um vez.

- Tu é muito linda branquela - Ela aproximou a cadeira de mim e pegou minha mão, deu um beijo na minha tatuagem e foi subindo até meu pescoço, a outra mão dela estava apertando a minha coxa.

- Para com isso, o povo vai entender mal - ela me olhou bem de pertinho.

- Entender mal o que? Tu pode não tá querendo namorar comigo mas é toda minha já - ela beijou a minha boca - deixa eu te perguntar uma coisa - concordei - tu sente vontade de ficar com mais alguém além de mim daqui?

- Não, por enquanto não.

- Então pô, eu também não tá ligada? Se eu te dar uns beijos assim, deixa claro que tô transado contigo, ninguém vai te encher o saco - ela beijou minha boca de novo e eu segurei o rosto dela.

- Com você vai ser totalmente ao contrário né? Vão cair matando - entrei na brincadeira com ela. Eu não sei se é porque eu gosto dela mas eu não sinto vontade de ficar com ninguém, na minha cabeça a Naty é a mais linda e a mas gostosa dessa favela, e talvez isso seja real.

- Eu não quero ninguém, tu me mudou, meu pau só quer tua sentada, ele só quer comer tua buc- coloquei a mão na boca dela tampando e ela deu risada me puxando para mas perto e tirando a minha mão da boca dela - Tu sabe que é verdade porra.

- Sua boca é muito suja - ela segurou um pouco do meu cabelo e se aproximou, eu relaxei, se ela não se importa, eu também não vou me importar. A Naty me beijou, ali na frente de todos, e não foi só um selinho, o beijo foi gostoso demais me deixou completamente rendida.

- Tá tava com ciúmes? - ela disse com a boca encima da minha me olhando no olho, eu concordei, e ela riu.

- No caso da minha amiga foi ciúmes, no da menina sentada no seu colo foi outro coisa mistura - ela me olhou confusa - Eu quero te contar tudo sobre mim Naty, o que você precisa saber agora e que meu ciúmes as vezes pode ser insegurança, e eu me senti assim quando vi ela contigo.

- Tu não precisa, aquela ali é... Qual foi? - ela parou de falar e olhou para trás toda séria de cara fechada.

- Aí patroa o jogo vai começar tão chamando tu já - disse uma voz masculina que não gosto nada.

- Beleza, vai lá Kaká já tô indo - ela me olhou de novo - quando eu volta nois conversa, pede o que quiser com a sua amiga aí beleza - concordei, ela me deu um selinho e levanto saindo.

Nem consegui dizer que ela estava uma tentação vestida daquele jeito, meu Deus um nunca pensei que uma mulher de chuteira e bermuda de time seria meu fetiche, mas nossa, ela estava muito gata.

Acompanhei ela ainda até o campo, mas ela parou antes de entrar, aquele amigo dela e a mulher que estava com ela mas cedo, a Naty apontou a cabeça para mim e a mulher me olhou, ela deu uma risada para Naty que deu de ombro, a Naty beijo a bochecha dela e ela saiu vindo na minha direção.

Meus Deus, porque ela fez isso?

- Oi linda - a mulher me olhou e eu respirei fundo.

- Oi - cumprimentei de volta tentando não demostrar meu incomodo, ela era mas linda ainda de perto como pode.

- A Naty pediu pra mim te fazer companhia - concordei - sabe eu sou bem ciumenta, e vi vocês agora apouco, eu não gostei nenhuma pouco de você - ela ficou séria e eu perdi o ar, eu só conseguia pensar na palavra filha da puta e a cara da Naty - eu amo ela sabe, e ela vai me tornar fiel - disse com uma voz fina.

- A gente não tem nada, você pode ficar com ela pra você - eu ia levantar mas ela segurou minha mão.

- Calma, pera aí eu tô brincando - ela riu - eu lancei uma dessa para uma menina uma vez e ela simplesmente voô no meu pescoço, eu sempre disse que a garota era maluca mas a Naty não me escuta, foi a ex dela sabe quem é? - concordei ainda confusa - poisé, ela não gostava de mim e eu muito menos.

- Entendi.

- Eu gostei de você branquela - olhei confusa, será que a Naty disse sobre a gente? - a Naty fala muito de você, eu nunca vi ela assim.

- Ela fala?

- Fala, tipo toda a hora - dei risada - me disse que te engravidaria em menos de um ano então cuidado - ri mas alto e ela me acompanhou - desculpa se você não gostou da brincadeira tá, eu sou meia doidinha.

- Tudo bem, eu só ia bater nela por me enganar depois - ela riu - vocês são irmãs?

- Praticamente já que a gente se conhece desde sempre, meu marido e eu crescemos com ela - ela olhou para o campo - meu marido é o pipoca, aquele que não desgruda dela.

- Verdade, eu me lembro das vezes que vi a Naty na rua e ele estava com ela.

- Poisé, eu sou meia assim para ter amigos sabe, só falo com esses dois, porque de tanto gente falsa que mora nesse lugar. Se eu fosse amiga de uma dessas meninas aí, amanhã mesmo elas já tentariam pegar meu marido.

- Isso é foda - ela concordou.

- Quer ir lá perto? - apontou para o campo, eu dei de ombro, olhei em volta quando levantei e não achei a Letícia, fui com a mulher que ainda não sabia o nome e a gente sentou em algumas cadeiras perto da grade - Seu nome é Bianca né? - Concordo - eu meu é Rebeca, por favor não me chama de beca, eu acho que não combina comigo.

- Tudo bem, só Rebeca então.

Ela olhou para o campo e começou a gritar.

- Vai amor faz um gol pra mim - ela gritou e eu vi o pipoca dar com a mão como se não fosse nada - filho da mãe, eu esqueci que tô brava com ele, mas ele é tão lindo assim correndo com essa bola.

Ela estava falando sozinha, o que me fez rir. Olhei para Naty que estava parado perto do gol com a mão na cintura, ela já estava toda suada e porra, que mulher linda.

Ela me olhou e me mandou um beijo, eu cruzei os braços encarando ela. A Naty começou a se movimentar e quando pegou a bola ela saiu disparado para o gol, e fez, a pouca torcida ali fez um barulho e ela correu na nossa direção me chamando e eu fui até a grade.

- Foi pra tu branquela - ela estava ofegante e com um sorriso no rosto.

- Brigada - eu com certeza estou toda vermelha agora, quer coisa mas idiota. Ela fez um biquinho entre o buraco da grade e eu dei uma selinho na boca dela, me afastei quando três homens puxaram ela para longe e bateram na cabeça dela dando risada, mas a Naty não gostou não, ela já afastou eles e mandou todo mundo ir a merda.

- Viu como faz Seu projeto de milho - a Rebeca disse para o marido que estava perto.

- Vou fazer alguma coisa por você quando você tirar sua mãe da nossa casa - ele mostrou a língua para ela que fez uma carreta.

- idiota, nojento gostoso e lindo - dei risada com o estilo de raiva dela, a Rebeca me olhou - Ele um dia vai me matar de tanto que eu vou sentar no pau dele por ser um gostoso.

- Eu te entendo - ela riu negando com a cabeça.

Nossa História [ Pique Bandida ] Where stories live. Discover now