Capítulo #36

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BIANCA

O primeiro tempo deles tinha acabado, vi a Naty com a boca lo pé fazendo embaixadinha enquanto sai do campo. Minutos atrás a Rebeca tinha pedido uma porção para gente, e eu estava comendo muito e tomando coca, não estava afim de beber cerveja hoje.

Letícia tinha aparecido do nada e disse que a Jô estava chamando todo mundo, ela me chamou mas eu disse que não iria, a Naty me prometeu que iria me ajudar a sair de lá, então eu não colo meus pés mas naquele lugar sem ela.

A Naty e o Marido da Rebeca chegaram até a gente, a Naty sentou do meu lado colocando a mão na minha coxa e começou a comer.

— Porque você tá com isso não pé ainda? - todo mundo olhou para o tornozelo dela, a tornozeleira ainda tava lá.

— Porque teu Marido não conseguiu tirar - ela deu um chute de leve no pipoca que nem ligou, começou a comer bem rápido - amanhã mesmo ele vai arrancar isso de mim.

— Em, a Bianca não merece você, ela é muito maravilhosa pra você, supera isso e deixa ela ir embora - dei risada e a Naty me olhou.

— Tu quer isso branquela? - neguei - vai a merda Rebeca, e cuida da tua vida, ela não me quer longe entendeu? Filha da puta.

— Para de ser estressada eu tô brincando - ela realmente ficou brava, eu segurei a mão dela e entrelaçei com a minha - Bianca, a Naty é assim ela muda do nada de bom humor ela vai para péssimo humor, eu nunca vi uma coisa assim.

Só dei uma risada e a Naty colocou o braço atrás do meu pescoço me puxando para perto dela. Eu me sinto a vontade com eles, estou conversando e conhecendo melhor a Rebeca, isso é novo para mim ainda estou com um pouco de vergonha mais está sendo bom, um momento assim sei lá, parece bobo mas para mim é significativo.

— Quer mais alguma coisa? - a Naty perguntou perto do meu ouvido, eu neguei com a cabeça - pega qualquer coisa Bianca, o que tu quiser beleza?

— Eu não quero mas nada agora, você me fez comer duas coxinha já tá bom - ela concordou - brigada.

Ela piscou para mim e me deu um selinho rápido. A Rebeca e o Pipoca estavam conversando como eu e a Naty, só que de um jeitinho mas íntimo, acho que eles estavam se resolvendo da briga. Alguns minutos depois a Naty e o pipoca voltaram para os últimos minutos do jogo deles, a Rebeca começou a me contar a história dela com o pipoca.

— E você e a Naty? Como se conheceram - encolhi os ombros, não é que eu me sentia envergonhada, eu só não sabia como contar aquela parte da história.

— Eu trabalhar pra Jô até... Ontem, conheci ela assim em um programa - olhei para ela esperando alguns olhar estranho ou julgador, mais não aconteceu, ela só me olhava com curiosidade, então eu continuei - ela foi até bem escrota quando tudo terminou já que ela simplesmente me deixou no lugar e foi embora. Mas eu não posso julgar né, era apenas um programa.

— Ela é uma idiota, só se importa quando é do interesse dela - deu de ombro - mais eu como uma amiga de infância, que conheço muito bem a peça, eu vi como ela tá diferente, ela tá sorrindo mais, falando mais, ela gosta de você.

— Isso é bom?

— Eu entendi o que você quis dizer, em partes é porque a Naty é diferente daqueles bandidos que nos tratam como um objeto sabe? Ela pode ser difícil mas ela sabe amor uma pessoa, ela é o do tipo que vai usar o "poder" que ela tem pra proteger você - sorri - uma vez o Ramón me prometeu o mundo mulher, e quando eu soube que estava grávida foi maravilhoso e ele cumpriu com tudo o que me prometeu, e quando eu pedir o bebê ele foi o dobro do homem maravilhoso que eu sabia que ele era, a Naty e ele tem isso em comum, sabem amar.

— Eu sempre quis uma pessoa assim, e eu sinto muito pelo seu bebê - ela me deu um sorriso pequeno.

— Brigada. Mas enfim, essa é uma parte da Naty - ela bebeu a cerveja e eu procurei ela pelo campo - quer apostar comigo que em menos de dez minutos esses dois vão arrumar uma confusão e a Naty vai ser a responsável.

Dei risada encarando a Naty, ela corria com a boca e fazia altas brincadeiras com outros caras, e o que a Rebeca disse realmente aconteceu. A Naty estava quase perto do gol quando ela levantou a bola com o pé e fez ela passar por cima da cabeça de um cara, ele não deixou passar e chutou a perna dela que caiu no cão com a mão no tornozelo.

A Rebeca deu risada e eu estava como uma boba tentando olhar ela melhor, o pipoca saiu correndo de onde estava e foi para cima do homem, a Naty levantou do chão e foi até o cara ela não esperou nada e deu um soco no cara que cambaleou para trás, o pipoca empurrou ele que caiu, a Naty ia para cima dele de novo mas forçou o pé no chão e reclamou de dor, o pipoca tirou ela do campo e trouxe até nossa mesa, ela não parava de gritar com o cara.

— Seu filho da puta do caralho, vou te quebrar na porrada porra - o cara respondeu ela e eu não entendi direito - Vem aqui então filho da puta, vem aqui!

— Para porra, vai ficar gritando no meu ouvido! - o pipoca reclamou praticamente jogando ela na cadeira.

— Vai se fuder tu também, volta lá e amassa a cara daquela porra caralho, puta que pariu! - sentei do lado dela e o pipoca fico em pé olhando ela, a Rebeca não parava de rir - Rebeca eu vou dar na tua cara.

— Aí eu tenho culpa, tu caiu igual um pato - na Naty pegou uma latinha que tinha encima da mesa e jogou nela que riu de levantando falando que ia no banheiro senão mijava nas calças - Pô morena tá doendo pra caralho.

— Calma aí, deixa eu ver - ela colocou o pé encima da minha coxa e eu puxei a meia para baixo, estava um pouco encharcado mais não parecia nada demais - aiaiai não mexe não.

— Para de mentir peixe - o pipoca bateu na cabeça dela que só olhou para ele.

— Tô mentindo não branquinha, vai me ajuda aí, me leva pra casa, cola um gelo uma parada pô - concordei, ela tiro a camisa e fico com o top - porra Aiai.

— Tenta levantar, como que eu vou te levar eu não sei dirigir - ajudei ela a levantar e ela de apoio em mim.

— Sabe não linda, tem problema não o pipoca leva tu só me acompanha - concordei, esperarmos a Rebeca voltar e o pipoca me ajudou a levar a Naty até o carro dela, ele dirigir e a Rebeca levou o dele para casa.

O pipoca deixou a gente na casa da Naty e foi embora, ela me olhou quando eu sentei do lado dela no sofá.

— Vai na ajudar a tomar banho?

— Tá doendo tanto assim mesmo? Não tá tão encharcado

— Pô Bianca, tá tudo fudido olha lá - olhei pra o tornozelo dela, e estava do mesmo jeito que no bar - me ajuda aí vai.

Nossa História [ Pique Bandida ] Where stories live. Discover now