Dante's Inferno: After Darkness

Începe de la început
                                    

Rain suspirou.

— Somente Peregrinos podem entrar na verdade.

Franzi o cenho com a constatação.

Ela tirou um pingente familiar enterrado em camadas de roupa escura e o mostrou para mim.

— Eu já vi... Ace usava um.

— Foi Alexander que nos deu, um presente para que pudéssemos proteger o que era importante. Também serve como chave, deve ter sido isso que forneceu a oportunidade a Ace. — murmurou melancolicamente, admirando o relicário. — Sei que quer saber a ligação, porém... Tudo que podemos dizer é que, por hora, isso não é algo a ser remexido.

Sem transparecer irritação, retomei a meticulosa inspeção na fissura onde a espada penetrou, um corte esteticamente perfeito dentro do proposto.

— Nem dá pra acreditar nisso... Se soubesse que esse colar tinha essa capacidade teria roubado dele quando tive a chance. — resmunguei, fazendo Rain rir. — Poderiam ao menos me explicar como me conhecem?

— Vimos você nascer. — Vincent disse sem rodeios.

— Mais ou menos. — Rain o corrigiu exasperada. — Nós estávamos lá quando nasceu.

— No meu mundo?

Rain concordou.

Elaborando melhor a linha do tempo, o que captei, das pistas ao léu e as memórias avulsas que tinha, misturei tudo para chegar em uma única conclusão:

— Alexander é meu pai?

Rain arregalou os olhos.

— Biologicamente não.

— O que minha irmã quer dizer é que, indiretamente, fizemos parte da sua vida. — resfoleguei aturdida com a nova leva de informações. — Não podemos falar muito sobre isso, por mais que seja importante. Há coisas que somente o próprio Alexander deve te contar, não temos essa liberdade.

Toquei a cabeça com o porejar dolorido.

— Acho que devo voltar agora.

Não esperei uma despedida ao disparar para longe na velocidade de um raio.

A mania chata de todos que me cercam de esconder segredo de mim começava a instigar mais fúria.

— Dante, você acredita que estão omitindo coisas? — bufei incomodada. — Tenho ainda mais perguntas que respostas... Isso é confuso. Sinto que tem ainda mais lacunas...

Meu olhar inconsolável transitou pelo quarto mergulhado em quietude e repousou no meio-demônio prostrado na cama. Imóvel, com chamas douradas chamuscando seu corpo e a interrogativa de quando ele despertaria desse sono sem sonhos intermináveis. Dante sempre me garantiu compromisso de me resguardar, de estar ao meu lado independente das dificuldades e que meu coração palpitava e não tive como retribuir em nenhum grau.

O semblante pacífico e os traços másculos do rosto dele dava a impressão de que se tratava de uma soneca e que logo ele levantaria da cama para articular um comentário gracioso que somente ele seria capaz de inventar. No entanto, não houve mudanças, nada de abrir os olhos, emitir sons ou mesmo espasmos musculares ocasionais que geralmente se vê em pacientes em coma realizarem.

Acariciei a bochecha dele, sentindo a aspereza da barba negligenciada e a textura da pele que gradualmente esfriava mais.

— Eu queria ter dito antes, de verdade. — murmurei com um desconforto na garganta. — Sei que parece uma bobagem principalmente considerando tudo que aconteceu, mas realmente gosto de você.

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