THE SILENCE OF THE LAMBS - JAVIER PEÑA/PEDRO PASCAL

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Anna Torres

Abro a porta da minha sala deixando o agente Peña passar primeiro. Ele entra na sala analisando cada detalhe do seu novo local de trabalho. Fecho a porta trás de mim, e sigo para minha mesa. Noto que o agente já se acomodou na mesa reserva que tinha na minha sala. Assim que me sento, falo para o mesmo.

— Espero que o ambiente seja agradável pra você, agente Peña.

— Com certeza será agradável, agente Torres! – disse com aquele sorriso cafajeste nos lábios.

— O Sampaio te contou sobre o caso ?

— Não! Ele disse que você me contaria – tenho uma leve impressão que ele está mentindo.

Sempre fui boa em decifrar as pessoas.

— Bom, não há muito o que contar. Os assassinatos começaram no dia 28 de março, e infelizmente estão se estendendo. Uma menina desaparece, a família dá queixa, fazemos de tudo para encontrar a garota, mas... Só depois de dois ou três dias encontramos o corpo da vítima em um terreno baldio, ou em outro local que não tenha muita movimentação. Esse caso é o mais estranho que peguei.... – começo a digitar a senha no notebook, para mostrar as fotos dos corpos de cada vítima — Venha dá uma olhada nessas fotos. – Javier se levanta e vem até a minha mesa, apoiando suas mãos nela. Abro a pasta de arquivos que contia as fotos das vítimas, e abro uma. Peço para que ele passe as fotos, e o agente começa a analisá-las.

— Já temos 8 garotas mortas! Dentre essas oito, tinha duas que eram irmãs. Todas com os mesmos ferimentos. Como se antes de mata-lás, ele ou eles, as torturassem. E depois, elas são mortas com um corte profundo na garganta.

— Nunca encontraram nada que no local do crime que pudesse encontrar o suspeito ? – pergunta desviando seu olhar do notebook para mim. Me encosto na cadeira assim que noto o quão ele está próximo, e vejo o sorriso de canto.

— Não! E isso que me intriga. Ele, ou eles... Não deixa nada que possamos ter uma noção do suspeito, ou....

— Suspeitos! – completa e eu concordo.

Ele volta a me encara, olhando intensamente para os meus olhos. Dou um um sorriso de canto, e quando ia expulsá-lo da minha mesa. Alguém abre a porta, fazendo o agente Peña se afastar e ir para sua mesa.

Era o Christian com uma mulher ao seu lado.

— O que aconteceu ? – pergunto confusa, vendo a mulher a qualquer momento desmaiar na minha frente de tanto tossir.

Vou até ela e noto que ela queria vomitar. Saímos da sala rapidamente, e fomos até o banheiro feminino. Assim que entramos, ela entra em uma das cabines e começa a vomitar. Abro a porta e a ajudo, segurando os seus cabelos. Depois da mulher vomitar horrores, ela lava a boca e voltamos pra sala. Peço para mulher se sentar, e a mesma faz o que eu pedir.... Meu Jesus!

— Agora me conta, o que aconteceu ? – a mulher da um longo suspiro, peço para meu irmão pegar um copo d'água, ela toma o líquido e começa a contar:

— Meu marido é insuportável! Ele é muito insuportável! Eu não aguento mais policial, não aguento mais! Eu estava limpando a cozinha e ele chegou do trabalho, entrou no cômodo com os sapatos sujos. Sujando tudo o que já tinha limpado. Ele olhou por chão e disse: Limpe essa cozinha direito! Você não faz nada nessa casa. Eu disse a ele que estava limpo, e ele que tinha sujado. E de repente, ele segurou o meu rosto.... – ela começou a chorar e eu me levanto indo ela para acalma-lá. Até que ela continuou: — Ele segurou o meu rosto, e me fez beber detergente – franzo a testa desacreditada e encaro o meu irmão, que assim como eu estava chocado.

— Você foi a delegacia da mulher presta queixa ? – a mulher concorda, e então disse:

— Não adiantou! Eles não resolveram nada. Eles fizeram os exames lá, e... Disseram que não tem como comprovar que ele fez isso. 

— Tudo bem! Chris, onde está o Sampaio ?

— Teve que sair! Ele teria uma reunião importante, por isso que trouxe ela pra cá pra falar com você. Depois do Sampaio, você quem comanda na delegacia – disse e eu concordo.

— Tá! Então, à leve para o hospital. Quero que façam um exame nela, e depois traga o relatório do médico. Eu vou esperar o sujeito na minha sala – ele concorda e sai com a mulher soluçando de tanto chorar. Ótimo! As vezes não sei o porquê tem delegacia da mulher. As mulheres vem sempre para delegacia federal presta queixa.