Hospital

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-Como ela está? - Ava levantou as pressas quando viu sua mãe surgir pela porta da sala de espera do hospital.

-Vai entrar em cirurgia agora. O quadro é preocupante. - Jillian disse visivelmente abalada.

-Você vai operar? - Ava se sentiria mais segura se sua mãe fosse a médica responsável.

-Não! Eu não tenho condições de fazer essa cirurgia. Chamei uma das nossas melhores cirurgiãs pra isso.

-Meu Deus, minha filha. Como está a minha filha? - A mãe de Beatrice estava aflita.

-Ela vai entrar em cirurgia agora. Eu sei que vocês estão preocupados, mas nós faremos o possível pra que ela fique bem. - Jillian disse aos pais de Beatrice.

-É grave assim? - a mãe da asiática perguntou.

-Infelizmente, sim. - Jillian não segurou a emoção e as lágrimas tomaram conta de seu rosto.

Os pais de Ava e Beatrice se abraçaram. Por mais que Ava soubesse que todos tinham se aproximado depois daquele período que ela esteve fora, vê-los naquela sintonia, ligados por aquele sentimento, fez com que Ava caísse na real e percebesse que aquelas pessoas tinham se tornado uma verdadeira família.

Além dos pais, os outros quatro agentes estavam na sala de espera. Todos estavam aflitos e ansiosos com o estado de saúde de Beatrice.

-Eu não vou aguentar! - Michael disse abalado.

-Calma! Vai ficar tudo bem. Ela é durona. Sempre foi. - Mary tentava se convencer de suas palavras.

-Claro que é. Ela nunca vai morrer sem me bater pra eu pagar pelas últimas vezes que enchi o saco dela. - Lillith fez com que os outros rissem.

-Ela é a melhor de nós! Essa é a realidade. Tanto como agente, quanto como pessoa. Quem de nós tiraria o próprio colete pra dar a uma pessoa e depois se jogaria na frente de uma bala pra salvá-la? - Shanon observou.

Ava estava paralisada. Ouvia o que as outras pessoas tinham a dizer, mas permanecia em silêncio, pensando nas suas últimas palavras para Beatrice, antes dela decidir entrar na casa.

Como pode dizer que se sentia sufocada se tudo que Beatrice fez desde que Ava sumiu procurar por ela incansavelmente? Beatrice a amou como ninguém jamais tinha amado. Tinha esperado por ela quando ninguém mais esperaria. Esteve ao seu lado sempre que precisou.

-Por favor, me digam que ela está bem! - Camilla disse olhando para todos na sala.

-Camilla, meu amor, sua lua de mel. - A mãe de Beatrice a abraçou.

-Como ela está? Me fala, por favor! - Camilla pediu.

-Ela está em cirurgia, Camilla. A situação é grave, mas a nossa melhor equipe está envolvida. - Jillian respondeu. - Agora eu vou para o centro cirúrgico. Quero acompanhar de perto.

Quando Jillian entrou na sala de cirurgia, viu que a situação estava mais difícil do que imaginava. A cirurgia estava sendo realizada por Bailey, sua cirurgiã geral e Owen, seu cirurgião de trauma. Ambos eram excelentes cirurgiões, os melhores do estado, talvez do país.

Apesar de serem os melhores médicos, a situação de Beatrice era complicada já que a a bala tinha atravessado vários órgãos, como baço, fígado e intestino.

De repente, Beatrice teve uma parada cardiovascular. Ao ouvir o som da máquina informar a falha, Jillian paralisou em frente aos seus colegas de trabalho por alguns segundos, até que despertou do transe:

-Não deixem ela morrer! - Jillian chorava e pedia.

-Saia daqui, Jillian! - Owen gritou.

As enfermeiras que compunham a equipe tiraram Jillian do centro cirúrgico. Os internos do hospital que estavam vendo a cirurgia pela vidro na área de observação, foram ao encontro de Jillian, para tentar a acalmar.

-Temos uma hemorragia. Não estou conseguindo estancar. - Bailey disse procurando no corpo aberto, cheio de sangue. -Precisamos de mais sangue. Rápido!

Um interno que participava da cirurgia saiu da sala e correu pelos corredores. Ao avistar a enfermeira responsável pelo banco de sangue, o interno gritou que precisava de sangue O- para a cirurgia da Yong o mais rápido possível.

-Como ela está? - Perguntou a enfermeira.

-Teve uma parada cardíaca devido uma hemorragia que a Bailey não está conseguindo controlar.

-O quê? - Ava perguntou ao ouvir a conversa dos dois.

Ava estava no bebedouro, próximo a sala onde ficava o banco de sangue, acompanhada pelos outros quatro agentes.

-Olha, desculpa. Eu não vi vocês. - O interno se desculpou. - Eles estão fazendo o que podem.

De volta a sala de cirurgia, Bailey tinha conseguido estancar a hemorragia e os batimentos cardíacos tinham voltado a normalidade.

Foram necessárias mais algumas bolsas de sangue para que o corpo de Beatrice reagisse. Depois do término da cirurgia que durou seis horas, Beatrice estava na UTI do hospital.

-A cirurgia acabou. - Jillian comunicou as pessoas na sala de espera.

-Eu posso vê-la? - Ava perguntou.

-Ainda não. Ela precisa descansar. - Vincent disse a filha.

-Como foi o processo cirúrgico? - Camilla foi direta na pergunta.

-Foi difícil. Foi por pouco. Ela ainda não está fora de risco, por isso não pode receber visitas. Ela precisa descansar o máximo possível para que seu corpo responda bem ao processo.

-Ela teve duas paradas cardíacas durante a cirurgia. Perdeu muito sangue, então vai precisar se recompor. - Vincent foi realista.

-Por enquanto ela está em coma induzido, pra se recuperar. Estamos estudando tirar em dois dias, caso ela responda bem durante esse tempo. - Jillian tornou a se manifestar.

O pager de Jillian e Vincent bipou, informando que havia uma emergência médica.

-Tenho que ir. - os dois médicos disseram ao mesmo tempo e saíram as pressas.

Ava foi atrás dos pais, temendo que se tratasse de algo relacionado a Beatrice. Os dois foram em direção a UTI, quando no caminho, encontraram os enfermeiros e médicos fazerem o transporte de Beatrice da UTI para a sala de cirurgia novamente.

Um interno estava sentado no colo de Beatrice, em cima da maca, fazendo Ressuscitação Cárdio Pulmonar na mulher que tinha tido uma nova parada cardíaca. Já se somavam três.

Avatrice - Um romance policialWhere stories live. Discover now