O gosto é exatamente como imaginei que fosse

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Ava passou pelo atendimento odontológico e mais uma onda de especialidades ainda naquela tarde. Beatrice acompanhou tudo de perto.

Quando a noite chegou, Ava já tinha tomado um novo banho e tomado uma sopa de legumes maravilhosa para ajudar na reposição das vitaminas que estava suplementando.

-Vocês precisam descansar. - Ava disse a Beatrice e seus pais que estavam no quarto com ela. - É visível o cansaço e exaustão de vocês.

-Não se preocupa com isso, filha! Nós queremos aproveitar cada minutinho com você. - Jillian disse.

-Eu sei, mãe. Mas não pode ser assim. E se a gente fizesse um revezamento?

-Eu fico aqui e vocês dois vão descansar! - Beatrice propôs.

-E a senhorita não trabalha mais no FBI? - Ava perguntou.

-Trabalho sim senhora. Mas estou de licença por dois meses.

-Você pegou dois meses de licença? Que exagero. Eu já quero voltar a trabalhar amanhã. - Ava disse sorrindo, notando depois o rosto de seus pais ao ouvirem a "brincadeira".

-Você quer voltar para o FBI? - Vincent perguntou chateado.

-É o meu trabalho, pai. Claro que eu quero voltar. Não amanhã, claro. Mas eu quero voltar sim.

-Eu acho que deveríamos deixar essa conversa pra depois. - Jillian sabia que isso seria motivo de discussão.

-Faz assim, vocês vão descansar e eu fico. Pela manhã vocês vem e eu vou. Só esperem eu tomar banho. Vou tomar aqui mesmo. É rápido. Depois vocês conversam sobre o FBI. Ainda tem tempo.

Enquanto Beatrice tomava banho, Jillian aproveitou para mostrar a Ava seu exame de imagem onde mostrava a fratura de seu braço e falar sobre a opinião médica da Torres.

-Eu acho ótimo. Meu braço ficou meio torto mesmo e eu quero corrigir.

-Vamos esperar seus exames normalizarem, e depois fazemos o procedimento cirúrgico.

Depois que Beatrice desocupou, Suzanne e Vincent se despediram de Ava e foram para casa, mesmo contra a própria vontade, mas para não preocupar a filha mais ainda.

Beatrice deitou na cama com Ava e a manteve encostada em seu peito por alguns minutos para que pudessem dormir.

Ava se manteve imóvel por bastante tempo, acreditando que Beatrice tinha dormido. Quando resolveu levantar para apagar as luzes do quarto, Beatrice, que também achou que Ava estava dormindo, falou:

-Pra onde você vai?

-Achei que você estivesse dormindo. - Ava disse voltando para a cama.

-Eu também achei que você estava dormindo.

As duas riram da situação e Beatrice tornou a perguntar para onde Ava estava indo.

-Só apagar a luz. Você precisa descansar, Bea. Você não parou um minuto ainda. Eu também não sou de porcelana. Não vou quebrar.

-Eu quero cuidar de você. Deixa que eu apago a luz. - Beatrice desligou e voltou para a cama na velocidade da luz, colocando Ava em seu peito novamente, arrumando o cobertor em seu corpo.

-Eu tô com medo de dormir e quando acordar estar naquele inferno de novo. Medo de estar sonhando que tô aqui com você, meus pais, meus amigos.

-Não é um sonho. Você tá aqui de verdade, mas eu confesso que também estou com medo de dormir e quando acordar você não estar aqui.

Ava e Beatrice deram as mãos e as apertaram forte. Era como se aquele gesto provasse que tudo aquilo era real. Alguns minutos depois, Ava adormeceu. Seu corpo estava cansado, e descansar nos braços de Beatrice era tudo que ela queria. Tinha sonhado com aquilo por tantas noites e agora finalmente seus sonhos se tornavam realidade.

No dia seguinte, quando Ava acordou, procurou Beatrice na cama e não a encontrou.

-Bea?! - Ava chamou em agonia.

-Oooi! - Beatrice disse entrando no quarto ao ouvir Ava chamar seu nome. - Bom dia! - Beatrice virou de frente para Ava com uma bandeja de café da manhã.

-Você não existe! Sério! Isso tudo pra mim?

-Você merece. - Beatrice colocou a bandeja em cima da cama e depois uma colher de salada de frutas na boca de Ava.

-Muito boa. - Ava disse se boca cheia.

-Come tudo. Precisa ficar forte logo.

-Você tá com cara de quem passou a noite em claro. -Ava disse pois tinha notado as olheiras em Beatrice.

-Eu tô bem. Já passei noites inteiras acordada pensando onde você estaria ou o que estaria fazendo e essa noite eu fiquei acordada te vendo dormir, bem aqui nesse quarto, no meu peito.

Ava parou de comer e ficou observando Beatrice. A forma como falava emocionava Ava e a fazia se apaixonar ainda mais.

-Você devia ter seguido em frente. Vivido sua vida. Aproveitado. Três anos não são três meses, Beatrice. - Ava dizia triste.

-Passou rápido demais pra isso. E demorou tempo demais até voltar.

-E se eu não tivesse voltado? Se eu demorasse mais três anos?

-Eu não sei, Ava. Tudo que eu sei é que eu não via a hora de te encontrar. De te ver viva. Te ver bem.

-Eu soube que você deu a maior força aos meus pais. Obrigada por isso!

-Nós nos demos forças durante esses anos. Quando eu estava perdendo as forças, perdendo as esperanças, eles me renovavam. Quando eles estavam desesperançosos, eu conseguia renovar a fé deles.

-Que lindo! Fico feliz com isso.

-De alguma forma eles se sentiam mais próximos de você quando estavam comigo. Eu também me sentia mais perto de você quando estava com eles.

Ava se aproximou mais de Beatrice, a olhou nos olhos e a agradeceu por não ter desistido dela e por estar ao lado de seus pais. Com as mãos no rosto de Beatrice, Ava se aproximou mais seu rosto do dela e quando seus lábios estavam quase se encontrando, Jillian abriu a porta do quarto.

Ava tentou disfarçar o que estava prestes a acontecer, mas foi interrompida por Beatrice que a puxou e a beijou, ali mesmo, ignorando completamente a presença de Jillian que assistia ao beijo das duas com um sorriso no rosto.

-Eu não podia esperar por isso nem mais um minuto. - Beatrice disse depois de finalizar o beijo com um selinho.

-Eu também não aguentava mais esperar. Esse beijo tava guardado desde aquela noite, onde íamos nos encontrar na praia. O gosto é exatamente como imaginei que fosse. - Ava disse beijando Beatrice mais uma vez.

Avatrice - Um romance policialDonde viven las historias. Descúbrelo ahora