Capítulo 34

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Emerson sentiu o clima inesperadamente leve no dia seguinte. Ao chegar ao centro de treinamento depara-se com Son, sorridente e gentil; por outro lado, um Richarlison despreocupado conversando com o outro brasileiro do time, Lucas Moura. O rapaz parecia calmo, não havia nenhum resquício da tensão da noite anterior.

O zagueiro assume que, provavelmente, os dois já haviam se entendido. Embora Son fosse bom em esconder o que sentia, Andrade era péssimo. Logo, o atacante mais novo seria o responsável por deixar transparecer as inconformidades na relação inusitada entre os atacantes do Tottenham.

Emerson não queria comentar nada - de verdade, não era a sua intenção, - no entanto, durante o treino na área externa, o qual os grupos estavam divididos em dois, Emerson e Richarlison ficaram juntos em um, enquanto no outro ficou Son; Andrade descaradamente encarava o coreano.

Ele tentou segurar, concentrar-se no treino. Contudo, quando o apito soou, as palavras fluíram de sua boca sem pedir permissão.

- Esse é o seu olhar de apaixonado? Porque se for, puta que pariu, por isso que você ficou solteiro por tanto tempo. É meio que uma cara de psicopata.

Richarlison estala a língua, apoiando uma mão na cintura, olha-o parecendo esgotado.

- Cala a boca. - Murmura.

Emerson ri. Ele achava tanta graça do rapaz à sua frente. Certamente, poderia apontar um ou dois caras que achasse que poderiam ser gay ou qualquer outra sexualidade que preferisse o gênero masculino, mas Andrade foi uma grandiosa surpresa. O choque que ele teve ao ver, semanas atrás, os dois atacantes se beijando no estacionamento...nada o preparou para aquele momento. Na ocasião, Emerson estava com seu copo de suco na mão e - por culpa dos dois - derrubou no banco recém modelado. Sendo sincero, ele ainda não acreditava. Encarando Richarlison a sua frente e depois Son no lado oposto do campo, sua mente dá um nó.

- Olha, não sei se você está tentando, só disfarça, aí. Segunda vez que te digo isso, irmão. - Richarlison perde - parte - da pose marrenta, mas não a abandona. Para provocar, Emerson dobra os braços e diz. - Meio que você olha para Son como se fosse comer ele na porrada, então acho que está safo.

- Eu vou é meter a porrada em você, seu filho da puta. - Richarlison joga a bola contra o corpo de Emerson, que apenas gargalha. Era tão fácil estressar o rapaz, ainda mais se o tópico fosse Son.

Minutos depois eles voltam a distrair-se, os grupos foram dissolvidos e outra dinâmica estava ocorrendo. Emerson aproveita a pausa para ir beber água, quando retorna, vê o exato momento em que Richarlison sai de sua posição e caminha despretensiosamente até Son - que estava literalmente do outro lado do campo -, o rapaz esbarra no atacante de propósito, empurrando-o com os ombros. Emerson não pode ver o rosto de Son, mas revira os olhos sabendo que ele provavelmente estaria sorrindo. O coreano não respondeu a provocação, continuou em seus passos e Richarlison se despede com alguns tapas gentis nas costas e cintura do mais velho.

O zagueiro bebe mais um gole de sua água e se questiona se alguém naquele antro futebolístico tinha reparado que a dinâmica entre os dois atacantes estava um pouco diferente. Ele mesmo talvez não notaria, visto que, o motivo pelo qual ele conseguia enxergar dentre as linhas da relação deles, foi justamente por causa do vacilo que deram.

Um vacilo desse nas mãos de outra pessoa pode ser maldado. Acreditava firmemente e tinha receios de que Richarlison não entendesse isso.

Assim que Emerson percebe que o atacante mais novo o olhava de testa franzida enquanto caminhava na direção de sua posição anterior, Royal abre um grande sorriso zombeteiro e recebe um dedo do meio de resposta.

Gol no seu coração (2son fanfic)Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang