Capítulo 30

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- Sonny, me mostra o que ela fez com você. Me deixa fazer o mesmo.

Son o encarava admirado pelo o que acabou de ouvir e, lentamente, processa a informação. Ao sentar-se, procura a incerteza nos olhos do mais novo. Precisava verificar a veracidade daqueles curtos períodos, que, implicitamente, continham motivações estreitas. Son não queria entender nada erroneamente.

- De verdade? Você tem certeza?

Richarlison franze a testa por meros segundos e, quando passou pela cabeça de Son que o outro iria recuar ou modificar o significado de suas palavras anteriores, Richarlison lhe envia um firme aceno e se levanta decisivamente.

- Sim. Vamos.

Son continuou sentado, observando, atônito, o atacante caminhar calmamente em direção a entrada das portas duplas dos fundos. Ele ainda não estava a par do que estava realmente acontecendo, contudo - mesmo que até segundos atrás estivesse prestes a acabar com o tipo de relação que eles tinham - não conseguiria ignorar o pedido de Richarlison. Na verdade, uma entranhável curiosidade dominava-o. Ele queria saber até onde Richi estaria disposto a ir com ele.

Levantando-se, Son percorre os passos de Richarlison. A partir dali, tudo poderia dar errado a um ponto que não teriam como fingir que nada aconteceu e Son não tinha certeza se gostava daquela ideia de inalterabilidade.

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- Então, como foi?

Son quase gargalha, em outras palavras, Son riria com vigor se não tivesse se contendo para não deixar a graça da situação vencê-lo. Richarlison se encontrava do outro lado da cama, mãos nos bolsos da calça e uma postura de quem poderia estar prestes a ter sua primeira entrevista de emprego. Seria fofo se não fosse - visivelmente - um tanto quanto atípico e desconcertante para o mais novo.

Embora quisesse ver até onde o outro seria capaz de ir, Son não acreditava que algo realmente aconteceria. Richarlison estava sendo previsível nas últimas interações dos dois. Além do mais, Son tinha consciência da perturbação que deveria estar na mente do rapaz, que não fazia questão de esconder ou não sabia como.

Decidindo que poderia se permitir tirar algumas risadas, afinal, ainda pretendia mantê-lo como seu amigo, Son deita-se na cama. Ao olhar para o jogador ao seu lado, sorri com o reconhecimento da tensão visível em toda a face dele.

- Deixa eu te contar algo, Charli. - Son começa, abrindo um sorriso maior ainda ao pôr ambas as mãos atrás de sua cabeça. Oposto a Richarlison, o mais velho portava serenidade em suas expressões. - Não é muito diferente quando é com um homem. As preliminares tem pouca variação, depende muito se você é bom nisso ou não.

Richarlison estala a língua, descaradamente dispensando as palavras de Son.

- O que ela fez então?

Prendendo-se em seu teatro pessoal, Son franze a testa, forjando tentar recuperar na memória o encontro raso que não passou de uma noite com Misuk.

- Ela estava em cima de mim. - Ainda fiel a seu papel, Son murmura. - E começamos a nos beijarmos...

Despreparado, Son assusta-se quando Richarlison sobe em cima dele, conforme foi dito e, não dando tempo para Son processar uma fala sequer, beija-o impulsivamente. Pela segunda vez naquela noite, o mais velho distraiu-se o suficiente para se esquecer do que ocorreu momentos antes. Tudo o que conseguia alcançar era a boca de Richarlison na sua.

- O que mais? - A voz falha do rapaz recupera parte da memória de Son, que abre os olhos para encontrar os castanhos. - Fala, Sonny. O que mais?

Sem lhe dar tempo de organizar propriamente o raciocínio, Richarlison avança pela pela mandíbula de Son, arrastando os lábios agilmente sobre a pele de seu rosto. O ar quente da respiração dele bagunçava os sentidos de Son, que desmontava-se cada vez mais sob o toque do outro.

Gol no seu coração (2son fanfic)Where stories live. Discover now