Gol no seu coração (2son fanfic)

Capítulo 38

O nervosismo de Richarlison retornou impiedosamente. Forçando a si mesmo a se mexer, abre espaço para que Son pudesse passar, seguindo-o deixa com que a porta fechasse atrás deles; mais uma vez, segura o pulso de Son, puxando-o consigo para a parte específica.

Ambos mantêm-se quietos. Richarlison solta o pulso de Son para enfiar as mãos nos bolsos da calça. A inquietação persistente em seu corpo. Enquanto isso, Son ainda estava parado, reparando em tudo ao seu redor. O frio suportável daquela noite se fazia presente, dançando entre os dois como uma apresentação convidada. Esperando, Richarlison apenas se mantém imóvel. Não se sentia tão ansioso assim desde a copa. Pelo menos naquela época, ele só tinha que jogar bola, o que sempre amou. Agora ele estava prestes a ser julgado por uma surpresa que ele não tinha certeza se estava boa.

Son vira-se para o rapaz, o cenho franzido contento marcas de diversão na expressão.

- Então, isso aqui é... o que exatamente? - Son passa a mão pelo cabelo, checando mais uma vez o local. - Achei que iríamos jantar em um restaurante ou algo assim. Um pub talvez. - Murmura a última frase, quase a transformando em uma pergunta. - Mas eu não estou reclamando! É só uma...surpresa. Realmente uma surpresa. 

Richarlison solta o ar que prendia a força em seus pulmões. Ele era péssimo nisso de encontro.

- Isso é...uma surpresa. - Ele definitivamente deveria voltar a estudar inglês; após o ano novo declinou os estudos por pura preguiça e seduzido pela ideia de morar em um país que tem como língua oficial ser o bastante. Contudo, ele apenas estava se enganando. Aquele momento era a prova disso. Não conseguia se expressar adequadamente.

- Sim. - Sonny o presenteia com um sorriso de lábios fechados, não um daqueles que ele dá para as câmeras tentando ser simpático, mas sim um dos que Richarlison raramente vê. - Isso é legal, Charli. Obrigado.

Son afasta-se para se sentar em uma das cadeiras.

- Vem. Vamos comer. - Son ainda carregava o sorriso dissemelhante. Era quase como se ele não estivesse certo do que estava acontecendo. Richarlison não poderia negar, nem ele mesmo estava!

Richarlison tinha visto o lugar algumas horas antes e, mesmo se não estivesse bom, ele não saberia apontar o que melhorar. Afinal, a sua profissão exigia muito pouco dos requisitos dos decoradores. O prédio no qual estavam servia como repositório de objetos diversos para leilão. Emerson o enviou como última opção, às duas da manhã. Com uma rápida e decisiva pesquisa, Richarlison descobriu que eles também alugam algumas salas do prédio para diversos fins, incluindo o terraço.

Pareceu uma boa ideia fazer um jantar com comidas típicas brasileiras no terraço de um prédio à noite com Sonny. Sem muita gente em volta. Só os dois aproveitando o momento, sem precisarem estar atentos o tempo todo ao redor para não passar a impressão errada. O que Richarlison não contava era com a exagerada ornamentação. O terraço estava iluminado com luzes pequenas e amareladas, uma pequena fogueira emanando ar quente que duelava de frente com o vento frio. A tapagem foi feita com madeiras finas, remetendo a algo mais rústico. Haviam duas mesas na lateral esquerda recheadas dos pratos que Richarlison encomendou e havia outra acompanhada de duas cadeiras e todos os itens necessários para um jantar. Sem contar as flores e aquele estranho cheiro agradável no ar.

Parecia ainda mais exagerado conforme Richarlison pensava sobre isso. Emerson disse que uma empresa cuidaria da decoração, mas o jogador não esperava que o "simples" deles fosse daquele jeito!

Richarlison sente os olhos de Son nele, a cada passo que dava até se sentar na sua frente. O coreano apoia os braços em cima da mesa, o sorriso de antes aumentando gradativamente. De frente a ele, o brasileiro sentia-se inexperiente. Parecia que aquele Son era outro, ao passo que era o mesmo de sempre.