Capitulo 17

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Ao acordar, não me lembrava muito do que havia acontecido e a cama estava mais confortável que o normal, por alguns segundos evitei abrir os olhos pois a sensação do sono ainda no meu corpo estava muito boa. O cobertor também estava mais felpudo e ao me espreguiçar percebi algo estranho, a cama estava maior. Porque diabos a cama aumentou? Abri os olhos e me deparei com uma janela enorme com cortinas vermelhas cheias de detalhes. Espere aí um pouco, que PORRA DE QUARTO É ESSE??? Me sento rápido na cama, que agora vejo ser uma cama de casal e neste exato momento o cobertor que antes me cobria, cai sobre ela, revelando meus seios nus. Instintivamente os cubro usando os braços, assustada e olhando em volta. Realmente não é o meu quarto, passa bem longe de ser. O que aconteceu? Onde está a minha blusa e o meu sutiã?

Olho em volta e não os vejo. Pelo menos ainda estou vestida na parte de baixo. Me levanto rápido da cama e tento me recordar do que aconteceu enquanto procuro o que me foi tirado. Me lembro claramente de estar no meu quarto planejando ir até a cozinha de madrugada e... espere... eu fui até a cozinha, óbvio que fui, tinha um bolinho açucarado e depois... ah não. NÃO, NÃO E NÃO. Um desespero sufocante começa a tomar conta do meu corpo enquanto minhas memórias da madrugada retornam a mim. O maldito estava lá, ele me drogou com alguma coisa e agora estou aqui nesse quarto estranho sem sutiã. Ele não ousaria tocar em mim, isso seria ir longe demais.

Tem que haver alguma resposta para tudo isso, há uma porta fechada aqui, ando em direção a ela ainda cobrindo os seios mas ela se abre repentinamente. E olha quem está ali, o miserável diabo, sem camisa??? Viro o rosto.
— Que lugar é esse, seu maldito? — pergunto, olhando para o outro lado.
— Por que está desviando o olhar? Você  não gosta do que vê? Sua boca pareceu gostar quando você estava passando ela na minha barriga.
— Não fode, eu vou te denunciar por me drogar e se tiver feito algo comigo, será por estupro.
— Foder? Mais? — ele riu, ignorando todas as minhas ameaças. Está procurando isso? — em seguida ergueu a mão direita e estava segurando o meu sutiã. Andei rápido e o puxei bruscamente mas evitando olha-lo sem blusa.
— Agora saía daqui.
— Não vou sair do meu próprio quarto. Mas vou ser bonzinho com você — ele se virou de costas — melhorou? Prometo não espiar os seus peitinhos de morango — gargalhou, estava muito animadinho pro meu gosto. Mas não aparentava de fato ter tocado em mim, parecia apenas uma pegadinha, ou é nisso que eu prefiro acreditar.

— Meus peitos de morango combinam perfeitamente com o seu pequeno sushi    aguado.
— Uau, ela sabe revidar. Você não reclamou do tamanho quando estava gritando de prazer.
Vesti o sutiã, mas não havia nenhuma blusa por ali. Que se dane, vou pegar qualquer uma que eu encontrar aqui.
— Gritando? Tem certeza de que não eram gargalhadas? — andei até o guarda roupas enorme e abri as portas. Haviam tantas roupas daquele idiota, peguei uma blusa branca quadrilhada e vesti rápido, ficou grande, muito grande, mas vai servir.
— Ei, ei ,ei — enfim ele percebeu o que eu estava fazendo — Pode tirar suas mãos de rato das minhas roupas.

— Não se aproxime — ordenei, mas sem resultado já que ele veio com tudo pra cima de mim, tentando tirar a blusa que eu havia vestido.
— Sai fora — o empurrei — agora essa blusa vai ser minha — passei por ele e andei em direção a porta, mas ele puxou o meu braço e usou tanta força que eu girei e o meu corpo bateu contra o seu.
Por alguns segundos a minha mão direita ficou sobre o seu peitoral, bem em cima de uma tatuagem estranha. Retirei rápido, revelando ainda mais a tatuagem, era um círculo em chamas, parecido com o sol, dentro deste círculo havia outra pequena tatuagem, eram três chifres, um para a direita, um para a esquerda e um apontando para baixo.

O empurrei outra vez e após trocarmos um olhar estranho, eu virei as costas e saí. Ele não disse nada, apenas me observou. Aquela porta dava exatamente no mesmo lugar que eu estive ontem a noite, o covil do diabo. Tudo estava exatamente como antes, tirando o fato de haver um cobertor em cima de um dos sofás. Então ele dormiu aqui, menos mal, agora tenho a confirmação de que era tudo uma pegadinha de mal gosto. Mas ainda assim eu irei mata-lo se tiver sido ele a tirar o meu sutiã, não haverá perdão.

Deixei o lugar e andei pelos corredores a procura daquele que me levava até o meu quarto, sem o meu tablet ficava difícil achar os lugares mas aos poucos eu ia me adaptando a mansão, me recordando de onde ir, onde virar e qual porta abrir. Encontrei com Bety e ela estava saindo do meu quarto.
— Senhorita Kaila, enfim acordou, pensei que já estivesse no seu quarto por isso eu vim aqui.
— Sim, acordei só que... espere, como assim pensou que eu já estivesse no meu quarto? Onde mais eu estaria? Bety, o que você sabe, fala logo.
— Senhorita, eu não se...
— Fale agora, e nem venha com essa de senhorita.

— Tudo bem, sei que você passou a madrugada no quarto do patrão.
— E sabe disso como?
— Fui eu quem tirou o seu sutiã, seguindo as ordens dele. Parece que ele te pegou roubando comida.
— Me pegou não, ele armou para mim. Drogou o bolinho que eu comi.
— Ele veio até mim pois sabe que nós nos damos muito bem, então eu fiz o que ele pediu mas em momento algum ele te olhou, eu juro.
— Nossa, reconfortada estou. Mas enfim, isso não muda o fato de que você  me olhou.
— Eu não gosto de peitos, pode ficar tranquila.
— Não foi isso que eu quis dizer. Quer saber, deixa pra lá. Vou me trocar.
— Essa blusa é dele?
— Era, agora é minha.
— O patrão não gosta muito de branco, como você bem sabe.
— Idai? Eu não me importo. Se ele não gosta, por que tem uma no guarda-roupas?
— Mesmo assim acho melhor você devolver, isso pode acabar mal.

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