Capitulo 15

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— Não quero nada que envolva a sua cama. Só achei engraçado alguém não ter uma cama no quarto.
— Isso não é um quarto — ele desliza os dedos sobre um dos livros — o meu quarto fica atrás daquela porta — apontou para uma das portas fechadas.
— Diga logo o que está planejando com esse jantar privado — o silêncio desse lugar está me deixando paranoica, preciso ouvir logo as verdades.
— Não seja tão apressada — ele virou-se para mim e me olhou de cima a baixo — Vejo que adora usar preto. Eu também. Agora sente-se, em breve eles irão subir trazendo o nosso jantar.

Andei lentamente até um dos sofás e me sentei, ele fez o mesmo e sentou-se ao lado. Que sensação desconfortável e estranha, aquele homem tem uma áurea absurda de poder e autoridade mesmo tendo uma aparência jovem.
— Tem uma menina aqui na mansão.
— Pode deixar o tablet sobre a mesa, não vai precisar dele aqui.
— Você é sujo a ponto de exigir uma menina como troca?
— Meus assuntos pessoais não te dizem respeito, Kaila. — seus olhos estão fixos em mim, mesmo sem olhar, eu sei que estão. Eu devia esperar um pouco mais antes de começar a atacar? Ou essa era a hora perfeita para aquilo? Talvez eu nem saiba o que estou fazendo.
— Então é isso que você faz, você recruta fracassados para te servirem?

— Sim, fracassados como você. Pelo visto está aprendendo rápido. Espero que aprenda a me servir também, você é a cereja do bolo, se me entende.
— Encoste em mim e eu te mato.
Ele aproxima seu rosto do meu enquanto meu olhar ficava fixo no vaso de flores a minha frente, em seguida começou a falar próximo ao meu ouvido, com sua voz áspera e fria.
— Quando tudo isso acabar, você estará morta.
Em seguida  voltou a sua posição inicial, confortável em seu sofá caro.
— Não tenho medo de você.
— Então olhe para mim.
— Não estou afim.
— Olhe — ele segurou meu rosto e o virou para encara-lo — eu já disse, você é patética e tem medo de tudo, viver com os ratos te fez virar um, foi?

— Me solte — me livrei de sua mão quente e me levantei — Vá se foder.
Ele também se levantou e começou a andar em minha direção, em resposta comecei a dar passos para trás. Alto, ele é muito alto, ou eu que sou baixinha. A luz do fogo da lareira fazia com que a sombra dele balançasse de um lado para o outro na parede do fundo, até pareciam criar formas distintas.
— Primeiro, não me ameasse — ele me pressionou contra uma das estantes e usou sua força para me prender, mas não o suficiente para me machucar — eu sou mais forte, mais rápido, mais alto — tentei focar meu olhar no chão mas ele não deixou, queria que eu visse a frieza de seus olhos — segundo, o que te faz pensar que eu quero tocar em você? Se acha muito atraente? — ele deslizou uma de suas mãos pela minha barriga.

— Me largue — tentei me livrar de suas garras mas foi em vão.
— Patética — ele começou a rir — Você não chega nem aos pés das mulheres que eu posso ter, você cheira a ratos. E eu não gosto de ratos. Agora você vai se sentar e vai seguir o meu jogo, estamos entendidos?
Fixei meus olhos nos seus, ele não estava brincando, alguma coisa ruim aconteceria se eu não o obedecesse e seguisse suas regras. Eu só tinha duas escolhas, desafia-lo e vêr o que aconteceria, ou seguir suas regras e me aprofundar cada vez mais no jogo de um ser arrogante.
— Meu senhor — Falei baixinho enquanto levava uma das minhas mãos ao seu rosto — eu — lentamente ergui meu rosto mais perto do dele, deixando nossas bocas bem próximas — QUERO QUE VOCÊ VÁ SE FODER — Pronto, agora ele me mata.

Ele não fez nada, a principio ficou em silêncio como se não acreditasse que eu havia o desafiado mais uma vez. Deve estar acostumado a sempre ter o que quer e a sempre ser obedecido. Mas comigo não será assim, mesmo com medo, uma parte de mim ainda continua feroz e não irei abaixar a cabeça para ninguém, nem mesmo para o diabo. Lúcifer ameaçou dizer algo mas foi interrompido por batidas na porta.
— Pode entrar — disse, mas sem tirar os olhos de mim.
Dois de seus funcionários entraram trazendo o jantar e uma taça de vinho.

— Desculpe senhor, estamos atrapalhando? — um dos homens encarou aquela cena e entendeu mais do que devia.
— Não, estávamos apenas conversando mas o clima acabou esquentando. Nossa nova inquilina é bem fogosa.
Mas que filho da puta, está fazendo parecer outra coisa. Por que não conta que está me pressionando e me ameaçando? Será que a única coisa que ele sabe fazer é contar mentiras e plantar a discórdia? Mas enfim, vou aceitar dessa vez, não quero desafia-lo na frente de seus funcionários. Posso ser feroz, mas não sou burra.

— Eu  trouxe o melhor vinho, como o senhor havia pedido.
— Obrigado, mas vou ter que beber e jantar sozinho. A senhorita Kaila perdeu a fome. Já pode ir — ele se afastou de mim e os funcionários ficaram sem entender.
— Então posso ir? — perguntei.
— Foi o que eu disse, tem dificuldades até para entender o básico? Mas não irá jantar está noite, e nem nas noites seguintes — ele me fitou por cima do ombro e deu uma piscadela — sem almoços também.

Meu Diabo FavoritoWhere stories live. Discover now