<Cap 99 - Dark fantasy>

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(...CAPITULO NÃO REVISADO...)

Gulf estava ofegante com o esforço e a dor. - Por que você tem que mentir para si?

- Não estou mentindo! - As garras em torno de Gulf cerraram de maneira selvagem, embora ele não tivesse tentado se livrar. - Só quero coisas boas na minha vida, meu pai, minha família, não posso perder tudo outra vez.

Luke estava ajoelhado agora. Valentim havia erguido a espada suja de sangue. Os olhos de Luke estavam fechados, e ele estava murmurando alguma coisa: palavras, uma oração, Gulf não sabia. Gulf girou nos braços de Mew, de modo que pudesse olhar em seus olhos. Os lábios de Mew estavam contraídos, o maxilar tenso, mas os olhos... A frágil armadura estava quebrando. Só precisava de um último golpe seu. 

Gulf batalhou para encontrar as palavras certas.

- Você tem uma família — Gulf disse. - A família é composta por pessoas que o amam. Como os Lightwood o amam. Boat, Mild... - A voz dele falhou. - Luke é minha família, e você vai me fazer vê-lo morrer do mesmo jeito que pensou que tivesse visto seu pai morrer quando tinha 10 anos? É isso que você quer, Mew? É esse o tipo de homem que você quer ser? Como... - Gulf parou de falar, repentinamente apavorado com a possibilidade de ter ido longe demais. 

- Como o meu pai - Mew disse. A voz dele estava gelada, distante, insipida como a lâmina de uma faca.

Perdi, Gulf pensou desesperado. 

- Abaixe-se - ele disse, e empurrou Gulf com força. Ele cambaleou, caiu no chão, rolou sobre um joelho. Ajoelhando-se, Gulf viu Valentim erguer a espada por cima da cabeça. O brilho do candelabro no alto refletia na espada e agredia os olhos de Gulf com pontinhos de luz. 

- Luke! - Gulf gritou. A lâmina foi com tudo para o chão. Luke não estava mais lá. Mew, que se movera mais rápido do que Gulf podia imaginar, até nos padrões dos Caçadores de Sombras, o empurrara para fora do caminho, jogando-o para o lado. Mew se levantou, encarando o pai através do cabo da espada, com o rosto pálido, porém firme.

- Acho que é melhor você ir - disse Mew.

 Valentim olhou incrédulo para o filho. - O que você disse?

Luke estava sentado. Sangue fresco manchava sua camisa. Ele encarou enquanto Mew estendia a mão e gentilmente, quase desinteressado, acariciava o cabo da espada que havia sido enterrada no chão.

- Acho que você ouviu, pai.

A voz de Valentim era como um chicote.

- Jonathan Morgenstern...

Rápido como um raio, Mew pegou o cabo da espada, libertou-a do chão, e a ergueu. Ele segurou com leveza, firme e plana, com a ponta a alguns centímetros do queixo do pai.

- Esse não é o meu nome - ele disse. - Meu nome é Mew Suppasit.

Os olhos de Valentim continuavam fixos em Mew; ele mal parecia perceber a espada na garganta.

- Suppasit? - ele rugiu. - Você não tem sangue Suppasit! Michael Suppasit era um estranho para você... 

- Você - disse Mew calmamente - Também é. 

Mew moveu a espada para a esquerda. - Agora vá.

Valentim estava balançando a cabeça. - Nunca. Não vou receber ordens de uma criança.

A ponta da espada tocou a garganta de Valentim. Gulf observava com um horror fascinado. 

- Sou uma criança muito bem treinada - disse Mew. - Você mesmo me instruiu na arte de matar. Só preciso mover dois dedos para cortar sua garganta, sabia? - ele estava com os olhos firmes. - Acho que sabe disso. 

!¿Where it all began?!Where stories live. Discover now