!¿Where it all began?!

<Cap 06- Everything going wrong>

O príncipe das trevas montava seu cavalo arisco, com a capa negra voando atrás de si. Um aro prateado prendendo os cabelos louros, o rosto belo e frio com a ira da batalha, e...

E o braço dele parecia uma berinjela - Gulf murmurou para si mesmo, exasperado. O desenho não estava dando certo. Com um suspiro, ele arrancou mais uma folha do bloco, amassou e atirou contra a parede branca do quarto. O chão já estava cheio de bolinhas de papel, um sinal claro de que a criatividade não estava circulando da maneira que ele esperava. Ele desejou pela milésima vez ser um pouquinho mais como a mãe. Tudo que Jocelyn Kanawut desenhava, pintava ou esboçava era lindo, e parecia ter sido feito sem grandes esforços.

Gulf tirou os fones de ouvido - interrompendo no meio a música "Stepping Razor" '- e esfregou as têmporas doloridas. Foi só então que ele percebeu que o som alto e agudo do toque do telefone estava ecoando no apartamento. Jogando o bloco de desenhos na cama, se levantou de um pulo e correu para a sala, onde o telefone vermelho antiquado ficava sobre uma mesa próxima à porta da frente.

- Quem fala é Gulf Kanawut?- A voz do outro lado da linha soava familiar, embora não fosse imediatamente identificável. Gulf enrolou o fio do telefone no dedo, de forma nervosa.

-Olá, eu sou um dos encrenqueiros que carregava facas que você conheceu ontem à noite na Discomania. Acho que não causei uma boa primeira impressão e gostaria que você me desse uma chance de com pensar por...

- NAMJOON! - Gulf afastou o telefone da orelha enquanto ele começava a rir. - Não tem a menor graça! - Claro que tem! Você só não está captando o humor.

- Idiota. - Gulf suspirou, apoiando-se contra a parede. - Você não estaria achando tão engraçado se estivesse aqui quando eu cheguei ontem à noite.

- Por que não?

- Minha mãe. Ela não gostou nem um pouco do nosso atraso. Deu um ataque. Foi péssimo.

- O quê? Não foi nossa culpa termos enfrentado trânsito! - protestou Namjoon. Ele era o caçula de três irmãos e tinha um senso consideravelmente aguçado de injustiça familiar. - Bem, ela não encara dessa forma. Eu a decepcionei pisei na bola. Fiz com que ela se preocupasse, blá-blá-blá. Eu sou a perdição da existência dela - disse Gulf, imitando as palavras exatas da mãe com uma pontinha de culpa.

- Então, você está de castigo? - perguntou Namjoon, um pouco alto demais. Gulf podia ouvir um emaranhado de vozes atrás dele; pessoas falando de forma atropelada. -Ainda não sei - disse ele. - Minha mãe saiu hoje de manhã com o Luke, e eles ainda não voltaram. Mas onde você está? Na casa do Eric?

- Sim. Acabamos de terminar o ensaio. - Um prato bateu atrás de Namjoon. Gulf franziu o rosto. - Eric vai fazer uma leitura de poesia no Java Jones hoje à noite - continuou Namjoon, falando de um café na esquina da casa de Gulf, onde às vezes havia música ao vivo, - A banda toda vai assistir. Quer ir?

- Claro, vamos sim, - Gulf pausou, puxando o fio do telefone ansiosamente. Espere. Não.

-Silêncio, gente, por favor? -gritou Namjoon, a fraqueza em sua voz fez com que Gulf suspeitasse de que ele estava segurando o telefone afastado da boca. Ele voltou um segundo depois, soando perturbado.

-Isso foi um sim ou um não?

-Não sei. - Gulf mordeu o lábio. - Minha mãe ainda está chateada comigo por causa de ontem. Não sei se quero irritá-la pedindo favores. Se eu for arrumar problemas, não quero que seja por causa da porcaria da poesia do Eric.

-Ah, vamos, não é tão ruim assim- disse Namjoon. Eric era vizinho de porta dele, e eles se conheciam há muito tempo. Não eram tão próximos quanto Namjoon e Gulf, mas haviam montado uma banda de rock no segundo ano, junto com Matt e Kirk, amigos de Eric. Eles ensaiavam na garagem dos pais de Eric, toda semana, religiosamente. - Além disso, não é um favor acrescentou Namjoon - é uma noite de poesia na esquina da sua casa. Até parece que estou te convidando para uma orgia em Hoboken. Sua mãe pode ir junto se quiser,