<Cap 14 - I need help>

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Ele estava à porta do quarto da mãe agora. Por um instante, parecia que pelo menos esse cômodo permanecera intocado. A colcha de flores feita à mão de Jocelyn estava cuidadosamente dobrada. O rosto de Gulf sorria para ela mesma do alto da mesa de cabeceira, 5 anos, sorriso banguela, e cabelos cor de chocolate. Um choro se formou no peito de Gulf. Mãe, ele chorou por dentro, o que aconteceu com você.

O silêncio respondeu. Não, não o silêncio - um barulho ecoou no apartamento, arrepiando os pelos da nuca de Gulf. Como alguma coisa sendo derrubado-, um objeto pesado atingindo o chão com uma batida forte. A batida foi seguida por um barulho arrastado e vinha em direção ao quarto. Com o estômago contraindo de pavor, Gulf se levantou e virou-se de costas lentamente.

Por um instante, ele pensou que a entrada estava vazia, e sentiu uma onda de alívio. Em seguida olhou para baixo.

Estava agachada no chão, uma criatura longa e escamada com um conjunto de olhos pretos vazios no centro do crânio. Alguma coisa entre um cruzamento de jacaré com centopeia, com um focinho grosso e liso e uma cauda peluda que balançava perigosamente de um lado para o outro. Pernas múltiplas se ajeitavam sob o corpo enquanto este se preparava para saltar.

Um berro partiu da garganta de Gulf. Ele cambaleou para trás, escorregou e caiu, bem na hora em que a criatura atacou-o. Ele rolou para o lado, e não foi atingido por poucos centímetros, deslizando pelo chão de madeira, suas garras escavando estrias profundas no piso. Um rosna do baixo partiu da garganta da criatura.

Gulf se levantou de qualquer jeito e saiu correndo para o corredor, mas a coisa era rápida demais para ele, pulou mais uma vez, aterrissando exatamente acima da porta, onde ficou pendurada como uma aranha maligna gigante, encarando-o com um conjunto de olhos. A mandíbula se abria lentamente, exibindo uma fileira de dentes afiados dos quais pingava saliva esverdeada. Uma longa língua preta tremeluzia enquanto murmurava e sibilava. Para seu verdadeiro horror, Gulf percebeu que os ruídos que emitia eram palavras.

- Menino - sibilou. - Carne. Sangue. Comer, ah, comer. Começou a deslizar lentamente pela parede. Uma parte de Gulf havia ultrapassado o terror e chegado a um estado de paralisação congelada. A coisa estava de pé agora, arrastando-se em direção a ele. Chegando para trás, Gulf pegou um porta-retrato na escrivaninha ao lado dele.

- ela, a mãe e Luke em Coney Island, prestes a entrar nos carrinhos bate-bate- e atirou contra o monstro.

A foto atingiu o centro da criatura e depois caiu no chão, com o barulho de vidro quebrando. O bicho não pareceu notar. Veio em direção a ele, com os pedaços de vidro quebrado sob os pés.

-Ossos, quebrar, sugar a medula, beber as veias. – O mostro sibilou.

Gulf bateu com as costas na parede. Não tinha mais para onde recuar. Ele sentiu um movimento no quadril e quase saltou para fora da própria pele. O bolso. Colocando a mão dentro dele, retirou o objeto de plástico que pegara de Mew. O Sensor estava tremendo, como um telefone ou celular programado para vibrar. O material duro chegava a machucar a palma da mão dele de tão quente. Ele fechou a mão em torno do Sensor enquanto a criatura saltou.

O bicho se lançou violentamente contra ele, derrubando-o no chão, e sua cabeça e ombros bateram no chão. Ele girou para o lado, mas a coisa era pesada demais. Estava em cima dele, um peso opressivo e viscoso que fazia com que Gulf quisesse vomitar.

-Comer, comer - gemia. - Mas não é permitido engolir, saborear.

O hálito quente no rosto de Gulf tinha cheiro de sangue. Ele não conseguia respirar. Parecia que suas costelas iam quebrar. Ele estava com o braço preso entre o próprio corpo e o do monstro, o Sensor cavando a palma da mão. Ele girou, tentando libertar a mão.

-Valentim nunca vai ficar sabendo. Ele não falou nada sobre nenhum garoto. Valentim não ficará irado. - Sua boca sem lábios se movimentava e, enquanto as mandíbulas abriam lentamente, uma onda de mau hálito vinha quente em seu rosto.

Gulf libertou a mão. Com um grito, ele bateu na criatura, querendo esmagá-la, cegá-la. Ele já tinha quase esquecido do Sensor. Enquanto a criatura tentava atacá-lo no rosto, com a boca amplamente aberta, Gulf enfiou o Sensor entre os dentes do monstro e sentiu uma saliva quente e ácida no pulso, e gotas ferventes pingarem na pele exposta do rosto e da garganta de Gulf. Como se estivesse distante dali, podia se ouvir gritando.

Parecendo quase surpresa, a criatura recuou, com o Sensor alojado entre dois dentes. Rugiu um barulho espesso e raivoso, e jogou a cabeça para trás. Gulf a viu engolir, percebeu o movimento da garganta. Sou o próximo, ele pensou, em pânico.

De repente, a criatura começou a estremecer. Com espasmos incontroláveis, se afastou de Gulf e rolou sobre as próprias costas, múltiplas pernas chutando o ar. Liquido preto vazou da boca do monstro.

Quase sem fôlego, Gulf rolou e começou a se afastar da coisa também. Ele já havia praticamente alcançado a porta quando ouviu algo assobiar pelo ar próximo à sua cabeça. Ele tentou desviar, mas era tarde demais. Um objeto bateu forte na parte de trás da cabeça, e ele sucumbiu entregue à escuridão.

(Obs: Capítulo não revisado, desculpe caso haja erros ortográficos)

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