<Cap 24 - My house>

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<...Obs: Capitulo não revisado...>

O elevador chegou com um ronco final. Mew soltou o portão e ele se abriu. O interior lembrava uma gaiola, toda de metal preto, e alguns pedaços dourados decorativos.

-Eu supus - ele disse, selando a porta atrás. - Parecia a explicação mais lógica.

- Você supôs? Você devia ter muita certeza, considerando que poderia ter me matado.

Ele apertou um botão na parede e o elevador entrou em ação com um ronco vibrante que Gulf sentiu por todos os ossos e os pés.

-Eu tinha noventa por cento de certeza.

- Entendo- disse Gulf...

Deve ter havido alguma coisa na voz dele, porque Mew se virou para olhar para ele. A mão de Gulf estalou contra o rosto de Mew, um tapa que fez com que ele cambaleasse. Ele pôs a mão na bochecha, em uma reação mais de surpresa do que de dor.

- Mas por que você fez isso?

- Os outros dez por cento – Gulf disse, e eles andaram o resto do caminho em silêncio.

Mew passou o trajeto de metrô até o Brooklyn imerso em um silêncio irritadiço. Gulf ficou perto dele mesmo assim, sentindo um pouco de culpa, principalmente quando olhava para a marca vermelha que a agressão deixara no rosto dele.

Gulf não se incomodava com o silêncio, pois dava-lhe a oportunidade de pensar. Ficou repassando a conversa com Luke, diversas vezes na cabeça. Doía pensar naquilo, como morder com um dente quebrado, mas ele não conseguia parar.

Mais longe no metrô, duas meninas adolescentes sentadas em um banco laranja estavam rindo. O tipo de garotas das quais Gulf nunca havia gostado em St. Xavier, trazendo celulares cor-de-rosa e bronzeados artificiais. Por um instante, Gulf imaginou se estariam rindo dele, antes de perceber com surpresa que elas estavam olhando para Mew.

Ele se lembrou da garota no café que ficou encarando Namjoon. Todas as meninas tinham aquela expressão no rosto quando achavam que alguém era bonitinho. Com tudo o que havia acontecido, ele quase se esquecera de que Mew era bonitinho. Mew não tinha a aparência delicada de Boat, o rosto dele era mais interessante. À luz do dia, ele tinha olhos dourados e eles estavam... Olhando para si. Gulf ergueu uma sobrancelha.

- Posso te ajudar com alguma coisa? Gulf não hesitou em utilizar um tom voltado para o deboche.

Mew deu um olhar afetado.

- Aquelas garotas do outro lado do vagão estão encarando você.

-Claro que estão. Mew disse. - Sou extremamente atraente.

- Você nunca ouviu falar que a modéstia é um traço atraente?

- Só para pessoas feias - confidenciou Mew. - Os mais gentis podem herdar a terra, mas no momento ela pertence aos esnobes. Como eu. - Ele deu uma piscadela para as garotas, que sorriram e se esconderam atrás dos próprios cabelos.

Gulf suspirou.

- Como elas conseguem te ver?

- É um saco usar magia. Às vezes nem nos incomodamos.

O episódio com as meninas do metrô pareceu deixar Mew mais bem humorado. Quando saíram da estação e subiram a rua para o apartamento de Gulf, Mew tirou uma das lâminas serafim do bolso e começou a girá-la entre os dedos e através das juntas, cantando consigo mesmo.

- Você precisa mesmo fazer isso? - perguntou Gulf. -É irritante.

Mew cantou mais alto. Era uma espécie de canto alto e bem entoado, algo entre "Parabéns para você" e "O hino da batalha da República".

- Desculpe por ter dado um tapa em você - Gulf disse.

Mew parou de cantarolar.

-Apenas se dê por satisfeito por ter batido em mim, e não em Boat. Ele teria revidado.

- Ele parece estar apenas procurando uma oportunidade - disse Gulf, chutando uma lata de refrigerante vazia para fora do caminho. - O que foi aquilo que Boat te chamou? Para-alguma coisa?

- Parabatai - disse Mew. - Significa um par de guerreiros que lutam juntos, mais próximos que irmãos. Alec é mais do que apenas meu melhor amigo. Meu pai e o dele eram parabatai na juventude. O pai dele era meu padrinho, e é por isso que moro com eles. São minha família adotiva.

- Mas seu sobrenome não é Lightwood?

(...Obs: Eu cometi um pequeno erro. Nessa história por serem irmãos Boat e Mild se chamarão de Boat Lightwood e Mild Lightwood, desculpe o erro, eu avia me esquecido de mudar seus sobrenomes da vida real...)

-Não - disse Mew, e Gulf teria perguntado qual era, mas eles chegaram à casa de Gulf.

O coração de Gulf começara a bater tão forte que ele sabia que devia estar audível a quilômetros de distância. Ele ouvia um apito nos ouvidos, e as palmas das mãos estavam encharcadas de suor. Gulf parou na frente dos arbustos, esperando ver uma fita policial amarela cercando a porta da frente, vidro quebrado na grama frontal, tudo reduzido a lixo.

Mas não havia sinal algum de destruição. Banhado pelo agradável sol do meio-dia, o prédio parecia brilhar. Abelhas voavam preguiçosamente ao redor das flores abaixo da janela da Madame Dorothea.

- Parece normal - disse Gulf.

-Do lado de fora – Mew alcançou o bolso da calça jeans e pegou outro daquele objeto de plástico e metal que Gulf havia pensado ser um telefone celular.

- Então isso é um Sensor? O que isso faz? – Gulf perguntou.

- Capta frequências, como um rádio faz, mas com frequências de origem demoníaca.

- Ondas curtas de demônios?

-Algo do tipo. - Mew segurou o Sensor à sua frente enquanto se aproximava da casa. Apitou fracamente enquanto subia as escadas, depois parou. Mew franziu o cenho. - Está captando atividade de rastro, mas isso pode ser restos daquela noite. Não estou recebendo nada forte o suficiente para indicar a presença de demônios agora.

Gulf soltou o ar que não havia percebido que estava prendendo.

Ótimo. – Gulf se abaixou para pegar as chaves. Ao se ajeitar, ele viu os arranhões na porta da frente. Devia estar escuro demais para que ele os visse da última vez. Pareciam marcas de garras, longas e paralelas, entalhadas com profundidade na madeira.

Mew tocou o braço de Gulf.

- Eu vou entrar primeiro ele disse. Gulf queria dizer a ele que não precisava se esconder atrás dele, mas as palavras não saíam. Gulf podia sentir o gosto do horror que havia sentido ao ver o Ravener pela primeira vez. O gosto era afiado e cúprico, como moedas velhas...

!¿Where it all began?!Onde histórias criam vida. Descubra agora