<Cap 18 - I'm understanding>

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...(Obs: Capitulo não revisado, desculpa caso haja erros de escrita)...

O Instituto era enorme, um vasto espaço cavernoso, que parecia menos projetado de acordo com um espaço plano e mais como um espaço naturalmente cavado em uma pedra pela passagem de água e dos anos. Através de portas entreabertas, Gulf viu incontáveis quartinhos idênticos, cada um com uma cama simples, uma mesa de cabeceira e um grande armário de madeira aberto. Arcos claros de pedras erguiam os tetos altos, muitos deles cuidadosamente esculpidos com pequenas figuras. Ele percebeu algumas temáticas repetidas: anjos e espadas, sóis e rosas.

- Por que esse lugar tem tantos quartos? - perguntou Gulf. - Eu pensei que fosse um instituto de pesquisa.

- Essa é a ala residencial. Juramos oferecer segurança e alojamento a qualquer Caçador de Sombras que requisitar, Podemos abrigar até duzentas pessoas aqui.

- Mas a maioria dos quartos está vazia.

-As pessoas vêm e vão. Ninguém fica por muito tempo. Geralmente somos só nós: Boat, Mild, Max, os pais deles, Hodge e eu.

- Você não conheceu o formoso Mild? Boat é o irmão mais velho dele. Max é o mais novo, mas ele está viajando com os pais.

- Max? De férias?

- Não exatamente – Mew hesitou. - Você pode pensar neles como diplomatas estrangeiros, e isso aqui como uma embaixada, mais ou menos. Agora eles estão no país natal dos Caçadores de Sombras, resolvendo algumas negociações de paz muito delicadas. Eles levaram Max junto porque ele é muito novo.

- País natal dos Caçadores de Sombras? - A cabeça de Gulf estava girando. - Como se chama?

- Idris.

- Nunca ouvi falar.

- Claro que não. - Aquela superioridade irritante ainda embalava a voz de Mew. - Os mundanos não sabem nada a respeito. Existem sortilégios, feitiços protetores, por todas as fronteiras. Se você tentasse cruzar as fronteiras de Idris, simplesmente seria transportado de uma fronteira para a próxima. Você nem ficaria sabendo.

-Então não consta nos mapas?

-Não nos mundanos. Para os nossos propósitos, você pode considerá-lo um pequeno país entre Alemanha e França.

- Mas não tem nada entre a Alemanha e a França. Só a Suíça.

-Exatamente - disse Mew.

- Suponho que já tenha estado lá. Em Idris, quero dizer.

- Cresci lá. - A voz de Mew era neutra, mas alguma coisa no seu tom deixou claro que mais perguntas nesse sentido não seriam bem recebidas. - A maioria de nós cresceu lá. Existem, obviamente, Caçado res de Sombras no mundo inteiro. Temos que estar em todos os lugares porque as atividades demoníacas estão em todos os lugares. Mas, para um Caçador de Sombras, Idris é sempre "sua casa".

- Como Mecca ou Jerusalém disse Gulf, pensativa. - Então a maioria de vocês é criada lá, e depois, quando crescem...

- Somos mandados para onde precisam de nós- disse Mew sucintamente. - E existem alguns, como Mild e Boat, que crescem longe do país natal, pois os pais estão longe. Com todos os recursos do Instituto aqui, o treinamento de Hodge... - Ele parou de falar. - Essa é a biblioteca.

Eles chegaram a um par de portas arqueadas. Um gato persa azul com olhos amarelos estava deitado à frente delas. Ele levantou a cabeça enquanto os dois se aproximavam e bocejou.

- Olá, Church - disse Mew, acariciando a cabeça do gato com o pé descalço. As pupilas dos olhos do gato se encolheram de satisfação.

- Espere ai - disse Gulf. - Boat, Mild e Max... Eles são os únicos Caçadores de Sombras da sua idade, os únicos com quem você socializa?

Mew parou de acariciar o gato.

- São.

- Isso deve ser muito solitário.

-Tenho tudo de que preciso. - Ele abriu as portas. Após um instante de hesitação, Gulf o seguiu.

A biblioteca era circular, com um teto cônico em uma parte, como se tivesse sido construída no interior de uma torre. As paredes eram alinhadas com livros, as prateleiras tão altas que escadas enormes eram postas em intervalos ao longo do recinto. E também não havia livros normais - eles eram encadernados em couro e veludo, enfeitados com cadeados de pedras brilhantes e iluminados com caligrafias douradas. Pareciam gastos de um jeito que deixava claro que não eram apenas velhos, mas bastante utilizados, amados.

O chão era de madeira polida, incrustada com pedaços de vidro, mármore e pedras semipreciosas. A camada interior formava um padrão que Gulf não conseguia decifrar - poderiam ser as constelações, ou até um mapa do mundo; ele suspeitou que teria de subir a torre e olhar para baixo para enxergar direito.

No centro da sala, havia uma mesa magnífica. Era esculpida a partir de um único bloco de madeira, um pedaço grande e pesado de carvalho, luminosa com o brilho dos anos. O bloco se apoiava nas costas de dois anjos, esculpidos a partir da mesma madeira, as asas entrelaçadas e as faces entalhadas com olhar sofrido, como se o peso da mesa estivesse quebrando suas respectivas colunas. Atrás da escrivaninha sentava um homem magro, com cabelos grisalhos e um longo nariz pontudo.

- Um amante de livros, posso perceber - ele disse, sorrindo para Gulf. - Você não tinha me contado isso, Mew.

Mew riu. Gulf podia perceber que Mew estava atrás de si, com as mãos no bolso, e aquele sorriso irritante.

-Não conversamos muito durante nosso breve contato - Mew disse. - Temo que nossos hábitos de leitura não tenham sido abordados. Gulf virou-se para o homem e lançou-lhe um olhar.

- Como você sabe? - Gulf perguntou para o homem atrás da mesa. - Que eu gosto de livros, quero dizer.

- A expressão no seu rosto quando você entrou ele disse levantando-se e circulando a mesa. - Por algum motivo duvidei que tivesse ficado tão impressionado comigo.

Gulf conteve uma exclamação de espanto quando ele se levantou. Por um instante parecia que ele estava estranhamente deformado, o ombro esquerdo era mais alto que o outro. Ao se aproximar, Gulf percebeu que a protuberância era na verdade um pássaro, empoleirado no ombro dele - uma criatura de penas brilhantes com olhos pretos reluzentes.

-Esse é Hugo - disse o homem, tocando o pássaro no ombro. - Hugo é um corvo e, como tal, sabe muitas coisas. Enquanto eu, Hodge Starkweather, sou um professor de História, e como tal, não sei quase nada.

Gulf deu uma risadinha e apertou a mão esticada de Hodge.

-Gulf Kanawut.

- Honrado em conhecê-lo - ele disse. - Ficaria honrado em conhecer qualquer pessoa capaz de matar um Ravener apenas com as próprias mãos...

(...Obs: Como já havia lhes avisado hj começa as minhas aulas, então não sei se conseguirei postar o próximo capitulo hj anoite, mas amanhã com toda certeza eu irei postar um. Bjs filhotes e uma boa tarde para vcs...)

!¿Where it all began?!Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora