Capítulo 78-A única coisa a fazer com os bons conselhos é passá-los a outros.

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JACKSON FREMONT

O trovão ressoa alto no céu e o som da chuva batendo na janela do quarto conduz os minutos que vão se passando lentamente. O dia já havia amanhecido e a tarde estava em seu auge. Dandara ainda está dormindo, seu organismo embebido em medicação. Durante toda a madrugada ela esteve atormentada por pesadelos. Seu corpo tremia em seu sono, e ela teve um aumento significativo da sua temperatura.

Eu não saí do seu lado nem por um segundo. Mesmo minha mente sendo um maldito labirinto quando fecho os olhos e tento processar as últimas vinte e quatro horas. É uma tarefa impossível. A única coisa que eu sei é que estou aterrorizado com o medo de não conseguir impedir que Dandara tenha um colapso mental. Foi doloroso assisti-la perdida nas lembranças ruins. Minhas entranhas eram rasgadas cada vez que eu assisti administrarem calmante em sua veia. Eu não era um homem de oração, mas eu rezava cada minuto que eu podia. Eu só queria que ela abrisse os olhos.

Voltasse para mim.

— Aqui está o café.— Noemi me entrega o copo antes de voltar a ficar no sofá onde ela esteve nas últimas horas. Assim como eu, ela se recusou a sair do quarto.
— Obrigado.

Eu tomei o primeiro gole e passei minha mão sobre meu rosto. Eu estava tão cansado, mas nada que eu fizesse me permitiria dormir. Não até minha mulher acordar, até que pudéssemos dormir lado a lado novamente. Então eu dormiria.

— Adam já desembarcou? —Eu perguntei.
— Sim, Deive foi buscá-lo.

Eu balancei a cabeça e terminei de tomar o meu café em silêncio. E antes que eu desse o último gole, resmungos vindos da cama tinham a minha atenção. A cabeça de Dandara se moveu de um lado para o outro e seu corpo tremeu, exatamente como algumas vezes nas últimas horas.

Levantei-me e apoiei a mão na testa. — Está tudo bem, Dandara. Eu estou com você. — Eu repeti as palavras várias vezes para ela, sem saber se elas fizeram uma pequena diferença.

Quando seus olhos abriram, meu coração parou e minha respiração era difícil de encontrar.
— Jack... —Meu nome sibila de seus lábios como uma súplica.
— Eu estou aqui, fada — Eu respirei— Sua mãe também.
— Você está bem, estrelinha. Você está no hospital. Segura. — Noemi sussurrou.
— Eu pensei que nunca mais iria vê-los — Ela diz, um soluço está preso em sua garganta.

Então a sua garganta contrai quando ela engole forte, e ela gira a cabeça lentamente ao redor, como se lembrasse de algo.

— Paxton. — Ela grunhiu, sua voz extremamente baixa.
— Ele está bem, acordado e se recuperando.

Suas sobrancelhas se sulcam. 
— O detetive?
— Ele está morto. Acabou.

Mais perguntas surgiram em seus olhos, mas antes que ela pudesse falar, eles se fecharam quando a exaustão tomou conta, os remédios ainda muito presente. Quando sua respiração estabiliza, eu escorrego para longe da cama e permito que ela tenha o descanso que seu corpo desesperadamente anseia. Eu chamo a médica responsável por atender Dandara e ela a examina antes de suspender os analgésicos mais pesados e o calmante. Agora que ela finalmente acordou e demonstrou sinais de consciência, só precisamos  esperar que volte totalmente e consiga se manter acordada. E então eu terei meu controle de volta aos eixos.

— Jackson. — Meu nome é chamado e meus olhos procuram a voz familiar.

Eu levanto a cabeça para encontrar Wes. Com um movimento, ele me chama para fora do quarto.

— Eu estarei perto. — Digo para Noemi. — Peça que me chamem se houver qualquer sinal de instabilidade.

El me dá um assentimento tranquilizador quando eu saio do
quarto. Fecho a porta atrás de mim e muitos olhos pousam em mim. Há uma quantidade grande de pessoas no corredor. Desde funcionários à amigos. Estão até mesmo os pais de Joshua Cox e Lindy. Os músculos faciais de todos estavam tensos, e eles colocavam seus olhares em mim, esperando minha próxima respiração.

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