Capítulo 15- Está se tornando mais do que deveria.

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DANDARA SCHILLER

Eu fechei meus olhos tentando segurar as lágrimas que ameaçavam. Eu certamente não queria trabalhar em algum lugar que eu não era desejada. Decidindo que seria um desperdício de tempo de todos até mesmo me entrevistar, eu me levantei e comecei a caminhar de volta para o elevador. Eu teria a recepcionista chamando Geórgia para mim, precisava agradecer a ela pela consideração dela antes de eu sair.

E como minha sorte estava cada dia mais fenômenal, eu ouvi a voz  de Geórgia me chamando.
— Dandara? Onde você está indo?

Ela caminha em minha direção com um sorriso.

— Vamos, o Dr. Fremont está te esperando.
— Eu ouvi vocês. Estou indo embora.

Ela fechou o sorriso.

— Merda.
— Sim. Merda. É assim que ele me fez sentir.—  Eu comecei a andar de novo, e Geórgia me parou agarrando meu ombro.
— Eu sinto muito. Eu disse que ele era difícil. Mas você vai se acostumar com
isso.
— Não. Ele não é apenas difícil. Ele é um idiota. Um grande. E eu ja trabalhei com uma variedade de personalidades, mas nada tão desagradável como o Dr. Fremont. — Asseguro-lhe.

Ela franze os lábios enquanto me olha.

— Eu entendo você. Mas por favor, fique. Confesso que não tenho certeza do que aconteceu com vocês, mas o Dr. Fremont  quer conversar com você.
— O Dr. Fremont deixou claro sua postura em relação a minha contratação. Eu não quero estar onde não sou desejada. Agradeço seu tempo e simpatia.
— Por favor, fique.  Acho que podemos entrar em um acordo.
— Sinto muito, mas não estou exatamente tão ansiosa pela residência como antes. Superior ou não, não gosto de me sentir como algo que precisava ser pisado e raspado no fundo do seu sapato e é isso que ele me fez sentir.

Geórgia suspira, olhando pela janela e eu posso dizer que está tentando encontrar as palavras certas.

— O Dr. Fremont  passou por muita coisa nos últimos sete anos. Ele foi empurrado para o papel de ranzinza devido à perdas irreparáveis. Tente entender que ele pode ser bastante desagradável às vezes por causa disso.

Suas palavras não fazem o embaraço que senti lá desaparecer, mas aguça um pouco da minha curiosidade. Eu estou perdida em uma linha de pensamento e não consigo prestar atenção quando Geórgia me guia de volta para a sala.

— Ei, eu ainda não aceitei tentar novamente — Digo em voz baixa.
— Ele odeia esperar— Diz ela, o que ilumina meus nervos no fogo.

Tenho certeza de como isso é possível, mas estou mais nervosa agora do que antes. Por que sinto que estou de volta ao ensino médio e sendo arrastada novamente para o diretor?

Eu não tenho muito tempo para pensar nisso porque Geórgia bate com os nós dos dedos nela.

— Dr. Fremont?—Ela grita em voz
alta.

Há uma pausa e então sua voz profunda explode: — Entre.

— Ah caramba.

Fria e indiferente, fria e indiferente— Repito para mim mesma.

Geórgia abre a porta e me leva para dentro. Meus olhos rapidamente voam para o Idiota sentado em sua mesa. Ele mal olha para mim, concentrando-se nos papéis em sua
mão.

— Você não precisa ficar, Geórgia. Acho que a Senhorita Schiller não precisa de babá. Somos adultos civilizados, certo?

Não existe pessoa mais ultrajante que Jackson Fremont.

— Escolho acreditar que sim—  Diz Geórgia e sai, fechando-me na sala com ele.

Parece que estou sendo trancada em uma cela de prisão. Limpo minha garganta buscando firmeza na voz e olho para ele, esperando que ele se dirija a mim primeiro. Minutos se passam e o silêncio ainda domina a sala, estou prestes a abrir a boca e estragar a minha determinação em tentar parecer fria e indiferente quando ele bate o dedo indicador no topo do papel que está olhando, o papel que agora estou reconhecendo como meu histórico.

Na batida do teu coração Where stories live. Discover now