Capítulo 59-A perda de confiança leva apenas instantes de uma decepção.

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DANDARA SCHILLER

Eu tive dificuldades para dormir naquela noite, e depois de muito rolar na cama eu finalmente caí em um sono incômodo e agudo, sonhos irregulares e imagens feias me torturando durante às seis horas em que minhas pálpebras estavam fechadas.

Quando abri meus olhos novamente, eles estavam pesados. Os lençóis do lado de Jackson estavam frios, mas não estou sozinha na cama. Dezenas de orquídeas azuis estão espalhadas sobre a cama. Conter o meu sorriso seria impossível, o perfume doce das flores exalam através do quarto, enquanto absorvo a beleza delicada. Jack havia me dito alguns dias atrás que essas flores o fazia lembrar dos meus olhos.

E desde então eram suas flores preferidas.

Viro a cabeça e vejo um pedaço de papel dobrado na mesa de
cabeceira. Eu me aproximo e sento, desdobrando o papel para ler sua nota escrita à mão. Meu interior se derrete conforme eu leio as palavras.

Minha fada,

Eu tentei buscar algo para que seu dia se inicie tão puro e belo como você, mas falhei em minha busca, nada se compara à tamanha raridade. Você já sabe o que orquídeas azuis fazem para mim, e elas são o melhor que pude fazer, mas elas nem sequer chegam perto da perfeição que eu vejo cada vez que olho para você. Eu sei que disse que passaríamos o dia juntos, mas tenho que correr para o hospital. Ligue-me quando você acordar. Já sinto falta da sua voz doce.

Seu Jack

Meu sorriso é enorme. Eu tinha visto Jack triste, preocupado, irritado, intenso e quebrado. Eu o vi com raiva em seus olhos e um culpa em seus ombros. Eu o tinha visto gentil, e eu o vi carinhoso. Mas ainda não tinha experimentado o seu lado romântico que esteve mascarado pelo austero comportamento.

Eu o amei ainda mais.

Agarrando meu telefone, estou ansiosa enquanto toca e espero que ele atenda.

— Bom dia. — Ele diz.
— Quando foi que você fez isso?
— Segredo, fada. — Ele brinca, e posso imaginar o seu sorriso agora, as
linhas enrugando nos cantos dos olhos.
— Mantenha seus segredos então, enquanto eu continuar a me beneficiar. — Eu brinco de volta.— Obrigada, meu dia não poderia começar melhor.

E depois de ontem, eu precisava muito de algo desse tipo.

— Espero que seja bem pelo resto do dia.
— Só será perfeito quando você chegar em casa— Eu digo e seu grunhido em resposta me faz rir. — O que foi isso?
— Porra, eu estou considerando largar as coisas e ir agora mesmo.
— Você seria um profissional muito ruim. — Eu rio.
— E você seria a culpada. Você não tem ideia de como eu sinto a necessidade de ficar perto de você.
— Eu acho que eu tenho. Nós nos conectamos em uma maneira que não acho que duas pessoas poderiam algum dia.
— Sim. — Ele diz e, em seguida, faz uma pausa antes de continuar: — E eu acho que ninguém é capaz de entender o quão profundamente você está infiltrada dentro de mim.

Eu sorri.

— Termine o seu trabalho e volte para casa. Eu quero que você me mostre
o quão profundamente você pode infiltrar em mim.
— Cristo. Você não está ajudando meu pau falando merdas assim. Eu vou
andar por aí com uma ereção e bolas azuis pelo resto do dia.

Eu rio, dizendo-lhe: — Bom, isso seria ruim. O que os pacientes iriam pensar?
— Eu explicaria que tenho uma fada perversa em casa.

Eu ri um pouco mais. Ao fundo, eu ouço seu nome sendo chamado.

— Eu preciso ir agora, me ligue se acontecer qualquer coisa. Qualquer coisa— Ele exige, em voz baixa, claramente se referindo ao assassinato do Sr. Rossi.
— Ok.
— Se cuide.— Ele fala, antes de desligar.

Na batida do teu coração Where stories live. Discover now