Capítulo 64-Uma amizade quebrada jamais volta ao seu estado original

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DANDARA SCHILLER

Eu sabia que seria melhor bater a cabeça contra a mesa do que convencer três imbecis maiores-do-que-a-vida que eu precisava dar alguns tapas na minha ex melhor amiga maldita. Eu tinha  demasiada testosterona em minha vida e sabia que as vezes não adianta tentar ir contra. Então decidi simplesmente engolir a raiva ardente enquanto subia para o quarto depois de alegar a necessidade de ficar sozinha. Tudo o que eu precisei foi de alguns minutos para trocar de roupa e pegar minha bolsa antes de aproveitar do primeiro momento de distração dos meus irmãos para fazer meu caminho até o porão e escapar pela janela. Não foi difícil descobrir onde Lucy estava, St. August era pequena demais e o assunto era tudo sobre isso. No hospital, mesmo que eu estivesse afastada devido aos últimos acontecimentos, foi mais fácil ainda ter a localização do quarto dela. Quando cheguei lá, havia um policial parado na porta.

— Sinto muito, Dra. Schiller, mas a Sra. Dubois não pode receber visitas. — Ele disse.

Minhas unhas beliscam minha palma da mão e eu tento manter a calma. Olhando para a ficha pendurada na porta, eu faço uma avaliação rápida. Parece que a desgraçada teve uma fratura no tornozelo, e Peter é o médico responsável.

— Ok. — Eu digo ao policial enquanto me afasto do quarto.

Meus passos são acelerados para o elevador, o hospital estava agitado com pessoas, nenhuma delas prestando atenção em mim. No andar da sala de Peter, eu ando rápido, mas não o suficiente para chamar a atenção para mim. Tudo em minha mente é vermelho. Uma sensação fria se movia em meu estômago, e um sentimento pesado e distinto me consumia.

Raiva. Profunda e repugnante.

Quando eu entrei na sala de Peter, ele estava concentrado em algo na tela do seu computador.

— Peter.

Ele ergueu o olhar, sua testa franzindo quando fez uma corrida por todo meu semblante.

— Dandara, o que você está fazendo aqui? Você está se sentindo bem?
— Eu preciso de sua ajuda, Peter.
— Claro, o que eu posso fazer por você?
— Eu quero que você me ajude a entrar no quarto de uma paciente sua. Lucy Dubois.

Seu maxilar contorce no que eu posso assumir que seja descontentamento.

— Sinto muito, Dandara. Mas essa paciente está impossibilitada de receber qualquer outra pessoa que não seja da minha equipe médica.
— Eu estou ciente disso, por isso peço sua ajuda. É muito importante que você me ajude.

Eu observo a ligeira virada para cima do canto da sua boca, e ele mantém
o seu olhar por um momento antes de inclinar os antebraços sobre a mesa.

— Por que a urgência? — Ele quis saber.

Solto uma respiração profunda, e digo:— Peter, você provavelmente já deve saber que Jackson foi preso. E o testemunho de Lucy foi um dos principais motivos. Mas ele é inocente. Ele não fez nada do que está sendo acusado, muito menos mandou matar seu pai. Lucy Dubois está mentindo.

O olhar de Peter fica comprimido no rosto.
— Dandara, eu sei que você está com ele e quer ajudar, mas se Jackson for realmente inocente, a polícia vai descobrir. Não se envolva nisso.

Ignorando-o e sua advertência pessimista, eu murmuro— Eu não vim até aqui em busca de conselhos. E se você lembra, uma vez você me disse que me devia uma, Peter. Eu estou cobrando esse favor agora.

Sua cabeça recua tão ligeiramente ao ataque, mas ele para com um encolher de ombros, provavelmente julgando-me uma mulher emocional que não vale a pena justificar com uma resposta. Foi uma coisa de merda de se dizer, mas eu preciso ver Lucy. Preciso saber quem está por trás de tudo isso.

Na batida do teu coração Where stories live. Discover now