Hyung (Terminada)

Capítulo dezesseis

Seokjin 

— Jin, querido! Busque mais baldes, ainda está pingando. — Mamãe gritou da sala, eu vim correndo com dois baldes grandes, colocando de baixo da goteira. O pior momento é quando chove e acaba com o móveis da casa, já que a casa é de telhado e também um frio de bater os queixos, mal começou o dia e já tinha problemas, era assim a maioria dos dias. Minha mãe trabalha como cuidadora de idosos e meu pai infelizmente se aposentou por conta da sua doença, no início a mais velha sustentava a casa sozinha com pouco dinheiro, muitas vezes tive que andar com sapatos velhos e roupas furadas, junto com minha irmãzinha de onze anos, que sonhava ser bailarina e ganhar uma mochila rosa. 

Eu tinha depressão, foi um dos piores momentos que tive, chorava por tudo e ainda ficava bravo, descontando a raiva em outras pessoas, ficava caladinho e todos achavam que eu era um metido e ninguém queria ser meu amigo. Estava bem triste, não pensava em nada, apenas morrer, fiz tratamentos e até melhorei um pouco, porém tem certos momentos de crises e acabo chorando. Para mudar a rotina, decidi trabalhar em uma lanchonete à noite, para ajudar nas dispesas, no início minha mãe não concordou, mas depois de insistir muito aceitou. 

— Mãe, sabe que os baldes não vão ser suficientes. — afirmei — Se continuar a chover vai encher muito. 

— Creio que pare, o céu está com poucas nuvens. — sorriu fraco — Seu pai ainda está dormindo? 

— Como pedra, pelo menos ele descansa. Jihyo, cadê você? Vamos nos atrasar. — Falei alto.

— Oppa, já estou indo. — falou ajeitando a tiara. — Olha, nem me deixou ficar bonita. 

— Já está linda, dá um tchau pra mamãe. — falei, ela correu para dar um abraço, depois fiz o mesmo, recebendo um deus te proteja. Segurei a mão da mais nova, caminhando com um guarda-chuva preto, protegendo da chuva. Jihyo, olhava para as poças de água, vendo seu próprio rosto que refletia, fazendo caretas. Sorri fraco, achando engraçado. 

— Oppa, mamãe está bem? Ela pareceu triste. 

— Deve ser por causa da falta de comida no armário. 

— Ah, por isso que ela não fez café da manhã. Vou comer na escola de novo? 

— Parece que sim, mas não fica triste, com as doações vamos encher o armário, vou trabalhar muito para comprar comida, porém ainda temos que comprar travesseiros novos. 

— E lençóis, estão rasgadinhos. — riu — Oppa, quando vai comprar minha mochila rosa? Você prometeu. 

— Em breve, meu amor. Espera o oppa se ajeitar um pouco, estou no BTS lembra? Vou ser um idol bem famoso e vou comprar todas as bolsas que quiser. — sorri.

— Isso vai ser tão legal, a gente não vai mais precisar tomar banho frio e nem vamos ficar com fome. Vamos ter roupas novinhas e bonitas. — disse empolgada, eu sorri assentindo, era tão legal vê-la esperançosa, enfrento tudo para ver minha familia feliz, era tantos sonhos e tudo depende de mim. Até agora não acredito que entrei em um grupo e fui aceito, Jungkook foi muito legal e ainda conheci novas pessoas. Valeu a pena vencer a timidez, falta pouco para realizar meu sonho. 

Me despeso da mais nova a deixando na porta da escola e vou direto para a faculdade, entrando de cabeça baixa e andando rápido, fui para cantina pegar salada de frutas e depois caminhei para a sala, comendo tranquilamente, aos poucos foram entrando os alunos conversando, começando a deixar a sala barulhenta, como sempre apenas esperei o professor chegar para começar a aula. 

No intervalo fiz de tudo para me encontrar com Jungkook e Hoseok, mas nenhum sinal dos dois. Suspirei sentando no banco de concreto, dando uma olhada nas mensagens do celular de tela quebrada, era mais de cem mensagens. Ignorei as mais idiotas e fui ver as importantes como compor uma música solo, me assustei pois não sou bom em escrever, eles combinaram de escrever juntos, ajudar um ao outro, porém não tenho ninguém para ajudar. Iria pedir ajuda ao Jungkook, mas o coitado parece ocupado. Para Namjoon não iria pedir por vergonha, mas parece que é o único disponível.