Hyung (Terminada)

Capítulo vinte e um

Jimin 

Minji saiu de casa cedo, dizendo que iria viajar. Fiquei feliz por ele ir embora, assim não me machucaria. Todos os dias apanhava, meu corpinho estava cheio de hematomas, não tinha ninguém para me defender, estava sozinho. Passei dias pensando sobre tudo que estava acontecendo, não conseguia ser feliz como antes, perdi a vontade de fazer até meus doces favoritos. Mesmo prometendo a deus que não iria mais pecar, queria fugir de novo por causa do alfa agressivo, me ameaçou de morte várias vezes, como se fosse um inimigo. 

Minji não me deixava sair de casa e nem visitar meus pais, pois diz ele que estou de castigo e não mereço liberdade. Lembro que Kookie falou que não sou obrigado a obedecer o alfa e que não devo apanhar, então decidi ir embora de vez de Busan. Lembro do papel que Jennie me deu e era pra lá que ia, faço minha mala, que era só uma mochila preta com meus lápis de pintar e caderno de desenho, coloquei algumas roupas e um par de sapatos, todas as roupas que eu amava estavam com Jungkook e queria de volta. 

Já que a bolsa é grandinha, coloquei algumas roupas de Minhyunk e uma manta azul bebê, também nossos documentos. Sem pensar duas vezes, roubei todo o dinheiro que Minji havia guardado e joias que me deu de presente, iria vender caso o dinheiro não seja o suficiente. Coloco a criança na cestinha com a manta e minha mochila nas costas, indo para a estação de trem. Estava muito nervoso, nunca tinha andado sozinho para tão longe, as pessoas me olhavam e eu me encolhia morrendo de medo, coloquei meu capuz, esperando o trem passar, pelo menos a passagem foi barata. 

Contava os minutos para embarcar, não sabia bem o que fazer, apenas queria está em Seoul, na casa da Jennie Noona. Quando o trem parou, fui entrando com as pessoas e fiquei sentadinho na janela, passava tão rápido pelos trilhos que me dava enjoo. O bebê começou a chorar e ouço sua barriga roncar, com vergonha pego o alfa com a manta, cobrindo meu peitoral e desabotoei dois botões da camisa para amamentar, encostei minha cabeça na janela, pensando em como seria minha vida depois de sair desse trem. Nem queria olhar para o pequeno alfa, sentia desgosto, é como se não sentisse nada pela criança, se alguém quisesse ele, entregaria na hora. 

Senti uma leve pontada no coração e no meu ventre, meu corpo inteiro dói, mal consigo andar. Só queria a minha vida de antes, apenas cozinhar e tricotar com a mamãe. Chorei durante a viagem inteira, passei três dias no trem e às vezes davam pausas em alguns pontos para descanso, os passageiros aproveitavam para dar uma caminhada, mas eu fiquei aqui dentro com medo de ser pego. Nessa altura, Minji já deve está me procurando que nem louco, querendo me matar. 

O trem chegou no último ponto, na capital de seoul, me arrepiei todo, pegando o bebê indo até a rua movimentada, muitos carros e pessoas, havia até estrangeiros, fiquei admirado com tudo. Enquanto caminhava sem destino, as pessoas me olhavam de cima a baixo, com certeza estranhando minha roupa e meu jeito desajeitado do interior. Todo mundo é bonito e se vestem bem, fiquei até tímido. 

Parei perto de uma loja de bolsas, pegando o papel que Jennie me deu, vi que tinha seu número, porém não tenho celular para ligar, fui até uma moça que estava sentada na grama, comendo pipoca, para perguntar informações. 

— B-bom dia, moça, a senhorita pode- 

— Ah, não, já disse que não tenho grana, já gastei tudo com pipoca. — resmungou — E não vou te dar minha pipoca, peça para outra pessoa. 

— N-não, Jimin não veio pedir comida. — me encolhi. — Jimin só veio perguntar. 

— Oh, você fala em terceira pessoa? Garoto, estamos no século vinte e um, nenhum ômega fala assim. — riu baixo — Creio que seja um turista. 

— M-me desculpe, E-eu vim perguntar se sabe onde fica essa rua. — entreguei o papel a mulher, que leu com atenção e depois me devolveu. 

— É no centro da cidade, você precisa pegar um ônibus ou táxi para chegar nesse endereço. Aconselho você pedir um táxi, vão te deixar na porta do condomínio. Se for de ônibus, vai te deixar em uma área movimentada e vai ser difícil encontrar.