Kara desviou os olhos para o chão.

Ela não sabia por que, mas uma parte pequena dela estava esperando que Luna pedisse a ela. Não que ela estivesse desapontada, ou qualquer coisa do tipo, ela só sabia que era a melhor competidora ali, mas de qualquer forma não era como se ela pudesse ficar se exibir por aí, e... E só.

— Kira?

Kara levantou os olhos e sugeriu:

— Já procurou perto do canil?– A confusão de Lena cresceu—Tem filhotes lá e o anão das trevas parecia ter gostado deles.

—Canil, tudo bem. Te vejo depois.

Kara não observou Lena partir, em vez disso caminhou em direção a casa, todo aquele barulho e crianças não devia estar fazendo bem para ela, ela estava se sentindo estranha.

Ela precisava de um copo de água e um pouco de ar para poder pensar. E um sanduíche também.

Ela pegou uma garrafa de água na geladeira e o sanduíche de presunto e levou para o andar de cima, onde se posicionou do lado da janela do quarto com os olhos voltados para o evento abaixo.

Enquanto buscava um ponto azul neon em meio à multidão ela mordeu o sanduíche e depois bebeu um gole de água.

Poucos minutos depois Lena surgiu caminhando pelo gramado vindo de trás da casa e Luna estava com ela. A menina parecia emburrada e só seguia Lena porque a mãe a estava puxando pela mão.

Lena parou de repente no pátio e se virou para a filha e disse alguma coisa.

Kara observou encostada a janela Lena se abaixava em frente à menina e retirar a toca da cabeça da criança gentilmente e acariciar a bochecha avermelhada.

Luna não parecia muito a fim de conversar e Kara a viu cruzar os braços e olhar para os pés.

Lena colocou a mão debaixo do queixo da filha e o ergueu para que a olhasse nos olhos.

Kara viu Lena suspirar e dizer algo novamente, mas estava longe demais para ler os lábios dela.

Luna balançou a cabeça negativamente em resposta.

Lena então puxou a filha para os braços em abraço esmagador que a criança demorou alguns segundos para corresponder.

O que estava errado?

— Você está mesmo estranha.

Kara se desencostou bruscamente da janela e a garrafa de água, que estava apoiada no peitoril da janela caiu, varou pela estrutura de madeira da área em construção e se espatifou no chão embaixo.

Ela se virou e olhou para Alana que estava apenas a dois passos atrás dela.

—O que?– Kara perguntou se recompondo.

Alana revirou os olhos e soltou uma risada amarga.

—Há um ano você nem teria pisado neste lugar. — Alana a contornou — Estaríamos em casa, eu diria que tinha uma viagem de negócios e então estaríamos sozinhas e aproveitando o melhor que o dinheiro da família poderia oferecer.

Alana riu de novo e colocou o cabelo liso atrás da orelha enquanto seus olhos lacrimejavam.

—E agora– Ela suspirou e limpou os olhos superficialmente— Nós duas estamos completamente fodidas e presas.

—Do que você esta falando?– Kara questionou totalmente confusa.

Alana bufou uma risada aguada e olhou para Kara com os olhos brilhando de lágrimas e quando falou sua voz estava levemente embargada.

Operação LuthorWhere stories live. Discover now