— É claro que não fez!

— Não seja idiota– Kara grunhiu pegando seu travesseiro que tinha caído no chão.

—Quero que saia daqui agora!– Lena grunhiu.

—E aonde quer que eu vá dormir?!– As palavras saíram com toda a indignação que Kara sentia.

Lena soprou as mechas soltas de cabelo da frente do rosto furiosamente.

—No sofá, no canil se for preciso!

Ela abriu a porta do quarto.

Kara olhou para o corredor escuro do outro lado da porta e o corredor olhou de volta para ela.

— Vou ficar– Ela decidiu imediatamente se sentando no colchão, se Lena a quisesse fora iria ter que levá-la carregada.

Kara achou que fumaça iria começar a sair dos ouvidos de Lena enquanto ela a encarava como uma máquina feita para matar.

— Você não pode me colocar para fora – Kara disse se deitando na cama e puxando o cobertor até o pescoço— O que as pessoas vão dizer se me pegarem dormindo no sofá amanhã de manhã?

Lena grunhiu e exibiu os dentes furiosamente.

Kara sabia que Lena sabia que ela estava certa.

Lena fechou a porta com um pequeno baque que fez Luna resmungar e esticar a mão em direção ao local em que Lena tinha estado deitada.

Lena não apagou as luzes quando voltou à cama.

Kara a observou se sentar no colchão e ajeitar Luna cuidadosamente e então a cobrir.

Kara olhou para a lâmpada.

—Não é como se eu estivesse dormido antes – Ela murmurou baixinho—Não com seus roncos que parecem uma retroescavadeira.

— Retroescavadeira é o seu– Mas Lena se interrompe subitamente e olhou na direção da filha adormecida.

—Boa escolha, nosso pequeno anão das trevas merece respeito – Kara sussurrou olhando para Luna— mesmo que ela esteja inconsciente no momento.

Nossa? Minha!– Lena rugiu abrindo o notebook.

Kara escondeu o pequeno sorriso debaixo do cobertor quando Lena não corrigiu o nome da filha.

— Minha também– Kara murmurou apenas para irritar Lena— Ultimamente tenho notado muita semelhança entre nós duas, ela também gosta de répteis, sabia? E definitivamente não é apenas coincidência que eu tenha me casado com uma cobra.

Kara viu Lena fechar os olhos e respirar fundo e então contou mentalmente até dez junto com ela. Quando Lena voltou a abrir os olhos ela ignorou totalmente Kara e manteve os olhos fixos na tela do notebook.

Lena não se virou nem mesmo quando ela se aconchegou no travesseiro com o rosto virado para o lado dela.

Kara fechou os olhos por alguns minutos quando Lena começou a sussurrar números, era estranhamente reconfortante e entediante ao mesmo tempo.

E apesar de estar com medo de Lena a sufocar com o travesseiro enquanto dormia, Kara se permitiu descansar por alguns minutos, ela não iria dormir... Só descansar os olhos um pouquinho.

Ela estava embalada pelos sussurros suaves de Lena, gravitacionando entre a realidade e a inconsciência quando ouviu o som de pneus freando no pátio.

Seus olhos se abriram subitamente, Lena ainda estava concentrada no computador. Olhando para o relógio no canto da tela do notebook Kara descobriu que tinha dormido por pelo menos uma hora.

Operação LuthorOnde histórias criam vida. Descubra agora