XXXI

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— Naruto. — A voz de Kushina não era tão firme quanto de costume, mas seu olhar ainda era ameaçador. — Tenha modos ou-

— Não se preocupe, mãe, não serei eu quem não terá modos essa noite. — Relaxou suas costas na cadeira, fechando os olhos e virando seu rosto para o teto, deixando Fugaku cada vez mais irritado.

— Deixe ele de lado Minato, continue o que você estava fazendo. — Fugaku respirou fundo tentando não sair do controle. Olhou para Nagato que havia se sentado do outro lado da mesa, quase na ponta.

— Não precisa... — Sasuke interrompeu novamente. Mikoto abaixou o cardápio e olhou para seu filho, seus sentidos de mãe estavam começando a apitar, indicando que algo bom não estava por vir. — O Naruto tem razão, isso não vai ser necessário... — O coração batia a milhão, seus olhos continuavam na direção de suas coxas, mas sua mão esquerda estava no peito de seu pai.

— O que quer dizer com isso? — O olhar carregado de raiva e impaciência deixou Itachi atento aos movimentos de seu pai. Estava pronto para segurar qualquer movimento brusco do mesmo.

— Eu não posso fazer isso... — As palavras não queriam sair de sua boca, mas também não poderia mais fugir de tal situação, já havia escondido esse segredo por tempo demais. — Me perdoa pai... Eu menti pra você... — Sua mão direita lentamente foi até sua nuca, retirando os cabelos molhados pelo suor que cobriam a marca ainda recente.

Fugaku levou a cabeça para o lado, podendo ver a grande marca ainda em processo de cicatrização no Uchiha, olhou rapidamente para o Uzumaki, que novamente com a cabeça em sua direção, mostrava os dentes exaltados em um sorriso maléfico. Aquilo foi o ápice, pegou bruscamente na cabeça de seu filho e a tacou na mesa como se fosse um brinquedo macio.

Sua escória humana, como pôde esconder isso de mim. — Antes que cometesse uma loucura, seu corpo foi jogado ao chão pela pressão dos feromônios de Itachi, que também se segurava para não matar seu pai.

— Itachi, se controle! — Shisui segurou seu braço, tentando o trazer de volta a realidade. O moreno tirou a mão de seu marido de seu braço, afastando-se da cadeira e abaixando ao lado de seu pai, ainda com os olhos cheios de fúria.

Tome muito cuidado com suas palavras meu pai, minha paciência é grande mas não infinita. — Agarrou os cabelos de seu pai, o trazendo para mais perto de seu rosto. — E se quiser fazer algo a meu irmão, terá de passar por mim primeiro. — Fechou um de seus olhos, deixando o sangue escorrer pelo mesmo. Fugaku estava em desespero, não sabia se Itachi o mataria ali ou não.

— Itachi! — A voz assustada de Mikoto tomou conta do local, deixando todo o restaurante silencioso após seu berro. — Solte seu pai imediatamente. — E de repente seu corpo prensado no chão é liberto, o fazendo respirar pesadamente pelo medo de quase ter sido morto por seu próprio filho.

— Me perdoe mãe, não consegui me controlar direito. — Levantou secando seu olho, e arrumando suas roupas, colocou sua mão direita no ombro de seu irmão.

Sasuke tremia como uma criança assustada, os Uzumaki não conseguiam ver, mas as lágrimas escorriam do rosto do Uchiha como a água escorre de uma cachoeira. Naruto do outro lado sentia tudo o que o moreno a sua frente sentia, mas se mantinha no controle para tentar mandar boas energias e para não descobrirem o único segredo que restou dentre as famílias.

— Desde quando vocês fizeram isso? — Nagato olhava para o loiro com um olhar de reprovação, odiava a ideia de seu irmão sempre estar metido em problemas.

— Ontem, ou foi antes de ontem? Não sei, mas não faz mais de três dias. — Deslizava sua língua por seus dentes afiados. — Acabou acontecendo muito rápido. Descobri que ele era Ômega, acabei o marcando e descobrindo também que ele é meu destinado. — O olhar incrédulo de Fugaku enquanto escutava tais palavras era impagável, subia de volta ao seu lugar ainda sentindo dores por todo o corpo.

Alfa no AlfaWhere stories live. Discover now