Never enough

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All the shine of a thousand spotlights

All the stars we steal from the night sky

Will never be enough

Never be enough

- The Greatest Showman

- Deixe-me te ajudar. - Natasha falou tirando a roupa de hospital de Wanda. - Pode entrar, a água deve estar em uma temperatura boa. - A sokoviana sorriu quando viu a russa olhando diretamente para o chão. Wanda colocou um pé na água e sentiu o líquido quase frio, estava bom devido ao calor. Sentou-se com a ajuda de Natasha que se posicionou sentada na beira da banheira atrás de Wanda. A ruiva pegou uma esponja para banho com sabão, mergulhou-a na água e a passou nos ombros da mais nova.

- Nat? - Perguntou com os olhos fechados.

- Sim, Wands?

- Você ia mesmo matar o homem que atirou em mim? - A russa concordou com apenas um uhum. - E porque não o matou?

- Eu ia puxar o gatilho quando recebi a notícia que você tinha acordado. E então eu congelei, não consegui pensar em mais nada a não ser - A esse ponto a voz de Natasha estava trêmula. - A não ser a imagem de você sangrando no quinjet e que eu te escutaria a sua voz novamente. - Ela repete o gesto com a esponja pegando os braços de Wanda com delicadeza enquanto a sokoviana lavava suas pernas.

- Você não vai se livrar de mim tão cedo assim, Romanoff. - A mão da russa descia com a esponja para o tórax da sokoviana, que virou seu rosto e beijou a mão de Natasha. A ruiva se assustou com a leve dor que subiu para seus braços, ela tinha esquecido completamente que suas mãos estavam machucadas. - Nat, o que aconteceu? - Wanda se virou na banheira com cuidado, seu machucado agora estava molhado, ou seja, mais sensível.

- Você devia ver o outro cara. - A morena lançou um olhar sério para a mais velha, não gostando nada que Natasha se machucou. - Eu posso não ter o matado, mas eu com certeza acabei com a cara dele.

- Tasha

- O que esperava que eu fizesse? Ficasse parada enquanto você tinha trezentas paradas cardíacas? Eu não iria deixar ele sair impune, Wanda. Não ia mesmo.

- Você ia mata-lo.

- Mas eu não puxei o gatilho.

- Mas ia mata-lo se não tivesse recebido a informação de Friday. - A sokoviana estava brava.

- Eu cogitei a possibilidade apenas porque ele quase matou você. - Wanda fitava os olhos da ruiva com intensidade substituindo o sentimento anterior. As suas órbitas verdes estavam mais escuras, brilhando com algo que Natasha reconheceu imediatamente. A sokoviana abriu um sorriso quando viu o rosto da mais velha corar intensamente. - Não sabe que é falta de educação encarar?

-Não estou encarando, estou admirando. - Wanda esticou seus braços até alcançar a barra da blusa de botão que estava por cima do top preto de academia de Natasha e a puxou levemente e plantou um beijo leve na boca da mais velha. Era delicado e suave, muito diferente dos que já tinham trocado. - Você é absolutamente maravilhosa, Natasha. - Falou por cima dos lábios da russa que sentiu a familiar sensação que Wanda causava-lhe toda vez que a beijava.

- Precisa sair para que eu cuide do seu machucado. - A russa levantou, quando a mais nova se afastou, pegou um roupão e entregou para Wanda. Ajudou a sokoviana levantar da banheira, se secar e depois passou o tecido grosso pelos braços da mesma e fechou na frente. Elas caminharam até o quarto, Natasha entregou um short e uma blusa solta para Wanda que se vestiu quando a russa entrou novamente no banheiro para pegar tudo que iria precisar. - Pronta?

- Pronta.

- Ótimo, vamos cuidar desses pontos agora. Sente-se com as costas retas. - A morena assim o fez. - Obrigada. - Colocou uma luva de látex, apenas por precaução, pegou uma gaze estéril, se agachou um pouco e quando encostou o objeto macio no machucado Wanda se contraiu com dor. - Me desculpe, медовый, mas eu preciso secar.

- Tudo bem. - A russa encostou com cuidado a gaze novamente e passou levemente o tecido de algodão. - Parece saber o que está fazendo. - Natasha riu de leve.

- É porque eu sei o que estou fazendo. - Pegou um cotonete e uma pomada antibiótica.

- Não sei se fico preocupada ou ofendida com o chute que você me deu na cara agora. - Espremeu o tubo de pomada até sair um pouco na ponta do cotonete

- Não precisa se preocupar comigo. - Começou a passar o medicamento nos pontos. Wanda segurou a mão de Natasha com carinho e a russa olhou para cima.

- Eu sempre vou me preocupar com você, Tasha. - Colocou mais pomada na outra ponta do cotonete e repetiu o processo.

- Gosto quando me chama de Tasha. - Quando a russa estava satisfeita com a pomada pegou outra gaze e fita microporo para cobrir a ferida.

- Gosto quando me chama de медовый. - O coração da ruiva acelerou um pouco quando escutou Wanda falar sua língua materna. ignorou o máximo que conseguiu, o que não foi muita coisa, o sentimento e se concentrou novamente em fazer a compressa para o abdômen da sokoviana. Cortou quatro pedaços de fita microporo. - Coloque sua mão aqui com cuidado. - Posicionou os dedos da Maximoff com cuidado em um lado da gaze e segurou o outro, com a sua própria mão livre pegou um dos pedaços da fita e colou um lado do tecido na barriga de Wanda. - Pode soltar. - A morena fez o que Natasha pediu e com movimentos rápidos a gaze estava fixa no lugar. - Pronto.

- Obrigada. Agora sente-se aqui que eu vou fazer um curativo na sua mão.

- Wanda, não precisa...

- Senta logo, Romanoff. - A russa o fez quando escutou o tom sério de Wanda. A sokoviana pegou o soro fisiológico que estava dentro da maleta de primeiro socorros de Natasha, molhou uma gaze limpa com o líquido e começou a passar nos ferimentos nas duas mãos da ruiva.

- Agora quem parece que sabe o que está fazendo? - Wanda riu de leve e pegou uma pomada cicatrizante.

- Pietro costumava brigar bastante por comida. - Segurou a mão direita de Natasha levemente, colocou um pouco de pomada e começou a espalhar com o dedão esterilizado com soro.

- Lamento pelo o que aconteceu com ele. E pelo o que tiveram que passar. - Wanda repetiu o processo na mão esquerda da russa.

- Vivíamos em uma situação bem precária, mas ele fazia tudo um pouco melhor. Pietro significava tudo para mim... - Ela não se esforçava mais para segurar o sotaque. - E eu matei a coisa que assassinou meu irmão e isto não o trouxe de volta. Este fato vai ficar na minha cabeça para sempre, a visão de Ultron morrendo. Sei que já matou pessoas antes, медовый, mas também sei que o nome de todas elas estão cravados na sua cabeça porque é uma das pessoas melhores pessoas que já conheci. - Ela passou duas gazes limpas em volta de cada mão de Natasha e as segurou.

- Onde quer chegar?

- Me prometa que nunca vai sequer cogitar algo assim do novo.

- Wanda, o meu trabalho...

- Me prometa, Romanoff. - Os olhos da sokoviana estavam vermelhos. Queria chorar com a lembrança do irmão, de tudo que viveram e com o fato de que ela nunca vai apresentar a mulher por quem estava apaixonada ao seu melhor amigo "Deus, Pietro teria amado você, Tasha." a sokoviana pensou.

- Ok. Tudo bem, eu prometo, Wands. Eu prometo. - O sorriso que Wanda lançou-lhe fez com que a russa ficasse sem fôlego por rápidos segundos.

A ruiva ficou parada no meio do seu quarto apreciando o rosto da sokoviana. Natasha se sentia tão feliz. Tão feliz que Wanda estava ali na sua frente e sorrindo. Feliz que poderia se aproximar o momento que quisesse e sentir a boca de Wanda contra a sua. Isso a assustou um pouco? Sim. Mas pela primeira vez ela não quis correr ou chorar. Ela apenas queria segurar a morena e simplesmente não soltar mais. O que sentia por Wanda ficou tão alto que parecia estar ecoando dentro da sua cabeça e depois dentro do quarto e então em todo o complexo. De repente falar que as batidas do seu coração ficaram tão rápidas que achou que estava tendo um infarto, que parecia estar flutuando não conseguiam descrever como a Viúva Negra estava. De repente nenhuma estrela no céu, nem o brilho de mil holofotes seriam o suficiente para Natasha conseguir expressar o que estava sentindo.

Just Come HomeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora