Just Come Home

Pilot

Durante os acontecimentos de Era de Ultron. Em Sokovia.

— Wanda, você vai morrer. A cidade está suspensa.

— Eu acabei de morrer. Sabe como me senti? – Wanda inclina a cabeça para o lado e seus dedos suspensos começam a brilhar com a magia cor escarlate, e eles não pararam até ela sentir o coração de vibranium bater na palma da sua mão. O óleo escorria por entre seus dedos. Wanda Maximoff acabou de matar a pessoa responsável pela morte de seu irmão, e não sentiu nada. Isso não mudava o fato de que Pietro acabou de falecer. A sua única família, a única pessoa que a lembrava de casa, que a impedia de cair de joelhos. — Exatamente assim.

Wanda olha a rua pela janela. Ela encara as pessoas pensando para quem elas vão voltar quando chegarem em casa, ou para quem elas podem ligar quando passarem por uma fase difícil, ou alguém que possa melhorar um dia ruim. Ela pensa na sua pessoa e que agora ele se encontra morto. Ela pensa que ninguém, sem ser os vingadores, vai ao velório do seu irmão ou derramar uma lágrima pois ninguém além dela o conhecia o suficiente ou sequer se importava. Maximoff olha para os vultos das pessoas passarem e sente inveja. Sente uma trilha molhada na sua bochecha se formar por onde uma lágrima que não conseguiu segurar caía.

— Você tem certeza que quer fazer isso Maximoff? Digo, se não estiver pronta...

— Isso vai ter que acontecer. Óbvio que não estou pronta, ninguém nunca vai estar pronto para uma despedida dessas. Ele era o meu irmão. Merece um final digno, um lugar onde possa descansar. Ao lado dos nossos pais, mesmo que não tenha nenhum corpo deles enterrado.

O carro para em um estacionamento. Wanda avista as lápides de pedra. Uma em específico está com um buraco aberto no chão, esperando pelo caixão do velocista morto.

Maximoff ca em lágrimas, ao redor dos vingadores, nenhum conhecia nem de relance a sokoviana ou Pietro. Estavam lá apenas para prestigiar e homenagear o grande herói que deu sua vida para salvar um pequeno garoto e um de seus colegas de equipe, Clint. Wanda de certa forma encontrava conforto quando se lembra da redenção de seu irmão, mas ele era o seu mundo, nunca imaginava ter que viver em um universo sem sua alma gêmea. Logo em seguida, Wanda saiu chorando para perto do carro, ainda no cemitério, e avistou uma ruiva vindo em sua direção.

— Ei, Maximoff. — Era uma voz tranquila, suave, mas ao mesmo tempo firme.

— Você está indo para onde? — Natasha Romanoff pergunta.

— Tentando sair daqui , não posso presenciar tudo isso. — Disse Wanda.

— Eu entendo e sei como é passar por isso, viver em um continente totalmente diferente, ainda mais depois de todos os acontecimentos. Pelo que você viu na minha mente e está vivenciando agora, sabe como é a sensação... você lutou conosco em Sokovia, Clint fez de você uma vingadora, sua casa pode ser o complexo agora. Talvez você encontre conforto lá, mas se você realmente quiser ir embora, não vou te impedir de pegar as chaves e fugir. — Disse Romanoff de forma rígida.

Wanda olhou para a ruiva, cabisbaixa, com os olhos lacrimejando, entrou no banco de trás do carro, e esperou Steve seguir caminho para o complexo. Não foi uma escolha única e confiável de Wanda, como Natasha havia falado para ela. Sim, era um lugar completamente novo, e Wanda tinha que presenciar tudo isso em meio às memórias horríveis. Mas não podia pegar as chaves do carro e fugir, para onde iria depois daqui? Para onde poderia ir senão o complexo dos vingadores? Eles não eram sua família, mas era o que ela possuía no momento. Sem Pietro a Sokoviana estava sozinha, lutando para não se deixar cair em seus pensamentos profundos e depressivos. Tentando se adaptar e sobreviver na sua nova realidade.

Durante os acontecimentos de Ultron, quando os Maximoff's ainda estavam aliados ao robô, ela fez ilusões e obrigou os vingadores a rever suas piores memórias ou vivenciar seu maior medo. Natasha Romanoff foi uma das mais afetadas, fazendo com que a ruiva ficasse abalada como seus companheiros nunca haviam presenciado antes.