Capítulo 43

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— Olha pra ele, acha mesmo que é bom o suficiente pra minha irmã — Rafe zombou do garoto sentado na areia próximo a Wheezie um pouco a frente de onde nós estávamos sentados juntos.

— Pra mim ele parece ser um bom garoto.

— É um pogue, Alina.

— Assim como eu e metade dessa ilha, Rafe.

— Você não é daqui não vai entender o quanto é importante deixar tudo bem separado, tudo do jeito que deve ficar.

— Pode me avisar se por acaso eu tiver viajado no tempo e parado em 1800?

Rafe sorriu de lado e negou com a cabeça pensando no que me dizer.

— Tenho certeza que as coisas não eram tão fáceis nessa época.

— Claro que não, até Fitzwilliam Darcy descobriu que pode sim se apaixonar por uma pobre em uma época próxima.

O Cameron me encarou sem entender.

— O que é? Orgulho e preconceito, um clássico.

Desviei meus olhos dos seus para a garota que mesmo de longe eu podia ouvir dar risada, parece ser um garoto por fim interessante.

— Ainda não tô acreditando que vamos perder toda uma tarde permitindo que ela faça algo que vai se arrepender.

— Você não tem certeza de que ela vai mesmo se arrepender, mesmo que se arrependa faz parte. Cometer erros faz parte de crescer, eu gostaria de ter cometido mais erros quando não poderia ser presa.

Virei o rosto quando notei que ele ainda me encarava.

— Que tipo de erros?

Dei um sorriso sem saber exatamente.

— A verdade é que eu sempre penso sobre querer ter cometido muitos erros, mas não faço ideia de qual deles deixei de fazer.

— Então você é oficialmente uma criminosa?

Trocamos sorrisos.

— Eu comprei bebida alcoolica sem mostrar a minha identidade.

— Uau, estou impressionado com o quanto você é perigosa.

— Não é como se você tivesse cometido muitos crimes, ou é?

Rafe fez um biquinho levantando os lábios para a direita.

— Sabe, eu teria que matar você se te contasse.

Olhei nos seus olhos azuis sentindo o sorriso no meu rosto crescer.

— Está dizendo que eu devo ter medo, Rafe Cameron?

— Acha que sim?

Olhei para seus lábios que estavam próximos antes de olhar novamente para o seu olhar perdido nos meus olhos, nos meus movimentos, como se pudesse ler a minha mente e descobrir todos os meus segredos, todos os meus pecados.

— As vezes, eu gosto de me envolver com o perigo — passei a ponta da língua entre os lábios — Mas só as vezes.

Os olhos de Rafe passearam pelo meu rosto.

— Como quando?

— Tipo agora.

Eu tomei toda a atitude, colei meus lábios aos lábios de Rafe esquecendo o mundo a nossa volta, sentindo o calor de seus lábios contra os meus queimarem minha pele.

Sentindo que o ar não é algo necessário quando se tem algo tão bom a aproveitar.

Talvez aquele tenha tomado o lugar de beijo mais calmo que já dei em minha vida, tomando também toda a minha vontade de morar ali.

De ficar para sempre com a língua do loiro esbarrando na minha, com sua mão dando leves puxões nós meus cabelos enquanto tenho a minha em sua nuca com a intenção de deixá-lo para sempre ali.

Com medo de que um breve momento distantes fosse o mínimo preciso para que aquela sensação fosse embora para não mais voltar.

Meus lábios se afastaram dos seus, ele os juntos mais uma, duas, três vezes em curtos selinhos enquanto nossas respirações se normalizavam.

Dei um sorriso com nossas testas ainda juntas antes de abrir os olhos me afastando para ver os seus que me olhavam com a maior atenção do mundo.

Mais uma vez nos sorrimos.

Virei um pouco o rosto para garantir que Wheezie não havia presenciado aquilo.

— Cadê ela?— Perguntei voltando ao meu "normal" — Rafe — Me levantei olhando pela a praia — Perdemos a sua irmã.

Baby Sister - Rafe CameronWhere stories live. Discover now