Operação Luthor

Capítulo 28

Lena se virou e correu para fora do quarto esbarrando em Jess na saída.

Ela deslizou até a última porta do corredor e não hesitou em baixar a maçaneta e em empurrar a porta.

Estava escuro.

A luz do quarto estava apagada, a cortina puxada, mas havia uma luz vinda da direção da cama.

Ela viu notebook sobre o colchão e então seu coração disparado paralisou por um segundo inteiro de desespero e terror.

À luz esbranquiçada do notebook ela discerniu o rosto adormecido da filha ao lado de Kira.

Algo dentro do peito de Lena rugiu ferozmente.

Ela nem mesmo percebeu que acendeu a luz quando correu para a filha, todo o sangue havia abandonado seu rosto.

Lena puxou o cobertor que estava sobre a criança com fúria, o computador voou para o chão e caiu com um barulho abafado sobre o tapete.

Os olhos desesperados de Lena percorreram todo o corpo da filha. Luna estava usando um dos pijamas de dinossauros que Lena havia comprado dois meses atrás para ela porque o antigo estava pequeno.

Luna permaneceu adormecida e Lena se inclinou sobre ela.

Ela tocou o rosto da filha com as mãos tremulas.

— Sai!– Luna reclamou tentando afastar as mãos geladas e molhadas do rosto sem abrir os olhos.

— Luna – Ela chamou com a voz quebrada enquanto acariciava a bochecha avermelhada e quente da criança.

A menina abriu os olhos sonolentos e piscou confusa para ela por alguns segundos e então fez uma pequena careta e tentou se afastar novamente das mãos Lena.

As rachaduras que estavam se abrindo no coração de Lena fizeram uma pausa por um instante.

Luna parecia bem.

Ela captou um movimento na cama pelo canto do olho e então aquela voz murmurou:

— O que...?

Lena se virou bruscamente e viu aquela mulher se sentar na cama e esfregar os olhos como se estivesse tudo bem. Como se aquela cama fosse dela.

Algo estourou audivelmente e o animal ferido e maltratado que vivia preso dentro de Lena durante anos finalmente quebrou as correntes de aço e rompeu todos os elos que o mantinham sobre controle e rosnou violentamente sua sede de sangue para fora dela.

Lena soltou a filha e mergulhou sobre o colchão e agarrou a gola do pijama da mulher tão violentamente que o tecido da camisa soltou um gemido sofrido.

Ela não sabia como ou quando, mas o punho dela já estava pronto quando Lena o ergueu com toda força que tinha e desferiu um soco no rosto maldito que a olhava de olhos arregalados.

A mão dela amorteceu com o impacto, mas não importava, ela queria destruir, Lena queria aquela mulher morta.

— Ai!– Kira gritou levando a mão ao olho e tentando se livrar das garras dela.

—O que minha filha está fazendo na sua cama?!– Lena berrou e a voz que ela ouviu não era a dela, era como se outra pessoa estivesse usando sua boca e suas cordas vocais, uma pessoa furiosa, uma pessoa colérica.

Lena chacoalhou a mulher furiosamente.

—O que?!– Ela exclamou agarrando os pulsos de Lena com as mãos quentes e olhando para ela como se Lena fosse uma assassina.