XIII - Sentimental Metamorphosis, Gaslighting & Good Boys I

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Era certo...

Não usava blusas de gola alta atoa, na maioria das vezes vinham acompanhadas do papel intriseco de esconder a resposta de seu organismo acerca das alergias emocionais.

— Se controle... s-se controle... você não tem uma crise há anos, por favor, Karla... — Dialogava com si mesma, implorando para que a parte mais impiedosa de si mesma não voltasse a apedreja-la, atuando diante ao choro. Lágrimas grossas escorregavam bochecha abaixo, impiedosas, enxuga-las não era algo passível de ser feito.

Porque havia feito o que fez...?

Com que olhos o encararia?

Como...

Deitou no volante, cansada, muscularmente desestabilizada. Ao longe, notou o Jeep Renegade aproximar-se, Noah desceu do carro, agasalhado puramente de nike enquanto os chinelos deixavam-no casualmente belo. O franzir de seu cenho rumo a Land Rover fora imediato, seguido da corrida para dentro da garagem. Camila, num impulso, tremulou diante ao molho de chaves e apertou o botão do controle que fechava o portão, antes aberto.

Não queria vê-lo, não queria sentir o cheiro, não queria olha-lo nos olhos, simplesmente estava ansiando ficar sozinha, o desespero em precisar lidar com a presença de terceiros faziam-na vomitar.

Era isso mesmo? Presença de terceiros ?

Não queria pensar sobre, e também não pode por muito tempo, o garoto de um metro e noventa escorregou pela brecha, rolando abertura a dentro, no instante que o filete de luz se desfez.

Havia conseguido entrar.

Surpreendentemente, o garoto não se aproximou, sentou-se no chão, era óbvio, seu namorado a conhecia como ninguém, viu em sua linguagem corporal que estava tendo uma crise de ansiedade, no entanto, respeitaria seu espaço, estava ali para se certificar de que teria alguém por perto caso desmaiasse, vomitasse ou sucumbisse ao pânico.

Camila engoliu em seco, ainda abraçada ao volante, pincelando lágrimas brilhantes face abaixo, soluçando, deixando que cada saliva engolida arranhasse sua garganta irritada pela fumaça. Entregar vulnaberilidade a alguém soava para muitos a maior prova de amor, mas em Karla Camila...

Ela fazia contrário.

Permaneceu sentida, cansada, e o enjoou tornou-se piamente insuportável, abriu a porta do carro e correu rumo ao lixo, vomitando muito mais abalada pelo mal estar emocional do que qualquer coisa. O filho dos Davie's prontificou em estar ali, segurando suas mechas, sussurrando palavras acolhedoras, e o vômito nocauteou seus lábios outra vez.

Tão prestativo...

— Me deixe sozinha... — Resmungou pálida, o fato de tremular os pulsos e torcer os dedos deixavam explicito o ponto delicado no qual estava.

Você não precisa ser forte o tempo todo.

Você precisa ser fraca o tempo todo.

— Eu estou extremamente desequilibrida, cheirando a vômito e suor, isso não me parece um estado virtuoso de força, e eu quero que você fique longe no momento, não me sinto confortável. — Fitou os olhos verdes, eram carinhosos e sérios, com tons dominadores de proteção nas entrelinhas. Gostava da segurança enxergada, mas por vezes era super protetora também, não demonstrava fraqueza, mesmo que estivesse morrendo por dentro.

Camila - Camren Where stories live. Discover now