Merda. Era só a porcaria de um bicho empalhado.

Lena dirigiu silenciosamente para a escola de Luna, ainda fazendo curvas bruscas sempre que Kara se distraia e ela teve que segurar a língua para não dizer algo que iria fazer Lena a jogar para fora do carro ou confiná-la no porta-malas.

Ela nem sabia por que Lena estava insistindo em levar a filha para a escola, a garota mal conseguia parar um minuto em pé sem fechar os olhos. Luna provavelmente iria dormir assim que se se sentasse à mesa, assim como ela que estava quase capotando sobre o painel do carro.

Lena parou suavemente em frente a um prédio alto de tijolos vermelho de cinco andares, e Kara comparou quase inconscientemente a escola de Luna com a escola em que ela havia passado a infância.

A arquitetura elegante, os portões de ferro delicado, os uniformes bem passados; a gravata preta sobre a camisa branca, o blazer vinho e a calça social preta das crianças acompanhadas dos pais na entrada, o melhor para o melhor. Durante o ensino fundamental e até se formarem ela e Alex haviam estudado em escolas publicas com centenas de outras crianças da classe média e nunca precisaram usar uniforme, não que tivesse sido ruim no sentido educacional, mas... Não dava para comparar a antiga escola dela com aquilo.

De qualquer forma ela tinha certeza de que já teria arrancado e queimado aquela gravata estúpida se fosse obrigada a usar uma.

Um olhar pelo espelho retrovisor revelou que Luna também não gostava muito de usar gravata, a menina a mantinha frouxa e amassada em volta do pescoço.

Mas no fim não deveria fazer muita diferença, uniforme, material de primeira linha ou não, ainda era uma escola e nenhuma escola era legal.

— É o inferno– Ela murmurou.

—O quê?– Luna perguntou do banco de trás.

Kara se virou para ela e sorriu levemente.

— Eu disse que esse lugar é um pesadelo.

— Eu sei– Luna respondeu com uma carranca direcionada ao prédio e para as crianças passando pelo portão.

— É que você ainda não chegou ao ensino médio– Kara sorriu cruelmente— É dez vezes pior anão das trevas.

— Quieta– Lena beliscou o braço de Kara e rosnou— Antes que eu chute sua bunda falsa na calçada.

— O que foi que eu fiz?!– Kara protestou esfregando o braço.

Lena fez um movimento discreto com a cabeça para sinalizar Luna e Kara se virou no banco novamente e encontrou a menina encarando a escola com um olhar enevoado e mais desanimado do que antes.

— Concerte isso agora– Lena rosnou— Ou vou te acordar às quatro da manhã todos os dias e você sabe muito bem que eu posso fazer isso!

Kara suspirou e bufou.

Ela só tinha dito a verdade, o que havia de mal nisso?

— Mas eu já te contei sobre as partes boas do ensino médio, Luna?– Kara tentou colocar um sorriso no rosto quando a criança olhou para ela, e tentou de verdade pensar em coisas boas, mas a verdade é que não tinha nenhuma. Ela se inclinou para perto de Lena e murmurou— Qual é a parte boa?

Lena bufou e a empurrou para longe.

— As partes boas existem sim querida– Lena disse com muita convicção.

— E quais são, mãe?– Luna perguntou.

— É, meu anjo– Kara sorriu— Conta para gente as partes boas de ser um adolescente.

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