Ela vinha calculando há anos o momento em que Lex explodiria e cometeria um erro que o colocaria atrás das grades e a obrigasse ir a um velório.

Ele havia chegado muito perto no natal retrasado, quando Kira e Alana sumiram antes da ceia e foram encontradas na casinha da piscina juntas. Pelo menos elas estavam vestidas, a desculpa esfarrapada era a de que estavam bêbadas e acabaram adormecendo.

Que ótimo lugar para dormir.

Lex havia ficado furioso, mas então Alana subira com ele para o segundo andar e no dia seguinte ele era o marido mais educado e carinhoso que Lena já tinha visto.

Lex era apenas um bonequinho na mão da esposa, e Alana era o brinquedinho de Kira.

Havia dias em que Lena mal conseguia olhar nos olhos do irmão. Não se passava um instante sem que ela se lembrasse de que ela tinha trazido aquela parasita para dentro de casa.

Mas Lena não era estúpida ao ponto de jogar toda a culpa em Kira. Na verdade ela odiava admitir, mas desde que Kira havia voltado até onde ela tinha percebido ela parecia estar mantendo distância de Alana. Kira até mesmo havia trocado de lugar na mesa e havia ignorado todas as deixas de Alana durante a noite passada.

Lena não fazia a mínima idéia do que ela estava aprontando, mas era melhor que Kira resolvesse logo porque ela já era obrigada a aturá-la, Lena não precisava de mais dois idiotas nos calcanhares dela.

Lena se enrolou na toalha e saiu do banheiro.

Ela vestiu rapidamente a calça jeans e a camiseta cinza, calçou o tênis e arrumou rapidamente o cabelo antes de sair do quarto.

Lena tinha dito a Sam que Kira estava estranha mais de uma vez naquela semana e Sam tinha a chamado de paranóica. Mas depois da noite passada e das pequenas coisas que ela vinha observado quase sem querer durante todos os jantares, Lena tinha quase certeza de que algo estava errado.

Ela deveria estar enlouquecendo.

Ela estava evitando a todo custo dar atenção a todas as coisas que tinha percebido, porque se ela realmente não fizesse isso, ela iria direto para o manicômio, porque elas eram completamente desconcertantes, e ninguém, absolutamente ninguém além dela parecia ter notado aquelas coisas insignificantes que ao mesmo tempo eram gritantes.

Mas o problema era que o cérebro dela as havia analisado.

Na noite anterior quando ela bateu na porta do quarto de Kira ela já tinha se preparado para o olhar devorador com o qual Kira varreria o corpo dela, e Kira definitivamente havia feito isso, mas tinha sido diferente, tinha sido quase... Respeitoso, algo que Lena nunca esperaria vindo de Kira.

E durante as discussões que haviam tido ela não tinha vistos os olhos de Kira escurecerem para o azul cobalto como sempre tinham feito desde que a conhecia, estranhamente eles tinham ficado elétricos, como se pequenos raios dançassem pelas íris.

E ainda havia alguma coisa naquele sorriso, ela apenas não conseguia identificado o que era exatamente.

Não que ela tivesse dito qualquer uma dessas coisas para Sam, porque se dissesse Sam a olharia como se ela tivesse um parafuso a menos, e Lena mentiria se dissesse que não tinha esse pressentimento também.

Kira tinha voltado com o intuito de deixá-la louca e estava conseguindo.

Ela abanou levemente a cabeça ao parar em frente ao quarto da filha, mas antes de abri-la Lena lançou um olhar cauteloso por cima do ombro para o quarto de Kira. A porta pesada estava fechada e nenhuma luz escapava de dentro. A preguiçosa estava dormindo, provavelmente só acordaria depois das duas da tarde.

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