- Capítulo 5 -

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— Por favor, falem algo... — A voz angustiada de Mina ecoa pela sala enquanto espera uma resposta.

Desde que fez a pergunta que mudaria a vida de todas elas, apenas tinha recebido olhares chocados e lágrimas. Seu coração pesava com a perspectiva de ser rejeitada, e caso ocorresse, aquilo certamente deixaria uma marca profunda em sua vida.

Após a saída de Seulgi naquela manhã, a morena continuou a refletir sobre sua situação e percebeu que não poderia dar voltas ou adiar a proposta para as meninas. Se para si, as incertezas sobre como agir, o que fazer e afins já eram grandes, na cabeça das crianças poderiam ser ainda maiores e não era seu objetivo adicionar mais ansiedade e medo a elas, muito pelo contrário. Portanto, abordar o assunto na hora do café da manhã pareceu a melhor opção.

E foi o que ela fez.

— V-Você não está brincando, está? Porque... Eu não entendo... — Jihyo estava trêmula mas foi a primeira a falar, a confusão evidente em seu rosto.

— Eu nunca brincaria com um assunto desses, estou falando sério. Cada uma de vocês me cativou e não consigo nem imaginar deixá-las irem embora. Não vou mentir e dizer que sei o que fazer ou como ser o que precisam, mas tenho certeza que vou me esforçar para descobrir. E como eu disse, precisam concordar também porque apesar de serem crianças, é da vida de vocês que estamos falando aqui e não quero impor essa adoção. Se não aceitarem... Se não aceitarem ainda farei o possível para que continuem juntas e ganhem um lar melhor, por isso, não fiquem com medo de negar. Está tudo bem. — A Myoui se esforçava para manter as lágrimas contidas e um sorriso no rosto, num gesto distraído, contornava as linhas da mãozinha de Tzuyu que ainda estava no seu próprio mundinho em seu colo.

Não vamos voltar para as pessoas más? — Sana murmura chorosa em japonês olhando para a mais velha.

Mesmo morando há muito tempo na Coréia e sabendo o idioma por conta das aulas obrigatórias na escola, o japonês sempre se sentia mais confortável para a menina, era um símbolo de suas origens e a única coisa que lhe conectava aos seus pais biológicos. Ainda que fosse repreendida exaustivamente nos lares onde passou por falar e manter o sotaque, Sana se negava a desistir dessa parte de si mesma.

O fato de poder se comunicar com outra pessoa além de Momo era muito significativo em sua mente infantil também e lhe dava mais confiança para se expressar, embora ainda com certa hesitação.

Vocês não vão voltar Sana-chan. Ficando comigo ou não. — Mina faz questão de garantir isso à menina novamente sabendo que talvez nem recordasse da noite anterior pelo estado sonolento — Se precisarem de alguns minutos a sós para conversarem, posso sair e ficar no meu quarto esperando até que decidam. O que acham?

— Isso seria bom Mina-unnie, obrigada. — Momo seca as próprias lágrimas e toma a frente dessa vez vendo que a irmã mais velha, que normalmente assumiria essa posição, estava muito absorta em pensamentos.

Mina apenas acena e passa a bebê de seu colo para a japonesa de cabelos pretos, ganhando alguns gemidos de protesto em retorno. Pensando ser só pelo fato de ter sido privada do prato de comida, a mulher faz questão de colocá-lo na frente de Tzuyu antes de subir em silêncio. Era aflitivo ter que sair nesse momento e não saber o que falariam sobre si, seu futuro partiria da resposta que as meninas encontrariam e uma pequena parte de Mina queria apenas voltar e observar tudo escondida, entretanto, as respeitava demais para isso então se manteve firme indo para seu quarto e fechando a porta atrás de si.

Agora sozinhas na sala de jantar o clima havia ficado um pouco menos tenso e sem demora Dahyun perguntou:

— Jihyo-unnie, o que você acha? Nós devemos... Devemos aceitar?

Beautiful SkyeWhere stories live. Discover now